O carro sustentável de passeio é só uma ponta na pauta da sustentabilidade em mobilidade. Por isso, a produção de veículos pesados no Brasil teve que pisar no freio para atender às novas normas do Proconve P8 – programa baseado nas normas utilizadas nos países europeus para minimizar os impactos ambientais causados pela indústria automobilística.
A nova fase da legislação exige que veículos com motores diesel combinem dois sistemas de redução de poluentes:
a) A Redução Catalítica Seletiva (SCR), considerada uma das mais avançadas na conversão de gases nocivos em vapores inofensivos à saúde;
b) Recirculação de Gases da Exaustão (EGR), em que apenas parte das fumaças emitidas por ônibus e caminhões são lançadas no ar.
O processo, aliado a um catalisador de oxidação de diesel e filtro para material particulado, permite que a categoria de veículos atinja os níveis de emissões de óxidos exigidos – um baita brinde aos pulmões do mundo que respiram com dificuldade, pedem socorro e têm pressa por esforços coletivos para reduzir os danos gerados pelas intervenções humanas no planeta.
Mas tais adaptações têm um custo maior, por isso, muitas pessoas anteciparam a compra de veículos pesados no ano passado, o que justifica, especialmente, o aumento dos preços e a queda das vendas.
Os valores de compra, aliás, estão muito acima mesmo dos carros populares, alta justificada pela falta de semicondutores na produção e até a Guerra na Ucrânia, que diminui a oferta de insumos das montadoras – em 2023, o valor médio de automóveis de passeio 0 km no Brasil chegou a inesperados R$ 140 mil.
Mas quais as últimas boas novas em tecnologia disponíveis para os veículos quatro rodas?
Vem, que a gente te explica!
A energia solar na sustentabilidade no mercado de automóveis
#PraTodosVerem: Visão frontal do vidro de um automóvel mostrando uma mulher branca de cabelos soltos na altura dos ombros vestindo camisa jeans e segurando o volante enquanto a luz do sol reflete em toda a cabine deixando a iluminação em tons alaranjados.
Por aqui já falamos que a energia solar está muito além do modismo e olha que bacana!
Recentemente, pesquisadores da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, desenvolveram um reator sustentável movido pelo astro-rei capaz de gerar combustível a partir de resíduos plásticos e dióxido de carbono (CO²) – um dos principais gases responsáveis pelo efeito estufa.
O reator conta com um compartimento para o plástico e outro para os gases de efeito estufa, enquanto a energia para alimentar o sistema é fornecida por células de perovskita, um mineral com propriedades para a supercondutividade que converte a radiação solar em eletricidade.
Para ficar mais fácil, pense que os elementos dos compartimentos são misturados com a utilização de um catalisador químico e as células de perovskita simplesmente absorvem a luz solar, colaborando para que a decomposição se transforme em compostos mais sustentáveis, com queda significativa das emissões de dióxido de carbono na atmosfera.
Além da redução de poluentes, a inovação colabora para um outro eixo de reaproveitamento, afinal, no que depender de resíduos plásticos produzidos no mundo, não vão faltar veículos sustentáveis com o uso da tecnologia, não é mesmo?
A espuma vegetal na sustentabilidade no mercado de automóveis
#PraTodosVerem: Assento traseiro de automóvel de estofado preto visto de dentro do veículo com a porta aberta e um homem de terno adentrando ao veículo.
Uma nova aliada do setor de carros sustentáveis é a espuma vegetal na produção de colchões e bancos, inovação desenvolvida por pesquisadores da Universidade Clemson, nos Estados Unidos.
A alternativa é bem melhor que o uso do poliuretano usado nos assentos de veículos automotivos e em muitos objetos presentes em nosso dia a dia: ele está na esponja para lavar louça, nas geladeiras, solado dos calçados, pranchas de surf e até no mundo do cinema. Sabe as centenas de dinossauros do famoso Jurassic Park? É no poliuretano que tiveram suas origens.
O problema é que, embora o material possua excelentes características para a indústria – flexibilidade, leveza, resistência à abrasão e possibilidade de formatos diferenciados –, seu processo de fabricação envolve químicos que podem provocar ou estimular o desenvolvimento de células cancerígenas em nosso organismo.
Sem contar que é um dos materiais menos reciclados e de decomposição extremamente lenta, porque sua espuma é desenvolvida para durar longos anos. Está aí um dos méritos da descoberta norte-americana, já que a espuma vegetal pode ser reciclada com mais facilidade, por seus componentes serem de fácil separação para novas utilizações.
O bagaço da maçã na sustentabilidade no mercado de automóveis
#PraTodosVerem: Mulher branca de cabelos presos em meio a vegetação densa e segurando com as duas mãos a frente do peito uma muda de árvore.
Uma descoberta 100% brasileira na produção de biogás já está dando o que falar nos bastidores da produção de carros sustentáveis.
A parceria entre pesquisadores das universidades Unicamp (Estadual de Campinas) e UFABC (Federal do ABC) desenvolveu um novo processo de biocombustível a partir da decomposição do material orgânico de uma das frutas mais consumidas no mundo: a maçã.
Para entender melhor, é necessário lembrar que a emissão de gases de efeito estufa também é procedente dos resíduos orgânicos. Agora, imagine o potencial de tudo isso só com o bagaço da fruta?
O Brasil é um grande exportador de suco de maçã. Por aqui, estima-se que cerca de 60 mil toneladas de bagaços da fruta tenham sido geradas apenas em 2021.
Após a produção industrial do suco, ocorre a geração do bagaço, que deve ser removido do equipamento em que os frutos são moídos e prensados. Em seguida, cerca de 80% desse material orgânico é destinado a aterros, incineração ou locais de compostagem, daí a importância do reaproveitamento visando obter novos produtos com valor.
O sistema de nossos pesquisadores se dá por digestão anaeróbica, método microbiológico com a utilização do consumo de nutrientes para a produção de metano. O biogás é gerado no reator anaeróbio e mais de 70% da sua composição é de metano – que pode ser purificado e utilizado como combustível de veículos, gás de cozinha ou, ainda, utilizado em processos combinados por calor e eletricidade para obtenção de energia elétrica e térmica.
Na conclusão de seus desenvolvedores, esse sistema de reaproveitamento poderia evitar a emissão de 0,14 kg de dióxido de carbono durante o processo de geração de eletricidade, e 0,48 kg de CO² na produção de energia térmica por tonelada de bagaço de maçã.
Na produção de carros sustentáveis para a redução dos impactos ambientais causados pela indústria automobilística, isso tudo representa uma queda considerável do consumo de combustíveis fósseis e, de cara, a redução da emissão de gases de efeito estufa de procedência de resíduos orgânicos.
#PraTodosVerem: Pedestal para recarga de automóvel elétrico com tomada conectada a um veículo que aparece somente a lateral.
Nós estamos por aqui, acompanhando todas as novidades no setor da sustentabilidade, eixo estratégico nas operações de ponta a ponta na Vivo, que deve ser meta conjunta entre sociedade civil e privada.
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Com a colaboração de Tiago Godoi – Analista de Sustentabilidade na Vivo