Namoros em tempos de aplicativos

30 de dezembro de 2015

Talvez você não tenha escutado sobre eles, mas existem aplicativos de namoro, como o Tinder, o Happn e outros. Eles são uma espécie de cupido virtual e viraram febre entre os jovens e adultos.

O Tinder, por exemplo, funciona assim: uma lista com fotos de homens e mulheres, que estão próximos geograficamente do usuário, aparece na tela. Cabe a ele indicar aqueles que o atraem. Se a ação for correspondida, os dois podem começar uma conversa por troca de mensagens e futuramente marcar um encontro pessoal.

O problema é que, embora os aplicativos de namoro sejam voltados para maiores de 18 anos, os adolescentes podem burlar a regra mentindo a idade. É preciso ficar atento à data de nascimento informada no perfil do Facebook do adolescente. É de lá que o aplicativo puxa os dados do usuário. Se ele alterar a idade na rede social, consegue facilmente acesso ao Tinder.

A brincadeira pode ficar perigosa, já que criminosos com a identidade falsa agem também utilizando esses caminhos online. Para Rodrigo Nejm, diretor de prevenção da Safernet, organização que recebe denúncias de crimes contra os Direitos Humanos na Internet, a vida online é como nas ruas.

Os pais costumam pensar que se a criança ou adolescente está em casa, em seu quartinho, brincando na Internet está segura, no entanto, esta é uma falsa impressão, porque o virtual é também real hoje. Não é a Internet que é perigosa. Tudo depende do tipo de uso, da maturidade e da capacidade de discernimento diante de um espaço tão grande e público como a rede. Assim, também é preciso fazer um diálogo aberto e sincero sobre temas sensíveis como sexualidade, namoro e encontros relacionados à vida digital dos filhos.

Gregory Smith, autor do livro – Como Proteger Seus Filhos na Internet – Um Guia para Pais e Professores”, defende a seguinte teoria: “se você não deixa seu filho andar sozinho por um lugar estranho, não deixe que ele navegue por um espaço tão amplo como a Internet sem supervisão e acompanhamento. Apesar de o ambiente não ser físico, ele proporciona interação com todo tipo de indivíduo, muitos com intenções ruins”.

Os pais podem orientar seus filhos a ter alguns cuidados:

  • Não mentir a idade em serviços online – existem sites e redes sociais voltadas para diferentes públicos.
  • Pensar bem antes de enviar uma imagem que não queira que outras pessoas tenham acesso.
  • Cuidados com dados pessoais (nome, endereço, número de celular).
  • Cuidado com fotos que aparecem com uniforme da escola ou em frente a placas ou prédios que podem ser identificados.
  • Caso não se sinta confortável com algo, é possível bloquear o contato nos aplicativos.
  • Respeitando as etapas do desenvolvimento da criança, aproveite as notícias e novidades sobre o mundo da Internet para dialogar sobre questões mais sensíveis.
  • Reforce com seu filho que ele pode contar sempre com a sua ajuda, mesmo que os pais não “dominem” as tecnologias.

Esta é, e vai continuar sendo, a melhor forma de acompanhar e estabelecer uma relação de confiança com os filhos para que desfrutem com segurança das oportunidades online.

Fonte: Dialogando - Namoros em tempos de aplicativos Dialogando

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