“As mudanças são tão profundas que, da perspectiva da história humana, nunca houve um momento tão promissor e, ao mesmo tempo, mais arriscado”.
A frase do professor Klaus Schwab, presidente do Fórum Econômico Mundial, resume o nível de expectativa global em torno da chegada da chamada 4ª Revolução Industrial.
Algo tão relevante que não se compara ao advento da máquina a vapor no século 17, à exploração da energia e combustíveis fósseis no século 19 e à automatização na década de 70.
A internet e os celulares marcam as mudanças recentes, mas, para Schwab, autor de um livro sobre o tema, essa revolução difere de todas as outras.
Estamos testemunhando o surgimento de tecnologias que interligam os mundos físico, digital e biológico, com impactos não só na indústria, mas em todos os segmentos sociais e econômicos, desafiando nossos conceitos sobre o que é ser humano”, diz.
Analistas preveem que no auge da 4ª Revolução as fábricas do futuro operarão apenas com os chamados sistemas ciberfísicos, que usam recursos computacionais como a Inteligência Artificial (IA) para controlar componentes físicos e otimizar processos.
Uma máquina da linha de produção, por exemplo, será capaz de prever falhas e iniciar sua manutenção de forma autônoma. Conectada a uma série de outros dispositivos por meio da Internet das Coisas (IoT), abrirá inúmeras possibilidades para ampliar a eficiência das corporações sem a limitação das instalações físicas.
Processos de logística, segurança, design de produtos e até mesmo o atendimento ao consumidor sofrerão grandes transformações, em uma sociedade em que tudo e todos estão conectados.
Processos de logística, segurança, design de produtos e até mesmo o atendimento ao consumidor sofrerão grandes transformações, em uma sociedade em que tudo e todos estão conectados.
O marco da 4ª Revolução Industrial será a entrada em operação da 5G, rede celular de nova geração com capacidade e tecnologia para suportar os requerimentos, número de usuários e volume de dados e transações dos 50 bilhões de dispositivos que devem estar conectados pela IoT em 2020.
100 vezes mais rápida que a conexão 4G e pelo menos 10 vezes mais veloz que a mais poderosa internet de banda larga já disponível, habilitará o download de um arquivo de 8GB em inacreditáveis 6 segundos.
Mas esse não será o único diferencial da estrutura que rodará atividades tão complexas como a comunicação entre carros autônomos e estradas ou mesmo cirurgias a distância.
Justamente para atender a essas demandas, a 5G foi desenvolvida com um tempo de resposta extremamente baixo, ou latência, no termo técnico, que designa o prazo que um pacote de dados leva de um ponto ao outro.
É o fim dos travamentos e delays. Esqueça também os congestionamentos de rede: a 5G poderá suportar até 1 milhão de dispositivos conectados ao mesmo tempo – por quilômetro quadrado!
Prevista parar entrar em operação experimental a partir de 2020, a rede 5G demandará investimentos de US$ 200 bilhões por ano até 2035, data em que alcançará um faturamento estimado em US$ 12 trilhões em bens e serviços, conforme dados do IHS Markit.
A velocidade da conexão corresponderá ao desenvolvimento de qualidade humana?
Ótimo questionamento, Karuna. Por isso é muito importante que o diálogo esteja sempre presente em nossa sociedade.