Desmistificando o uso excessivo da internet

4 de março de 2016

O uso excessivo da internet é um assunto que gera muitos debates. Afinal, como quantificar o que representa um uso prolongado? Para a psicóloga Juliana Cunha, da SaferNet, é preciso verificar se há ausência de controle e se o caráter da navegação é repetitivo.

“É importante avaliar não só a quantidade de uso, mas também a qualidade. Não há uma regra que diga que determinada quantidade de tempo signifique um uso excessivo.”

Ela lembra que muitas situações de trabalho pedem o uso da internet, e que as próprias mudanças tecnológicas fazem com que estejamos quase sempre conectados.

Dessa maneira, o problema não está na tecnologia, mas no uso que se faz dela. “Uma reflexão que podemos ter é: o que é um uso exagerado se as tecnologias estão cada vez mais móveis?”, questiona Juliana. “Hoje existem vários gadgets que são utilizados como um novo modo de se relacionar, de brincar, de se divertir.”

A grande preocupação é se não haveria prejuízo na vida quando as pessoas passam a utilizar em excesso esses dispositivos. Nesse sentido, uma dúvida frequente dos pais é se o uso exagerado da internet pode ser considerado uma doença.

Juliana diz que, apesar de alguns ramos da psicologia e da psiquiatria encararem esse uso como uma patologia, nem sempre é assim. “O uso excessivo pode ser uma consequência, e não uma causa”, diz ela.

“Ele não é necessariamente uma patologia em si e costuma ser reflexo de que algo não vai bem. Ou seja, o problema pode estar em outro lugar que não o uso da internet.”

Dessa maneira, mais do que contar o tempo em que os filhos passam conectados, é preciso atenção para como esse uso é feito e o que ele impacta. O uso excessivo começa a aparecer quando a criança e o adolescente não conseguem sair da internet e resistem a atividades que incluem hábitos diários, como tomar banho e se alimentar, por exemplo.

Para controlar o uso saudável da Internet, a SaferNet dá algumas dicas:

  • Proibir o uso não educa, nem previne. Diálogo e negociação são palavras-chave para estabelecer regras e limites.
  • Faça um acordo estipulando horários para que o uso não atrapalhe outras atividades
  • Lembre-se que quanto menor for a criança, menor deve ser o tempo de uso. Um desenvolvimento saudável é aquele rico de oportunidades de aprendizagem e lazer, diversifique as oportunidades que oferece ao seu filho.
  • Incentive a busca de soluções criativas dos próprios adolescentes e jovens, envolvê-los no problema.
  • Em caso de adolescentes, perguntar como pode ajudá-los pode ser o primeiro passo para mudanças, pois abre oportunidade para eles se colocarem e participarem das escolhas também nas soluções.
Fonte: Dialogando - Desmistificando o uso excessivo da internet Dialogando

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