Uma busca rápida na internet vai sugerir uma série de alternativas para melhorar a performance do seu roteador.
As dicas vão desde gambiarras com latas de alumínio e de batata Pringles até o uso de espelhos para espalhar o sinal do Wi-Fi.
O problema é que nem tudo o que está na internet é verdade, e o fato é que parte das sugestões encontradas tampouco contam com qualquer embasamento científico.
Nesse cenário, o Dialogando encarou a missão de averiguar o que é verdade ou mito e, agora, suas dúvidas sobre roteadores estão com os dias (ou minutos, no caso) contados.
Confira!
“Espelhos e roteadores dão maior alcance ao Wi-Fi!”
Mito: pois é. Muita gente cerca o cômodo do roteador com espelhos por acreditar que as ondas do Wi-Fi se espalharão melhor pela residência. Mas a verdade é que esse belíssimo objeto, muito usado para decoração, é feito basicamente de vidro e metal, materiais que interferem na difusão das ondas eletromagnéticas, prejudicando a área de cobertura e a qualidade da sua rede.
Se o seu roteador fica na sala e ela tem um espelho longe, não se preocupe. Mas se ela tem muitos espelhos, vale a pena repensar o design do espaço. O que não vale, em hipótese alguma, é deixar um espelho bem à frente do roteador.
“Reiniciar o roteador é o caminho!”
Verdade: essa ação já pode melhorar muito a qualidade do seu sinal, por isso vale até dar uma folga para o aparelho: deixar alguns minutinhos desligado antes de ligá-lo novamente. Tudo isso porque costumamos deixar os roteadores ligados, sem descanso, mas há picos e oscilações de energia que podem influenciar em travamentos do Wi-Fi.
Vale lembrar, aliás, que os prejuízos dessas variações são muito comuns em equipamentos eletroeletrônicos. Por isso, vez ou outra, dê uma pausa para os dispositivos que quase nunca são desligados.
“No cantinho, o roteador funciona melhor!”
Mito: especialistas recomendam posicionar os roteadores sempre ao centro das residências para a melhor propagação das ondas eletromagnéticas e dizem que quanto mais alto, melhor!
Ocorre que as ondas desses equipamentos irradiam para frente e para baixo, e, nas alturas, fica mais fácil desviá-las de barreiras mais baixas, como balcões, mesas e sofás.
“Atualizar o software do roteador vez ou outra melhora”
Verdade: o software que roda nos roteadores é conhecido como firmware, é ele que controla todo o funcionamento do equipamento, permitindo estabelecer a comunicação sem fio com seus dispositivos.
A atualização periódica do firmware ajuda a proteger sua rede de vírus e de outras ameaças, e ele ainda corrige bugs e colabora para a melhoria da própria tecnologia, que vai proporcionar melhor experiência geral da entrega de sinal.
Para atualizá-lo, entre em contato com seu provedor de internet e pergunte se o seu roteador tem a versão mais recente do software. Se a resposta for positiva, o suporte técnico da sua operadora poderá fazer tudo remotamente.
“Deixe ao lado de um refrigerador para ficar fresquinho”
Mito: nem em locais muito quentes, nem em locais muito frios. A temperatura em excesso coloca em xeque a performance dos roteadores, por isso deixá-lo em janelas e varandas também não é indicado. A exposição ao sol pode superaquecer o aparelho, reduzindo exponencialmente sua performance.
“Só gambiarra com lata de alumínio salva!”
Verdade: de volta à década de 1990, quando esse tipo de gambiarra era bastante comum. Esse recurso amplia um pouco o alcance porque segue a mesma lógica das palhas de alumínio que eram usadas naquela época na antena dos televisores para melhorar a recepção do sinal: a antena emite sinal para todas as direções e o alumínio cria um refletor.
O problema é que o “arranjo” não é visualmente lá muito atraente e, no fundo, no fundo, a melhor saída é usar antenas homologadas pelos fabricantes para que sua rede sem fio funcione melhor.
“Queira distância dos telefones sem fio e micro-ondas!”
Verdade: todo equipamento que funciona com ondas de rádio é prejudicial ao desempenho dos roteadores. No caso dos telefones sem fio, eles operam na mesma faixa de frequência das redes Wi-Fi (2.4 Ghz). Essa lista cresce quando falamos dos transmissores de TVs e das babás eletrônicas, aqueles dispositivos usados por mães, pais e cuidadores para o monitoramento em tempo real de bebês e idosos.
“Desencana de 3 Ghz, porque 5.0 Ghz é melhor”
Mito: cada função tem uma especificidade. A transferência de dados do 2.4 gigahertz é mais baixa, só que tem maior alcance. O 5.0 gigahertz entrega uma taxa de transferência maior, mas com perdas na capacidade de distância.
No fim, tudo vai depender das dimensões do imóvel, das barreiras permanentes (as paredes) e demais fatores que possam interferir na recepção do seu sinal.
“Roteadores podem queimar, mesmo fora da tomada”
Verdade: e nesse ponto a fibra ótica sai na frente, porque não expõe o equipamento a esse risco. Ocorre que cabos telefônicos e de TVs por assinatura são desenvolvidos com material condutor de eletricidade, fator que pode queimar equipamentos em eventual incidência de raios que caiam nos postes ou nas linhas de transmissão, mesmo se não estiverem ligados na tomada.
Tudo isso porque raios podem induzir uma circulação de corrente, já que os fios são de metal.
Fez de tudo e, ainda assim, não conseguiu melhorar a performance de distribuição da sua rede? Nesse caso, acredite: vai ser sempre melhor usar um repetidor de sinal.
O aparelho não requer grandes investimentos e funciona como um novo roteador, basta conectá-lo a uma tomada!
Agora conte para a gente, vai! Qual das alternativas falsas listadas acima você já tinha testado?
Vamos rir juntos do que somos capazes de fazer para melhorar nossa conexão!