Elas estão por toda parte: Instagram, Facebook, Twitter e muitas outras redes sociais. São as fotos fofas dos filhos que os pais curtem compartilhar, desde o nascimento até os primeiros passos, gracinhas para a vovó e a alegria dos aniversários. No dia a dia, ficou muito fácil sacar o celular, registrar o momento e postar.
Mas é preciso analisar com cautela o que se publica, onde se publica e quem terá acesso a essas imagens e informações. Expor excessivamente a intimidade dos filhos pode colocá-los em perigo e trazer mais tarde questões sensíveis de privacidade para os pequenos. E mais do que isso: como estão eles mesmos conectados, é fundamental ensiná-los desde cedo a dosar essa exposição, alertando para as consequências.
“Hoje em dia, com a popularização das redes sociais, a exposição no ambiente digital passou a fazer parte da rotina de todo mundo, é uma forma de interação que permeia lazer, trabalho, estudo e convivência social, em que para se fazer presente, é imperativo se expor”, destaca o diretor de educação da ONG SaferNet, Rodrigo Nejm.
“Então, a principal questão não é mais se expor ou não, porque isso já acontece naturalmente, mas sim ter um olhar crítico e uma consciência acerca do que se está expondo, e atentar para a repercussão que aquilo pode ter a curto e longo prazos”, diz. “Será que o jovem que hoje publica suas fotos e brincadeiras vai se sentir confortável em ver aquilo na internet daqui a 5, 10 anos, ou mesmo será que aquela foto do filho que hoje é engraçada, amanhã pode ser motivo de bullying para ele?”, questiona.
Para Nejm, é fundamental que os pais tenham essa consciência, reconhecendo as dimensões que aquela exposição pode tomar, e transmitam para os filhos os mesmos cuidados, lembrando sempre que tudo o que é feito na internet deixa um rastro digital – e eterno. “Não são só os posts ou fotos que publicamos, mas também nossa navegação em sites é registrada, nossas curtidas, o que a gente assiste na Netflix, os aplicativos que baixamos, enfim, tudo está sendo monitorado e usado de várias maneiras”, acrescenta o diretor.
“Com a Lei Geral de Proteção de Dados, sancionada em agosto, essa utilização ficará mais clara para o usuário, pois as empresas agora são obrigadas a colocar de forma direta que tipo de dado está retendo e como será manuseado, além de obter permissão expressa do proprietário”, avalia. “Mas hoje, nosso histórico na rede já é consultado com vários propósitos, inclusive como parte de processos seletivos para contratações, muitas vezes sem que a gente perceba.
Então é muito importante que o conceito de reputação digital seja assimilado também pelos jovens, para que possam aprender a se preservar e proteger sua privacidade”.
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