“A gente não quer só comida, a gente quer bebida, diversão e arte. A gente não quer só dinheiro, a gente quer dinheiro e felicidade.”
Grandes estrofes não envelhecem em sociedades onde a luta por equidade está em processo de maturação constante. As aspas acima, por exemplo, musicaram muitas rádios nos anos 80, quando o grupo Titãs chamava atenção para os desejos comuns de qualquer ser humano, em qualquer parte do mundo.
No entanto, entre desejos e vontades, há um grupo que ainda precisa lutar pelo bem mais básico: a própria vida.
Hoje, a pauta é a LGBTQIA+. Sigla trabalhada no arco-íris de cores de gente como toda gente que ainda precisa sair às ruas para dizer ao mundo que quer felicidade. E, aqui no Brasil, motivos para tal não faltam.
A violência contra a comunidade LGBTQIA+ no Brasil
Vergonhosamente, estamos no topo da lista de países que mais matam pessoas trans no planeta. Só em 2020, foram 175 travestis e mulheres transexuais assassinadas. Número que subiu 41% em comparação com o ano anterior.
O dado é do dossiê desenvolvido pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), divulgado em janeiro deste ano. O relatório aponta que a maioria assassinada é de travestis em situação de prostituição — principal alternativa desta comunidade para conseguir “comida”, ainda que o trabalho as afaste dos anseios pela “alegria, diversão e arte” que falamos lá no começo.
Mas o que fazer a fim de que a comunidade trans possa participar ativamente da economia?
Formalidade no mercado de trabalho
Segundo a Antra, quase 90% da população transgênero do país vive a informalidade no mercado de trabalho. Mas empresas já contam com a tecnologia para ajudá-las a tornar o mundo menos desigual.
Se você faz parte do núcleo de recursos humanos de alguma companhia, é empresário, ou simplesmente idealiza uma realidade mais justa, fique atento às oportunidades de vagas para o público LGBTQIA + na plataforma Trans Empregos.
O projeto, pioneiro na busca por maior empregabilidade de pessoas trans no Brasil, disponibiliza currículos e recebe milhares de acessos que contribuem para contratações, além dos cursos e atividades de formação que oferece gratuitamente.
Escolaridade LGBTQIA+
Os indicadores sociais do levantamento, que ouviu 1.788 pessoas trans e travestis, entregam que há um enorme desafio pela frente: o da escolaridade.
Sete em cada 10 entrevistados foram mulheres. Quase 60% disseram ser pretas e pardas e, entre o percentual, metade afirmou ter escolaridade média. Apenas 7% das travestis concluíram algum curso superior. Motivos que levam o EducaTRANSforma a desenvolver trabalhos necessários nessa frente.
A plataforma oferece capacitação gratuita para a inserção de pessoas trans no mercado da tecnologia e funciona como uma ponte entre as comunidades transgênero e empresas que vêm adotando nova cultura em seus RHs.
Colaboração
Todos somos atores quando a pauta é a inclusão para a correção de injustiças que separam pessoas apenas por serem diferentes de outras.
Se você se identifica com a máxima acima, pode colaborar muito compartilhando em suas redes – e na própria empresa em que atua – oportunidades digitais para a formação e inserção do público LGBTQIA+ nas relações econômicas.
Há um enorme trabalho a ser feito, e cada aliado é indispensável para os avanços rumo a um Brasil mais igualitário e justo.
Quem vem?