Compromisso sustentável: minha marca preferida está engajada?

8 de junho de 2022

De dez anos para cá, as discussões sobre compromisso com a sustentabilidade vêm ganhando cada vez mais adeptos no mundo todo.

Lutar por um planeta mais verde, mais justo e mais ético, que possa garantir segurança às gerações presentes e futuras, deixou de ser (que bom!) pauta considerada “hippie”.

Muita gente passou, por exemplo, a adotar condutas que até pouco tempo não eram comuns em nossas vidas. Lembra quando a gente jogava no ralo da pia todo aquele óleo usado para preparar a batata frita, sem nem saber dos efeitos na natureza?

Pois é. Agora, com novos aprendizados, mais informação e a conquista coletiva de novos níveis de consciência, esse é só um dos gestos que muita gente vem se autoimpedindo de reproduzir. Até porque dá um sentimento horrível de culpa!

Hoje, governos e organizações civis e privadas buscam se comprometer, por exemplo, com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, agenda de 17 metas proposta pela Organização das Nações Unidas (ONU) para proteger o planeta, acabar com a pobreza e assegurar a paz e a prosperidade para todos.

#PraTodosVerem: imagem colorida, mostra as 17 metas propostas pela ONU, para proteger o planeta, acabar com a pobreza e assegurar a paz e a prosperidade para todos. Na parte superior da imagem, o logo da ONU com o título em azul, “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável” com a letra “O” da palavra objetivo colorida. Cada uma das 17 metas está em um quadrado colorido em tons de vermelho, amarelo, azul, verde, rosa e cinza. A escrita e o número da meta em branco e uma figura ilustrando o que é a meta.
As metas são: erradicação da pobreza, fome zero, boa saúde e bem-estar, educação de qualidade, igualdade de gênero, água limpa e saneamento, energia acessível e limpa, emprego digno e crescimento econômico, indústria, inovação e infraestrutura, redução das desigualdades, cidades e comunidades sustentáveis, consumo e produção responsáveis, combate às alterações climáticas, vida debaixo d’água, vida sobre a terra, paz justiça e instituições fortes e a última, parcerias em prol das metas.

A vitória desses objetivos passa, invariavelmente, pela maneira como consumimos e as escolhas que fazemos. A começar pelas marcas que conquistam um espaço nas nossas prateleiras, armários, garagens etc. Aquelas que nos fornecem tecnologia para trabalhar, nos comunicarmos ou, como em uma assinatura de streaming, simplesmente nos divertirmos.

Ok. Já deu para entender que, se a partir de hoje você quiser realmente fazer parte do núcleo “soldados em missão por um mundo melhor”, você vai ter que começar a fiscalizar o compromisso sustentável das empresas das quais você consome. Por isso, este post vai te dar uma ajudinha.

Só que, antes de tudo, é necessário que a gente entenda o que é, afinal, uma empresa comprometida com as práticas sustentáveis.

Se você acha que é aquela que só colabora com o reflorestamento da praça da sua cidade ou a que vem reduzindo seus níveis de emissão de carbono, fique aqui que a gente te explica!

Compromisso sustentável: para além do lado “verde” da missão

Uma empresa sustentável é aquela que se preocupa com os recursos naturais, sim, mas que, ao mesmo tempo, não deixa de lado os chamados recursos humanos e financeiros.

#PraTodosVerem: fotografia colorida, capturada de um ângulo aéreo, o mapa do mundo está pintado no asfalto e seis jovens estão andando pelo mapa, em fila para à direita. A sombra de cada um reflete sobre o mapa. É como se, de maneira acessível, eles percorressem o mundo. Os jovens estão usando jeans e roupas com tons de vermelho, amarelo, cinza  e marrom, um deles está com uma mochila amarela nas costas.

Para fazer parte deste grupo seleto é necessário muito trabalho, até porque uma marca sustentável planeja suas ações econômicas com atitudes éticas e conscientes. Tudo isso para que possa gerar valor para a sociedade no todo, beneficiando, de alguma forma, todas as pessoas ao nosso redor.

Nesse cenário, o conceito de sustentabilidade corporativa está baseado em 3 pilares: econômico, ambiental e social. E, se você não quer compactuar com marcas que vêm negligenciando essas premissas, terá que estar atento às suas políticas nesses 3 eixos: ambiental, social e econômico.

Entenda!

Ambiental:

Ser sustentável é usar e reutilizar os recursos naturais disponíveis em uma taxa menor do que o tempo necessário para que eles se regenerem. É também se prevenir para que os impactos da atividade econômica do negócio não gerem danos para a natureza, na fauna e na flora.

Social:

Aqui, o foco são as pessoas e o bem-estar que a atividade econômica da empresa vai garantir a funcionários, fornecedores e clientes finais. Isso inclui a prevenção a acidentes e doenças ocupacionais que possam prejudicar a saúde física, mental e profissional.

O eixo também contempla uma pauta (felizmente!) muito presente hoje nas redes sociais: a diversidade. E isso tudo porque a inclusão de diferentes gêneros, raças, idades, nacionalidades, posição social, orientação sexual e outros grupos menos favorecidos nas organizações é poderosa para o progresso da sociedade no todo, e necessária para as mudanças que o mundo vem sofrendo.

#PraTodosVerem: fotografia colorida mostra três mulheres em uma sala de reunião, com os olhares voltados para a tela do computador. Duas estão sentadas, segurando uma caneta, e uma abaixada apoiando-se na mesa de madeira. Sobre a mesa um tablet branco, um bloco de notas e algumas folhas de sulfite.

Econômico

A sustentabilidade econômica contempla a capacidade de uma organização gerar valor de forma transparente, ética e equilibrada. Também parte do pressuposto de que as organizações capazes de gerir com responsabilidade os recursos naturais e humanos têm mais credibilidade frente aos próprios consumidores, portanto, mais segurança ou sustentabilidade financeira.

Mas essa não é uma máxima, até porque nem todo mundo é igual a você que, provavelmente, está preocupado se as marcas que consome vêm gerando valor para a sociedade. Esse processo passa, antes de tudo, pela cobrança dos consumidores e a aplicação das leis.

Certo. Mas como descobrir se minha marca favorita é sustentável?

Vamos lá. Abaixo, listaremos alguns caminhos:

Relatórios de sustentabilidade:

O relatório de sustentabilidade, também chamado de relatório ESG — do inglês Environmental, Social, and Governance (Ambiental, Social e Governança) – é a principal ferramenta que as organizações utilizam para relatar à sociedade, de forma voluntária, suas estratégias e desempenho nos aspectos ambientais, sociais e de governança corporativa, sejam eles positivos ou negativos.

Instituições sérias o publicam em seus sites todos os anos, mas o duro é encontrá-los, porque quase sempre ficam em locais de acesso menos favorecido nessas plataformas.

Busque pelos termos ESG ou Sustentabilidade ou ainda nas abas “Sobre” ou “Quem somos”. Se não estiver por lá, uma dica é descer até o rodapé da homepage – aquele espaço em que ficam quase sempre os contatos e informações institucionais das companhias. Há empresas cujos botões de acesso às suas políticas e princípios ficam por lá.

A Vivo tem um endereço exclusivo para quem busca informações sobre o seu modelo de Negócio Responsável, onde, inclusive, é possível encontrar o Relatório de Sustentabilidade.

Greenwashing

Falar em sustentabilidade na rede social e na embalagem de um produto é bem bacana mas será que minha marca favorita é sustentável mesmo?

Essa dúvida é, acima de tudo, legítima, porque tem muita empresa surfando na onda do discurso sustentável sem, de fato, colaborar para as mudanças necessárias no planeta – prática conhecida por Greenwashing.

Por isso, a fim de desmascarar os “falsos profetas”, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) lançou o Greenwashing, um guia para que as pessoas não se deixem enganar por organizações que usam o discurso da sustentabilidade apenas para ganhar o “ibope” de seus consumidores.

Por lá você vai ver de tudo. Desde produtos que se dizem “ambientalmente corretos” mas não especificam os dados científicos em que são baseados – como cosméticos que alegam ser veganos, mas não possuem certificados ou não explicitam ingredientes no rótulo – até aqueles com apelo irrelevante para quem procura por produtos com vantagens ambientais, como os que contêm avisos “Não contém CFC”: o uso da substância, por si só, já é proibido por lei, o que significa que o produto não é mais ambientalmente correto que qualquer outro da categoria.

Baixe e confira a pesquisa inédita do Idec com a análise de mais de 500 embalagens de itens de higiene, limpeza e utilidade doméstica que identificou dezenas de empresas brasileiras abusando de práticas enganosas e as convidou para readequarem seus rótulos.

Lista suja do MTE

Lembra do eixo humano do compromisso sustentável? Ele cabe muito bem aqui.

Em 2003, o Ministério do Trabalho e Emprego criou a lista suja do trabalho escravo, com os nomes das empresas flagradas explorando mão de obra análoga à escrava no país.

A lista passa por atualizações semestrais e os nomes autuados são mantidos na relação por dois anos. Se a empresa criminosa pagar todas as multas e se comprometer a adotar as exigências sociais e trabalhistas em acordo com o governo federal, seu registro é excluído da lista.

A atualização mais recente conta com 88 nomes. Para visualizá-los na íntegra, clique aqui.

Nessa “lista da vergonha” entraram, recentemente, donos de carvoarias, fazendas produtoras de açaí, propriedades ligadas à exploração de eucalipto e à atividade pecuária e plantações de café e feijão dos estados de Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul.

O Dialogando lembra que, no Brasil, é classificado como trabalho análogo ao escravo o trabalho forçado, a servidão por dívida, a exposição de pessoas a jornadas exaustivas e condições degradantes de trabalho que coloquem em risco a vida e a saúde dos cidadãos.

Esses 88 nomes são apenas uma pequena parcela assustadora de empresas que não tornam seus negócios úteis para a sociedade no todo. Que não geram valor para as pessoas, apenas para si mesmas. Se essas dezenas tratam seres humanos assim, imagine o que não fazem com o meio ambiente em prol de seus próprios interesses?

Esse cenário torna sua participação na cidadania efetiva para os avanços sociais rumo ao trabalho por um mundo, enfim, mais igualitário, justo e saudável para todas e todos.

Vale lembrar que notícias (não as falsas!) são um ótimo caminho de mantermos no radar as companhias envolvidas em escândalos de corrupção e posicionamentos pouco éticos ou discriminatórios. Mantenha-se sempre atualizado.

#PraTodosVerem: um retrato fotográfico colorido em que uma mulher segura em suas mãos uma esfera verde, estampada com o mapa do mundo, representando o cuidado que devemos ter com o nosso planeta. Ao fundo, aparecem seus braços e sua camiseta, branca.

Não hesite. Dê a busca nas empresas que recebem o seu investimento ($) e sua confiança e conte, nos comentários, quais flagrou por aí, no universo on-line, manchando a reputação de nosso país!

Fonte: Dialogando - Compromisso sustentável: minha marca preferida está engajada? Dialogando

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Newsletter

Receba nossas notícias e fique por dentro de tudo ;)

Nós utilizamos cookies para melhorar sua experiência em nosso site. Se você continuar navegando, consideramos que está de acordo com a nossa Política de Privacidade.

Telefonica