O mundo digital tem lá suas delícias, mas também pode tornar nossas vidas um absoluto caos se não tomarmos cuidado com a segurança de nossos dispositivos.
Há pessoas que quando têm seus celulares furtados passam meses recebendo notificações de tentativas de acesso às suas contas bancárias. Isso depois de terem cumprido todos os protocolos pós-roubo: toda aquela jornada exaustiva de cancelamentos de contas, cartões, boletins de ocorrências…
O duro é que, quando o papo é a proteção de acessos de qualquer nível, tem quem nem possa dormir em paz!
Muita gente perde até o namorado por conta, por exemplo, da biometria digital. O sono é o momento esperado por parceiros que aproveitam a “brecha” para colocar o dedo do outro no celular e liberar o acesso, abrindo um mundo de possibilidades para descobrir comportamentos infiéis.
Nesse cenário, quais são as tecnologias biométricas mais adequadas para nos blindarmos de invasões indesejadas, ao menos nos apps bancários?
Entenda!
Biometria digital
Falamos da tecnologia mais comum no desbloqueio de telas e aplicativos. A biometria nos apps bancários por leitura digital já é um passo básico, mas menos seguro que a biometria por leitura facial ou de íris, a depender do caso. Se o leitor facial contar com recursos menos complexos, possíveis de serem burlados com uma simples foto do usuário, a biometria digital acaba sendo mais eficiente.
A verdade é que todas elas trazem maior praticidade porque dispensam o uso de senhas e as chances de fraudes são menores. Mas, ainda assim, sozinhas, não são consideradas o meio mais eficaz de driblar ações criminosas, especialmente no caso de celulares com apps de bancos furtados exatamente naquele momento em que o aparelho estava desbloqueado — situação em que o ladrão pode, facilmente, fazer a troca do dedo ou rosto cadastrado na plataforma.
Mas, acalme-se. Especialistas não recomendam que você delete seus aplicativos e volte a frequentar as agências físicas. De maneira alguma! Até porque o sistema bancário brasileiro é considerado referência da segurança digital do país.
Eles recomendam pequenos ajustes capazes de deixar o acesso virtual a essas plataformas bem mais protegido, como o uso da biometria combinado com um ou dois fatores de autenticação, com senhas, SMS e tokens, independentemente do sistema escolhido: se digital, facial ou por leitura da íris, já que nenhum é 100% inviolável, infelizmente.
Mais à frente, veja dicas de como se proteger!
Biometria facial
Notícias recentes dão conta de que os bancos deverão começar a solicitar, em breve, a biometria facial em cada transação, mesmo as de valores menores. Opção mais segura que a biometria digital, mas, ainda assim, passível de ser burlada.
Algumas instituições já contam com o serviço mas, segundo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), a previsão é que todas adotem a inovação já no próximo semestre. Nesse caso, estima-se que aparelhos IOS terão um nível maior de confiabilidade, por contarem com sistemas de sensores tridimensionais e câmeras infravermelhas mais complexas que os Android.
A medida terá efeitos menos desejados se as instituições não se comprometerem a aumentar os níveis de segurança para a troca do cadastro biométrico, mecanismo ainda simples em alguns sistemas, especialmente quando a vítima é roubada com o celular desbloqueado.
De qualquer forma, lembre-se; seja IOS ou Android, se o seu acesso não tiver outras camadas de proteção no ato de permitir transações, as chances de sucesso nos golpes pós-roubo aumentam.
Biometria por reconhecimento da íris
A biometria por íris ainda não é uma realidade no reconhecimento dos apps bancários do país, até porque há poucos aparelhos disponíveis no mercado nacional com o recurso.
Mas a tecnologia, mais cara que as demais, vem sendo utilizada em setores de segurança do governo há alguns anos. Chegou aos aeroportos para facilitar a identificação dos passageiros e, finalmente, vem ganhando espaço entre usuários comuns com a implementação em smartphones.
Apresenta nível de segurança maior que as demais e, ainda que possa ser burlada, isso não ocorre de forma simples. Mas tem uma desvantagem: sua usabilidade é considerada lenta quando comparada à biometria digital e facial. No entanto, aparelhos mais recentes já conseguem melhorar a velocidade do reconhecimento, ao usá-la em conjunto com o leitor facial.
Como se proteger
Como o prometido lá no topo, te entregamos, agora, os caminhos para tornar o acesso a seus apps bancários mais seguros. Confira!
a) Autenticação em dois fatores em TUDO
O recurso é oferecido por muitos apps para que você possa contar com uma segunda camada de segurança. Ao ativá-la, seus aplicativos te obrigarão a inserir um código emitido por SMS, ligação ou mesmo um segundo app de segurança.
A recomendação de especialistas, aliás, é que a ativação em dois fatores seja usada para todos os apps do smartphone que disponibilizam o recurso. Outra dica é ativá-la também no chip da operadora, para impedir que os ladrões utilizem o seu cartão SIM em outros dispositivos.
b) Configuração de desbloqueio de tela do celular
O tempo considerado o mais adequado para que ocorra o bloqueio da tela de seu aparelho é de até 30 segundos. Isso reduz os riscos de que ladrões consigam pegar seu celular desbloqueado.
No iPhone: vá até à Ajustes à Tela e brilho à Bloqueio Automático. Mude o tempo para 30 segundos.
No Android: a operação varia de acordo com o fabricante. Mas busque pelas opções de ajustes da tela no app e coloque o bloqueio automático da tela para o menor tempo possível.
c) Senhas complexas
A maior parte dos celulares exige a inserção de uma senha quando seu rosto ou digital não são reconhecidos; portanto, evite senhas óbvias, a exemplo da clássica 123456 ou sua própria data de nascimento. Prefira senhas mais complexas.
Outra dica é não usar senhas repetidas. Se sua senha para o desbloqueio da tela do smartphone for a mesma que a usada para desbloquear seu app bancário, você facilita a ação criminosa.
d) Jamais guarde senhas e documentos pessoais no smartphone
As dicas de senhas acima representam, claro, um impasse. Ainda mais se forem muito difíceis, porque você terá que se lembrar de todas elas. De qualquer forma, evite anotá-las no próprio celular ou mantê-las guardadas em conversas, por exemplo, no WhatsApp (muita gente guarda esse tipo de informação em um chat privado dentro do WhatsApp. Evite esse caminho). Avalie usar um gerenciador de senhas.
Documentos pessoais como fotos ou PDFs de RGs e CPFs não devem ser mantidos em sua caixa de e-mail. O acesso às informações contidas nesses arquivos torna mais fácil a criação de novas senhas bancárias por terceiros. Por isso, o recomendado é fazer uma faxina periódica em seu dispositivo
e) Logout
Saia sempre da sua conta bancária quando não estiver mais em uso. O hábito dificulta a ação criminosa já que, em eventual furto, a próxima tentativa de acesso pedirá senha, dentre outros dados pessoais e até o preenchimento dos campos agência e conta, a depender da instituição bancária.
f) Desative o acesso à internet na tela de bloqueio
O primeiro ato dos ladrões após o furto ou roubo de um celular desbloqueado é desligar a internet para que você não possa apagar seus dados remotamente. Por isso é importante memorizar a maneira como você pode desabilitar seu smartphone remotamente em caso de roubo para que os ladrões não consigam acessar seus dados. Entenda no próximo tópico.
No Android: procure no app de Configurações as opções para editar a tela de bloqueio e impeça o acesso ao painel de configurações (ou, pelo menos, ao Wi-Fi e à internet móvel)
No iPhone: vá em à Ajustes à Face ID e Código (ou Touch ID e Código). Role a tela até aparecer a opção “permitir acesso quando bloqueado”, e desative todas elas.
g) Fui roubado: apague TUDO remotamente
Acima, falamos dessa opção valiosa, mas que você precisa memorizar, lembra? Essa ação colabora para que você apague os dados do seu smartphone antes que eles sejam encontrados pelos ladrões. Aprenda:
No Android: seja veloz e busque um celular ou computador. Acesse android.com/find, faça login com seu e-mail e senha do Google. Aguarde aparecer o mapa com a localização do seu aparelho na tela, e clique em “limpar dispositivo”.
No iPhone: corra e encontre um celular ou computador. Acesse icloud.com, faça login com seu e-mail e senha e acesse a opção “Buscar iPhone”. Na próxima tela, você verá a localização do seu aparelho no mapa. Clique em “Apagar iPhone”.
Claro que essa situação toda é muito chata e a gente quer mesmo é que isso não aconteça, nem com você, nem com sua família e amigos.
Por isso, já compartilhe essas informações valiosas com quem você quer bem. Afinal, como já dizia o velho ditado, o seguro morreu de velho, hein!