Quanto mais você interage, mais a máquina aprende. Esse é o recurso primordial do chatbot, sistema de inteligência artificial cada vez mais presente no dia a dia, seja no SAC de uma rede de lojas ou no assistente pessoal do seu celular.
A Bots Brasil, conferência que acontece em São Paulo no dia 7 de outubro, reunirá especialistas para debater um desafio em comum: como tornar esta mesma máquina cada vez mais humana, capaz de assumir funções mais complexas?
Uma dessas aplicações poderia ser, por exemplo, um robô terapeuta, projeto dos sonhos de André Goulart Nogueira, arquiteto de Soluções do Itaú Unibanco e um dos palestrantes do evento.
A ideia seria viabilizar um recurso de saúde mental e emocional para a população em geral, em alta escala e com baixo custo. Para quem participa do desenvolvimento de chatbots para uma rede bancária de amplas dimensões, não parece algo impossível.
“Hoje estamos acelerando cada vez mais rápido no caminho da inteligência artificial, com plataformas que permitem a construção simples e rápida de um chatbot”, explica Nogueira.
Mas o que todos – empresas clientes e fornecedores – ainda estão descobrindo é como estabelecer relações naturais intermediadas por uma máquina”.
Nogueira integra um grupo de estudos, o Machine Learning For The Win, com profissionais de vários setores da tecnologia dedicados à troca de experiências, construção de projetos e busca das soluções que permitam aperfeiçoar o aprendizado das máquinas.
É muito desafiador para uma grande empresa criar um chatbot que atenda toda a diversidade e complexidade de seus produtos, mas a tendência é que este se torne o principal canal de interação com os clientes”, acredita o arquiteto.
Junto com a autonomia cada vez maior dos sistemas, surgem também novas preocupações e questões éticas. “As máquinas agora podem aprender ao extrapolar padrões detectados nos dados e, assim como os humanos, estão suscetíveis a interpretações enviesadas e preconceitos”, exemplifica Nogueira.
E quem seria o responsável por um acidente com um carro autônomo? Mesmo no caso de um robô terapeuta, lidar com os sentimentos das pessoas é algo extremamente delicado e responsável, e que exige que o usuário consiga falar com uma pessoa, caso o chatbot não consiga resolver sua questão”.
Embora os chatbots executem uma função específica do ser humano, que é a conversa natural, o profissional acredita que ainda estamos muito distantes daqueles robôs com consciência e sentimentos do cinema, algo que permanece apenas no campo filosófico – se é que acontecerá um dia. Mas as inovações são notórias.
Ninguém fica empolgado quando o Waze te recomenda um caminho melhor, mas quando a Siri conta uma piada, isso é fantástico!”, completa Goulart.
E você, já conversou com algum chatbot durante uma compra online ou um SAC? Conte como foi a sua experiência nos comentários! (: