É impossível desvincular a pauta da segurança digital e a sustentabilidade da construção de um mundo mais igualitário para todos e todas!
Diariamente, as relações humanas se transformam por conta da internet e dos meios digitais. Como consequência, a segurança com a conectividade global se torna mais complexa, especialmente, claro, para as nações mais carentes.
Durante um bom tempo, a internet era considerada um ambiente simples. Seu uso era apenas de navegação para comunicação e pesquisas, mas esse cenário mudou muito mesmo.
O digital, agora, é a interface onde as empresas e as pessoas fazem a maior parte das suas atividades diárias. Em razão dessa mudança de comportamento, é importante falarmos sobre este tema, já que navegar por computadores, tablets e smartphones acessando e-mails, sites e softwares digitais é uma ação corriqueira que envolve uma série de riscos – desde os financeiros aos de assédio moral, com consequências na saúde mental das pessoas.
Em 2022, 66% da população mundial esteve online, enquanto apenas 36% da população dos países menos desenvolvidos se conectaram à rede, mesmo assim, em menor segurança – os números, da União Internacional de Telecomunicações (ITU), demonstram que o abismo da inclusão digital é ainda bastante presente na atualidade.
Mas o que faremos com essa informação?
Vamos pensar juntos.
Segurança digital e sustentabilidade: qual a relação para o planeta?
A falta de mecanismos protetivos para a manutenção da segurança digital pode ter várias consequências que afetam diretamente a sustentabilidade de diferentes maneiras. Entenda:
1. Vazamento de informações pessoais e corporativas
Violações de segurança digital podem expor dados pessoais e empresariais. Isso não só compromete a privacidade das pessoas, mas também pode levar a ataques de phishing e roubo de identidade, com impactos financeiros e emocionais profundos.
Esse tipo de incidência pode exigir recursos significativos para mitigar seus efeitos, levando a desperdícios financeiros, de tempo e energia, fatores que afetam a sustentabilidade econômica e ambiental.
2. Infraestrutura digital e energia
A expansão da infraestrutura digital também pode despender muitos recursos – a manutenção de servidores, centros de dados e dispositivos conectados consome energia, e se esses sistemas não forem projetados e protegidos adequadamente, podem resultar em maiores perdas energéticas.
Sem contar que ataques cibernéticos bem-sucedidos são capazes de causar interrupções nos serviços online, exigindo esforços adicionais para restaurar a funcionalidade normal, o que também pode ser bastante oneroso.
3. Riscos ambientais associados à produção de tecnologia
A produção em larga escala de dispositivos eletrônicos, como computadores, smartphones e dispositivos IoT (Internet das Coisas), também tem seus impactos ambientais – consumo de recursos naturais, poluição do ar e da água durante o processo de fabricação e o descarte inadequado de produtos obsoletos, que podem conter materiais tóxicos.
Se a segurança digital não for priorizada, os dispositivos podem ser mais vulneráveis a ataques, resultando em ciclos de vida mais curtos e, portanto, maior acúmulo de desperdício eletrônico.
4. Impacto em infraestruturas críticas
Setores como energia, água, transporte e saúde dependem cada vez mais de sistemas digitais para operar eficientemente. Nesse cenário, a falta de segurança nessas infraestruturas pode resultar em interrupções graves de serviços essenciais. Por exemplo, um ataque cibernético a uma usina de tratamento de água pode contaminar o abastecimento de uma cidade inteira. As consequências podem ter efeitos de longo prazo na saúde das comunidades afetadas e no meio ambiente.
Os quatro eixos mostram como a segurança digital é, invariavelmente, um componente crucial da sustentabilidade global, pois ajuda a proteger os recursos limitados do planeta, reduz o desperdício de energia e de materiais e preserva a estabilidade das infraestruturas críticas necessárias para o funcionamento da sociedade moderna.
Criar meios para que pessoas e empresas estejam conectadas à internet não deve ser visto como fim, mas como meio.
Para que toda a experiência digital seja segura, saudável e protegida, nós, enquanto comunidade civil, precisamos fiscalizar a aplicação das regulamentações da internet, o comportamento das empresas que recebem os dados de pessoas físicas e jurídicas e, claro, nosso próprio comportamento na navegação.
Porque a construção de ambientes online seguros requer o compromisso de todos nós!