Formulada no início dos anos 70 pelos cientistas americanos Paul Ehrlich e John Holdren (este último conselheiro de ciência e tecnologia de Barack Obama), a equação (I = P x A x T) foi o primeiro passo do que hoje é chamado de ecoeficiência.
(I) representa o impacto causado pelo ser humano no meio ambiente. De acordo com a fórmula, o tamanho desse impacto é o produto do total da população (P) vezes a riqueza (A) vezes a tecnologia (T).
Era o começo do reconhecimento e de uma preocupação acadêmica e científica com a degradação do planeta. Foi ficando cada vez mais evidente que o desenvolvimento econômico e tecnológico estava diretamente ligado aos danos ambientais.
Uma coisa, porém, era medir esse impacto. Mas como mitigá-lo?
Foi só na conferência mundial sobre o clima, mais conhecida como Rio 92, que um conceito mudou. As empresas deixaram de ser vistas como responsáveis pelo problema e passaram a ser incluídas como parte da solução na meta de transformar o crescimento desordenado em crescimento sustentável.
Resumindo, em vez de buscar uma solução para a deterioração causada pelo desenvolvimento, o que se propôs foi fazer o desenvolvimento achar alternativas menos agressivas.
E assim nasceu a ecoeficiência, um conceito que busca o aumento da produção de bens e serviços usando cada vez menos recursos naturais, com menos desperdício e poluição.
Isso permeia toda a cadeia produtiva, da matéria-prima ao marketing e distribuição, tornando-se mais uma questão de gestão empresarial do que meramente ambiental. Por isso, ao contrário da sustentabilidade, ela não mede aspectos sociais.
“O desempenho ambiental é cada vez mais um fator determinante na reputação de uma empresa entre funcionários, clientes e outros públicos estratégicos”, afirmam os executivos americanos Livio DeSimone e Frank Popoff em seu livro Ecoeficiência: a ligação entre os negócios e o desenvolvimento sustentável.
Uma reputação ambiental fraca prejudica a qualidade dos funcionários contratados, a retenção e o moral da equipe, além de prejudicar as vendas e até ameaçar a permissão do funcionamento da própria empresa. Trata-se de uma questão competitiva ”, acrescentam.
Em outras palavras, é melhor prevenir do que remediar.