As mudanças climáticas decorrentes da ação humana em nosso planeta são um problema alarmante que tira o sono da comunidade científica há décadas. A discussão ganhou mais força e visibilidade com a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, tratado de 1992 sobre a existência e gravidade do fenômeno que ficou conhecido como Aquecimento Global.
Esse tratado, posteriormente, se desdobrou no Protocolo de Kyoto que passou a vigorar em 2005 e estabeleceu regras e metas por parte das nações para desacelerar os efeitos da mudança climática através de redução de gases de efeito estufa, sendo o dióxido de carbono (CO2) um dos principais.
Tecnologias para salvar o mundo
Os esforços para essa mudança são reais e passam por diversas esferas, desde óbvias como agricultura e ambientalismo, até outras não tão visíveis, como mobilidade urbana e tecnologia. É trabalhoso mudar a forma como grandes nações consomem, produzem e vivem o seu dia-a-dia, mas iniciativas inovadoras podem não somente substituir fontes intensivas em carbono, mas também aprimorá-las, oferecendo um ganho real tanto para o usuário quanto para o meio-ambiente.
Um bom exemplo deste tipo de tecnologia é o avanço recente no campo da produção de energia elétrica. Muitos países ainda dependem da queima de combustível fóssil como uma de suas fontes primárias na geração de energia elétrica, mas, nos últimos anos, outras iniciativas oferecem alternativa energética potencialmente abundante e limpa através de fontes como a energia eólica, solar ou ainda a embrionária fusão nuclear.
A fusão é um processo novo e diferente da fissão nuclear atualmente usada nas usinas termonucleares, mas ainda tem um longo terreno de pesquisa e desenvolvimento a ser percorrido antes de sua implantação. Empresas como a canadense General Fusion trabalham para criar aplicações comercialmente viáveis desse tipo de tecnologia para a produção de energia elétrica com o benefício de não produzir CO2 ou outras emissões atmosféricas prejudiciais e o potencial de abastecerem a humanidade por centenas de milhões de anos.
No campo da mobilidade, as emissões geradas pelo setor de transporte representam 23% do total mundial. Por esse motivo, uma possível popularização dos veículos elétricos tem o potencial de reduzir significativamente a emissão de CO2 para a nossa atmosfera, mas sua adoção ainda é lenta por diversos fatores, entre eles, a duração das baterias deste tipo de veículo e sua velocidade de carregamento.
Recentemente, descobertas científicas em relação aos materiais utilizados para a produção das baterias, prometem uma verdadeira revolução. Ao aprimorar seus materiais e métodos de construção, em um futuro próximo teremos baterias que duram sensivelmente mais do que as atuais e carregam muito mais rápido. A previsão é que uma carga inteira na bateria de um carro elétrico possa ser realizada no tempo em que você normalmente abasteceria seu veículo à combustão.
Cada um fazendo sua parte
Além de descobertas tecnológicas disruptivas e grandes esforços realizados pelas nações, empresas adotaram iniciativas de responsabilidade social e ambiental para somar esforços na redução do impacto humano no ambiente. Uma diminuição significativa na “pegada de carbono” por parte das empresas é possível e imensamente desejável, mas não é atingida do dia para a noite, exige um conjunto transversal de ações que combinam o uso de tecnologias com o aprimoramento de processos e investimentos em proteção socioambiental.
Um bom exemplo de que as ações precisam ter diversas abordagens para resultados efetivos e favoráveis no impacto ambiental é a iniciativa da Vivo, que promoveu uma renovação tecnológica de sua rede com a otimização de seus equipamentos, criação de rotinas de desligamento automático e adaptação do sistema de climatização das centrais telefônicas para a captação do ar, com maior aproveitamento da temperatura externa.
Medidas como essa reduzem o consumo de energia e otimizam o aproveitamento dos recursos naturais. Para dar o passo além, a empresa adquiriu seus primeiros veículos elétricos e promoveu o teste no uso de bicicletas elétricas para atendimentos específicos a clientes. Sobre o aprimoramento de processos, é urgente e necessário um esforço por parte das empresas no sentido de migrar a totalidade de seu consumo de energia para fontes renováveis.
No caso da Vivo a total migração para 100% de energias renováveis já aconteceu e culminou a redução de 50% das suas emissões em 2019. Essa migração para 100% de fontes renováveis, aliada à compra de créditos de carbono para neutralizar as emissões diretas que eventualmente não puderam ser evitadas, resultaram em um marco histórico para a Vivo que, em 2020, tornou-se a primeira Telecom Carbono Neutro do Brasil.
Em relação aos créditos de carbono, essa compra se deu através do investimento em iniciativas socioambientais, como o projeto de energia eólica Ventos do Araripe, que contribui para uma matriz energética brasileira mais limpa e gera legado positivo no território nacional com empregos e impacto socioeconômico no sertão nordestino; e o REDD+ Jari, que promove o manejo sustentável de recursos florestais em comunidades agroextrativistas para que elas tornem-se mantenedoras da floresta amazônica e evitem as emissões provenientes do desmatamento.
Com impacto positivo para a sociedade ao adotar um modelo de negócios sustentável, é imperativo que as empresas somem ativamente esforços às grandes nações no combate às mudanças climáticas decorrentes das ações humanas. Com cada um fazendo sua parte, todos ganham, principalmente o nosso planeta.