Lembra quando ninguém achava que o carro automático cairia no gosto popular e especialmente os homens acreditavam que a ausência da marcha colocava em xeque a tal virilidade masculina?
Pois bem. O mundo roda, e eis que a tendência anunciada lá atrás tornou-se natural. Hoje, o veículo com câmbio manual está perto de se tornar raridade, e a previsão é de que em poucos anos apenas os modelos mais baratos, voltados aos frotistas, deverão contar com essa opção.
Há 11 anos, 90% dos novos carros saíam das fábricas com a opção manual de câmbio. Em 2018, as máquinas automáticas já representavam 49% dos veículos vendidos, segundo dados da pesquisa desenvolvida pela consultoria Bright Consulting.
Agora, quem ensaia brilhar entre os mais vendidos é o carro elétrico. Mas o anseio ainda é ambicioso. Eles ainda não são tantos no mercado, e os modelos disponíveis são encontrados a valores acima (ou muito acima) da média dos demais. O investimento nos exemplares mais compactos pode ser inferior a R$ 160 mil. Modelos tradicionais custam entre R$ 200 mil e R$ 300 mil, enquanto os eleitos na categoria “luxo” passam dos R$ 400 mil.
De qualquer forma, nem a pandemia, com todas as suas restrições, inibiu alguns milhares de consumidores. Em 2020, foram comercializadas 19.745 unidades deles. No ano anterior, foram 11.858. O aumento nas vendas de um ano para outro foi de 66,5%, segundo dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).
Mas, ainda que seja um sonho distante para quem não tem o capital necessário para adquirir, isso não nos impede de conhecer quais as vantagens do carro elétrico. JAMAIS!
Elétrico. Certo, mas o que mais?
Só eletricidade mesmo. O veículo elétrico não conta com outras formas de “apoio” de combustível e pode ter mais de um motor, que precisa da energia armazenada em baterias quase sempre de íons de lítio.
São mais caros que os modelos a combustão porque contam com tecnologias complexas para seu desenvolvimento, e o valor de suas baterias ainda é bastante elevado.
Mais econômico ou não?
Muito. Para percorrer 100 km, um veículo elétrico consome cerca de 20 kWh enquanto um carro movido a combustão consome, em média, 10 litros de gasolina.
Tendo como base o estado de São Paulo e levando em conta períodos considerados normais na tabela de preços da energia elétrica e da gasolina (base de cálculo de novembro de 2021), a conta é a seguinte: o valor do kWh é de R$ 0,92 e o preço médio da gasolina, R$ 6,34.
Nessa situação, os 100 Km rodados por um carro elétrico custariam R$ 27,89( incluindo a bandeira tarifária vermelha) , enquanto o valor para o veículo a gasolina seria de R$ 63,40.
Pode lavar ou dá choque?
Essa pergunta ainda é recorrente, mas fique tranquilo! Seus elementos elétricos são isolados das baterias, portanto, não há riscos do contato direto com uma fonte de alta tensão.
As idas ao lava-jato e a exposição à chuva não representam qualquer perigo, e tanto as baterias quanto os motores, a cabine e todo seu sistema elétrico, são selados, justamente para que as lavagens não representem perigo.
O veículo elétrico ainda conta com um dispositivo que, em caso de pane ou acidentes, corta a corrente elétrica, que poderia gerar algum atrito.
Mas e a tomada?
O carro elétrico já vem da fábrica com carregadores próprios para uso doméstico, a peça é desenvolvida para que o uso nas tomadas residenciais seja seguro.
Mas quem tem pressa precisa se antecipar. Tomadas convencionais precisam ser aterradas e de 220 volts, situação que requer mais tempo para concluir a carga, nesse caso, entre oito e dez horas.
Quem deixa quase sempre tudo para a última hora vai precisar de carregadores mais velozes, que completam a carga em no máximo 60 minutos.
(Temos certeza que agora você já se perguntou. “Será que a bateria vicia como acontece com os smartphones?”. A resposta é: não!)
O ar-condicionado consome mais bateria?
Muito pouco. Todos os equipamentos eletrônicos do carro elétrico – como luzes, rádio e ar-condicionado – são alimentados por um dispositivo de 12 volts mantido pela bateria principal.
As baterias dos veículos eletrônicos mais recentes, aliás, já têm um desempenho e autonomia similares as dos carros a combustão.
E se acabar minha carga?
Empurre. Você estará exposto à mesma situação constrangedora quando acaba o combustível dos veículos convencionais, e não vai ter como fazer a famosa “chupeta” para recarregar o carro elétrico. Vai ser necessário encontrar uma fonte de abastecimento mesmo.
Lembre-se que, como já alertamos por aqui, a chamada pane seca pode render multa de R$ 130,00 e 4 pontos na carteira de habilitação.
Sustentabilidade
A popularização destes veículos é um passo importante para acelerarmos rumo à diminuição dos gases de efeito estufa, responsáveis pelo aquecimento global. E a boa notícia é que, nesse sentido, o Brasil está à frente nesta pauta: a maior parte da energia elétrica gerada por aqui é provida pelas usinas hidrelétricas, nossa matriz elétrica é, inclusive, a mais renovável do mundo!
Só para você ter a dimensão da coisa. A matriz elétrica de todo o planeta é majoritariamente não renovável, ou seja, requer a extração do petróleo, do carvão mineral e do gás natural, fontes que geram 77% da energia produzida para o consumo da população mundial.
Em nosso país, 82% da energia é obtida por meio de recursos naturais considerados inesgotáveis, a exemplo da luz do sol (energia solar), dos ventos (energia eólica), da água (energia hídrica), das ondas e marés (energia oceânica), do calor da terra (energia geotérmica) e dos biocombustíveis.
Neste cenário, países carentes de fontes renováveis terão que adotar maiores medidas para que a popularização dos carros elétricos se torne realmente ecológica; do contrário, a produção de energia elétrica continuará impactando significativamente o meio ambiente.
Fale a verdade! Deu aquela “vontadinha” de aderir a essa supertecnologia, não é mesmo? Se sim, conte para a gente nos comentários. Já aproveite e faça nosso QUIZ. Descubra que tipo de motorista você é no trânsito!