Floresta de bolso

20 de setembro de 2017

Relógios de bolso, leituras de bolso, florestas de bolso. Florestas? Sim! Desde que o botânico e paisagista Ricardo Cardim definiu esse novo conceito para devolver a São Paulo um pouco do verde e exuberância da Mata Atlântica de décadas atrás, elas já se espalharam pela cidade.

Estão em locais tão diversos como o topo de um prédio na Avenida Paulista, o Largo da Batata e as margens do Rio Pinheiros, sempre com uma coisa em comum: maior qualidade de vida para quem tem a sorte de estar perto de uma dessas janelas verdes na metrópole.

Como toda inovação, essa também parte de uma ideia simples. Ao contrário dos plantios convencionais para reflorestamento, que consideram uma árvore a cada seis metros quadrados, a Floresta de Bolso reproduz o meio ambiente natural das florestas originais em pequenos ambientes. Com uma quantidade seis vezes maior de mudas no mesmo espaço.

Em apenas seis meses surge uma abundante vegetação, onde antes havia apenas terreno inóspito.

Esse adensamento, além da rapidez provocada pela competição natural entre as espécies, garante um fechamento que proporciona aproveitamento ainda maior de recursos naturais, água, luz, nutrientes, com tempo de manutenção menor”, explica Cardim.

No total, já foram implantadas 15 Florestas de Bolso, de 15 a 500 metros quadrados, totalizando cerca de oito mil árvores nativas da Mata Atlântica, muitas inclusive em extinção.

A maior Floresta de Bolso fica no Parque Cândido Portinari, com o plantio de 700 árvores realizado por mais de 600 voluntários de todas as regiões da cidade. “Nas áreas públicas, sempre convidamos a população a participar e a adesão é muito bacana”, conta o botânico. Os projetos são divulgados na página de Ricardo no Facebook.

Os benefícios da iniciativa não se restringem à preservação do meio ambiente, com redução da poluição, diminuição da temperatura e barulho, mas se estendem ao desenvolvimento sustentável  de um patrimônio natural histórico.

Há 100 anos São Paulo era Mata Atlântica, cerrado, araucárias, e tudo isso foi substituído por concreto e vegetação de origem estrangeira, é uma dívida que precisamos pagar com a natureza e o bem estar das pessoas”, aponta o botânico.

Muito além da beleza que encanta os olhos, Cardim ressalta o caráter perene da Floresta de Bolso. “É um legado eterno, com árvores que duram até 300 anos, vai ficar para sempre na paisagem dos paulistanos”, acrescenta.

No caso do Rio Pinheiros, recuperamos a mata ciliar, atraindo até a fauna nativa, como o tucano de bico verde, e devolvemos à população um rio vivo, mesmo frente ao desafio que ainda resta de despoluição de suas águas”, completa.

A relevância e os resultados da Floresta de Bolso chegaram ao Sustainable Brands 2017, evento que acontece em São Paulo em setembro e reúne empresas e empreendedores de todo o mundo para debater a incorporação da sustentabilidade nos negócios.

E você, já tinha ouvido falar sobre a Floresta de Bolso? Diga nos comentários! (:

Fonte: Dialogando - Floresta de bolso Dialogando

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