Falar em metaverso pode soar meio “Matrix”, porque nos dá a impressão de que é algo ainda muito distante, mas não é não!
Os conceitos da inovação já são empregados em alguns produtos, caso de três jogos que trouxeram elementos da vida real para a virtual: o Roblox, o Fortnite e o Minecraft.
A grande expectativa agora é que venha logo sua expansão, para que a gente possa explorar mais que seu conceito, desenvolvendo a tecnologia para que ela se torne mais realista e acessível.
Se você chegou aqui sem tampouco conhecer o termo, é hora de mergulhar nesse mundo de possibilidades. Bora?
Metaverso: o que é, afinal?
Imagine-se em um ambiente virtual hiper-realista compartilhado, onde você possa ser, fazer e construir o que quiser e já vá sentindo essa emoção.
Quem curte jogos e é fanático por The Sims, por exemplo, já ficou até nervoso. O game permite ao jogador escrever a história da vida inteira de seu próprio personagem, mas o metaverso vai potencializar isso tudo em muitas vezes.
O passe de entrada para esse espetacular mundo tridimensional vai requerer óculos de realidade virtual com fones de ouvido e sensores. O conceito da inovação, aliás, é baseado nesse equipamento mas, hoje, as empresas vêm adotando o conceito de metaverso sem o uso dos óculos. Até porque o alcance do apetrecho é ainda muito restrito.
A aposta é que novos avanços tecnológicos possam permitir o barateamento desses aparelhos, ampliando o alcance de público e proporcionando a melhoria dos gráficos gerados, com aumento exponencial do grau de realismo.
As pessoas imersas nesses ambientes fictícios deverão compartilhar esses espaços usando avatares customizados em 3D. A inovação incorpora recursos holográficos, vídeos e outros meios de comunicação, onde se espera que absolutamente tudo possa ser inventado.
Nesse cenário, as reuniões de trabalho virtuais ganhariam mais vida. Você poderia sentar-se ao redor de uma mesa de reunião virtual com colegas de todo o mundo – em vez de olhar para seus rostos 2D no Zoom.
Sem contar as ocasiões de entretenimento: as lives de nossos artistas preferidos nos permitiria até tentar um autógrafo após o show ou por que não subir ao palco e roubar um abraço?
O mundo da realidade virtual do metaverso poderá ser acessado do seu smartphone, computador ou console de videogame. Não falamos mais de acessar um site e abrir a página no seu celular; agora, o objetivo é que você entre dentro dela.
Facebook… ops! Meta
Ainda parece estranho chamar o Facebook por seu novo nome: Meta. Mas essa alteração, anunciada em 2021, marcou a união de diferentes aplicativos do grupo (como o Instagram e o WhatsApp) e indicou a valorização de sua nova aposta tecnológica e de negócios: justamente o metaverso.
O Facebook afirmou que a inovação ainda está sendo desenvolvida, mas não informou quando os recursos e produtos desse novo ambiente estarão disponíveis no Brasil. A Microsoft também passou a investir na tecnologia, disputa que também está no foco de muitas startups do setor que estão, claro, em desvantagem financeira em relação às gigantes.
A Nexus, empresa brasileira fundada em 2013, até chegou a aplicar internamente alguns conceitos do metaverso em 2014 em um de seus projetos. Mas ficou impossibilitada de continuar, ao ter o pedido de financiamento por fundos norte-americanos negado.
Segundo o diretor de tecnologia da empresa, na época consideravam que o mercado não estava pronto para receber a inovação, porque os equipamentos eram muito caros. Passados oito anos, esse cenário não mudou muito. Óculos de realidade aumentada com recursos mais avançados podem ser adquiridos no país por valores entre R$ 3.200,00 e R$ 12.000,00.
Mas, segundo especialistas, tudo deverá começar no ambiente corporativo, que terá dinheiro para financiar projetos para aplicar a inovação em eventos, reuniões e treinamentos. Em um segundo momento, conforme a tecnologia vá sendo barateada, deverá ocorrer sua expansão para o uso no mercado do entretenimento.
5G na missão
Com a ampliação da capacidade de conexão da banda larga física e, agora, com a implementação gradual do 5G, as expectativas para os avanços do metaverso vêm aumentando.
Tudo isso porque a demanda por transferência de dados em alta velocidade dá origem à necessidade da tecnologia 5G. E, para minimizar o congestionamento durante a conectividade, a velocidade das redes é crucial, daí a importância da nova geração de redes para a garantia da performance da inovação.
A velocidade do 5G é de 10 gigabits por segundo, ou 100 vezes maior que o 4G.
A latência – fator que mede quanto tempo o sinal levará para ir de sua fonte ao receptor e, finalmente, voltar – é uma das maiores contribuições da geração sem fio. Neste sentido, o 5G tem uma taxa de latência (atraso) muito mais baixa que o 4G.
Metaverso em alerta
Criar mundo virtuais muito parecidos aos reais pode ser incrível, mas é muito cedo ainda para dizer o que as pessoas, cada uma com seu próprio senso moral, seriam capazes de construir ou fazer dentro desses novos ambientes.
Embora a internet venha agregando valor e benefícios diversos em muitas áreas, ela também passou a ser usada pelo lado oculto: sequestro de contas, roubo de informações, pichação de sites, pedofilia, dentre outros aspectos que, infelizmente, passaram a ser explorados pelo cibercrime.
Uma preocupação que cerca a inovação é a proteção dos dados de seus futuros usuários e o comprometimento das companhias que porventura oferecerem esses ambientes, porque terão que se preparar muito para proteger seus usuários.
A tecnologia poderá coletar mais informações das pessoas que qualquer outra plataforma já utilizada. Realidade que vai exigir investimento em uma nova vertente de profissionais de segurança, que deverão ser treinados e especializados na proteção de dados no metaverso– pessoas habilitadas a avaliar se a tecnologia poderá estar suscetível a ataques de engenharia social para golpes e fraudes.
Nós, claro, esperamos que, até lá, todo esse ambiente possa nos receber com total proteção. Mas e você? O que criaria se vestisse um par de óculos de realidade aumentada e pudesse construir o que quisesse agora, hein?