Inteligência Artificial ajudará a resolver problemas da humanidade?

23 de abril de 2018

Pesquisadores de todo o mundo hoje lidam com um dos maiores desafios no desenvolvimento das possíveis aplicações para a Inteligência Artificial (IA): como utilizar, na prática, os recursos desta tecnologia avançada para ajudar a solucionar os grandes problemas humanitários.

Para a Organização das Nações Unidas (ONU) a erradicação da pobreza extrema é a questão mais urgente, sendo uma das prioridades da Agenda 2030, conjunto de diretrizes e ações a serem cumpridas para o progresso sustentável.

O Banco Mundial estima que uma em cada 10 pessoas no mundo, ou cerca de 767 milhões, ainda sobrevivem com menos de US$ 1,90 por dia. No Brasil, é a realidade de 8,5 milhões de indivíduos com renda média de 70 reais por mês.

O Stanford Poverty & Technology Lab quer reverter esse quadro usando a tecnologia contra ela mesma – ou contra suas consequências, como a redução dos postos de trabalho com a automatização, nas palavras de seus fundadores.

Agregando estudantes e pesquisadores da Universidade de Stanford, empresas do Vale do Silício e especialistas em organizações sem fins lucrativos, o laboratório atuará como uma incubadora para soluções tecnológicas inovadoras e de baixo custo para combater a pobreza.  

O primeiro obstáculo pra elaborar projetos eficazes já foi ultrapassado com sucesso: saber onde está essa população e suas condições. Em muitos países em situação vulnerável, as informações demográficas não estão disponíveis.

Combinando um poderoso sistema de Inteligência Artificial, às imagens de satélites em alta resolução, o grupo está conseguindo rastrear essas comunidades inclusive em localidades como Nigéria, Uganda, Ruanda e Malawi.

Em outra vertente, mais uma vez a IA está entrando em cena para otimizar a disponibilidade de alimentos. O World Food Program calcula que mais de 805 milhões de pessoas passam fome todos os dias em todo o globo, mas principalmente em povoados da Ásia e da África.

A BovControl, startup impulsionada pela aceleradora Wayra como parte do programa de inovação Telefonica Open Future, desenvolveu uma ferramenta capaz de coletar e analisar dados para melhorar a performance na produção de carne, leite ou engenharia genética.  

Todos os animais são conectados ao sistema por pequenos dispositivos ou chips que registram e analisam atividades nutricionais, sanitárias, vacinas, controle de doenças e enviam alertas, garantindo informações automatizadas e em tempo real para melhor gestão.

Com mais de 30 mil clientes obtidos em apenas 18 meses, a empresa aponta que, com a plataforma, já é possível aumentar em média a produção em 1,5kg de carne e 30 litros de leite por dia por animal.  

A meta agora é bem mais ambiciosa: implementar uma “internet das vacas”, conectando rebanhos bovinos de todo o mundo na nuvem em uma espécie inusitada de rede social para compor um banco de dados global sobre pecuária.  

O nome parece divertido, mas resume uma solução visionária: o conhecimento ali compartilhado possibilitará a fazendeiros de todo o planeta o manejo inteligente de seus animais, expandindo a produtividade da indústria e colaborando para erradicar a fome em todos os países.

Fonte: Dialogando - Inteligência Artificial ajudará a resolver problemas da humanidade? Dialogando

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