Se você trabalha em escritório ou faz faculdade, queremos sugerir que faça uma pausa para contar quantas pessoas negras dividem com você esses espaços. Mas não falamos das pessoas que ficam sempre de pé, trabalhando para que o cafezinho seja servido ou para que os banheiros da sua universidade estejam limpos. Pedimos para que observe aquele colega que está, pelo menos, na mesma posição que você.
Viu como é fácil perceber que, embora 54% da população brasileira se considere negra, segundo dados do IBGE, é como se essas pessoas estivessem em um portal desconhecido na vida cotidiana, não é mesmo?
Falamos de um grupo praticamente invisível nos mais altos cargos dos mundos corporativo, político e jurídico – realidade que explica absolutamente toda a configuração social e geográfica do nosso país: populações brancas mais próximas dos equipamentos públicos de lazer, saúde, cultura; e populações pretas fadadas à moradia em regiões que sequer contam com saneamento básico ou onde o transporte público demora mais para chegar e a insegurança física e alimentar imperam.
Tudo isso diz respeito a privilégios mantidos para as populações brancas desde o Brasil Colônia. Por isso, para falar sobre um assunto tão denso, foi necessário recrutar uma mulher necessária à frente da luta negra do nosso país, há décadas.
A convidada da vez
Falamos da carioca Jurema Werneck, ativista que se considera “tímida”, mas que, na verdade, está mais para uma intelectual poliglota descolada do eixo do samba do Rio de Janeiro.
Ela é diretora-executiva da Anistia Internacional no Brasil desde fevereiro de 2017, compõe o quadro da direção do Fundo Global para Mulheres, é médica e cofundadora da Crioula, organização da sociedade civil com 29 anos de trajetória na defesa e promoção dos direitos das mulheres negras e na construção de uma sociedade onde os valores de justiça, equidade e solidariedade sejam fundamentais.
Honra define esse bate-papo e é claro que você sairá daqui uma pessoa muito mais consciente depois de dar o play nesta edição do #TemConversaPraTudo!
Bora?