A linguagem não verbal na internet está dando o que falar. Recentemente, rolou o maior barulho nas redes sociais sobre o uso do joinha nas comunicações.
Tudo isso porque algumas pessoas usam despretensiosamente o polegar para cima para sinalizar que concordam com algo, ou, só para indicarem que visualizaram uma mensagem mesmo.
Só que muita gente acha debochado, hostil e até agressivo, por isso, prefere usar um coração para simbolizar concordância ou, na dúvida, responder com um ‘Ok’, ‘Obrigado’ ou, ‘Ciente’ mesmo.
A comunicação ficou muito mais divertida com a consolidação da cultura dos emojis, não é mesmo?
O recurso quebra a seriedade dos bate-papos textuais, alegra nossas conversas por chat e dão mais leveza à troca de e-mails do mundo corporativo, afinal, nada como uma carinha exibindo um sorriso para imprimir mais simpatia e calor às relações digitais.
Quando a pauta é entregar carinho pelas redes, então, dá-lhe corações! A exibição do órgão que bate em nosso peito deixou de ser só vermelha e rosa faz tempo. Agora aparece em verde, roxo, amarelo, azul… e até na cor preta.
E o mais bacana: os emojis estão cada vez mais inclusivos. Hoje, a maioria das plataformas vem dando um show de representatividade. Há novas opções de casais, dá para alterar o tom de pele e encontrar uma série de imagens que representam pessoas com deficiência. Tudo para que essa realidade fique mais próxima de nós mesmos.
Mas especialistas advertem para o uso moderado desses chamados pictogramas, especialmente no universo profissional. Por isso, mais à frente a gente te conta quais as principais recomendações para usar o recurso, sem abusos.
Cultura emoji: onde tudo começou?
A história dos emojis começa no Japão, em 1999, quando Shigetaka Kurita, colaborador da empresa de telefonia celular NTT DoCoMo, percebeu certa frieza nas mensagens escritas e começou a procurar maneiras de tornar esse universo mais humano.
Ele conta que sua inspiração para os primeiros símbolos veio da cultura japonesa e de expressões que ele via em animes e mangás quando criança, mas, na época, teve dificuldades de convencer grandes empresas de tecnologia tecnicamente preparadas para receber a inovação.
Nenhuma topou sua ideia mas, incansável, ele seguiu em frente. Kurita não era designer, mas montou uma pequena equipe e inventou os primeiros 176 emojis da história, com uma quantidade limitada de pixels.
Ao apresentar sua criação para a NTT DoCoMo, achou que a companhia iria pelo menos aperfeiçoar a coisa toda, mas, a princípio, ela acabou usando o formato original mesmo.
Só após o lançamento para o grande público outras gigantes das telecomunicações passaram a copiar o design bolado pelo seu time, adicionando algumas novidades descaradamente, já que nem ele, nem a NTT DoCoMo, patentearam a invenção.
A nova mania por lá se tornaria um verdadeiro caos: com quase 800 caracteres diferentes, só em 2005 as empresas se deram conta de que seria necessário “enxugar” a variedade imensa de símbolos criados para estabelecer padrões.
No mundo ocidental, a popularização do recurso aconteceu a partir de 2011, quando a Apple liberou os emojis para todas as línguas com o lançamento do iOS.
Emojis: devo usar no dia a dia do trabalho?
Pesquisadores consideram que o uso de emojis pode abrir brechas para erros de interpretação por não serem literais como as palavras. Prova disso está no estudo da Wayne State University com 299 jovens recrutados para classificar 70 emojis populares nas categorias “positivo”, “negativo”, “neutro” ou “ambíguo”. Resultado: imagens que para muitos homens eram consideradas “positivas”, para muitas mulheres ganharam expressões negativas. Nesse cenário, a subjetividade pode gerar ruídos e conflitos desnecessários no ambiente de trabalho.
Vale considerar que parte da opinião das pessoas sobre o uso de emojis no mundo corporativo depende da faixa etária do profissional.
De acordo com analistas da Universidade de Amsterdã, quase metade (46%) dos jovens entre 18 e 29 anos acreditam que seja adequado usá-los. Apenas 28% deles consideram inadequado. A avaliação muda bastante na leitura de profissionais mais maduros, especialmente aqueles com mais de 45 anos, que têm maior probabilidade de julgar mal quem aposta no recurso.
No final, a consideração geral é que as pessoas busquem pelo bom senso. Procure entender como essa cultura está estabelecida nas relações da sua empresa, mas lembre-se que é necessário ter parcimônia: as plataformas para estabelecer conversas com seus colegas da firma não são o Instagram, ok?
Ao se comunicar em um contexto profissional, pode ser útil enviar alguns emojis estratégicos, mas jamais exagere ou comprometa a clareza da sua mensagem.
A gente sabe que, às vezes, a mão até coça e que é difícil resistir e não bombar o chat com tantas imagens divertidas, mas agora queremos saber de você, nos comentários: qual o seu emoji preferido, hein?