Já reparou que algumas das tecnologias mais simples e úteis que usamos no dia a dia funcionam sem cabos, quase como mágica? E você sabe o que é infravermelho e o que ele tem a ver com isso? Do controle remoto da TV ao sensor da porta automática ou até o leitor de código de barras no supermercado, todos eles têm em comum essa tecnologia.
Essa radiação invisível para os nossos olhos está mais presente do que parece. É ela que transmite calor, ajuda a conectar continentes com fibras ópticas, apoia diagnósticos médicos e até dá visão noturna a câmeras de segurança.
É exatamente esse o nosso tema de hoje. Aqui, você vai ver:
- O que é o infravermelho;
- Como ele funciona;
- Diferentes tipos;
- Principais aplicações no dia a dia;
- Impactos da tecnologia na saúde.
Boa leitura!
O que é infravermelho e como funciona?

O infravermelho é uma forma de radiação eletromagnética. Ele ocupa a faixa do espectro que vem logo depois do vermelho, a última cor que conseguimos enxergar. Por isso o nome “infra”, porque ele indica que é menor que o vermelho.
Embora não seja visível, conseguimos senti-lo na forma de calor. Quando você fica ao sol ou se aproxima de uma lareira, parte daquela energia é transmitida por ondas infravermelhas.
Mas não é só calor: o infravermelho também transmite dados. Ele está em sensores de presença, em sistemas de automação, nas fibras ópticas que levam internet ao redor do mundo e até em tecnologias de segurança digital, como a biometria.
Quem descobriu a radiação infravermelha?
Toda tecnologia começa com uma boa dose de curiosidade científica. No caso do infravermelho, foi o astrônomo William Herschel quem fez essa descoberta, em 1800.
E sabe o que é mais interessante? O infravermelho foi descoberto meio que sem querer. O ponto de partida foi um experimento em que Herschel buscava estudar a luz solar usando um prisma e termômetros. Na prática, o experimento consistia em posicionar termômetros em todas as cores do espectro (violeta, azul, verde, amarelo, laranja e vermelho) refletidas a partir de um prisma.
O resultado surpreendeu. Mesmo depois da faixa vermelha, onde não havia luz visível, a temperatura ainda aumentava. Foi assim que Herschel percebeu que existia uma radiação invisível que carregava energia: o infravermelho. E com essa percepção, ele percebeu que a luz vai além do que conseguimos enxergar.
Esse estudo abriu caminho para que outros venham e sustentem as áreas da ciência e do desenvolvimento da tecnologia.
Quais são os tipos de infravermelho?
A gente pode nem ver a luz ali, mas a verdade é que (ainda assim) nem todo infravermelho é igual. Para os cientistas, ele é dividido em três diferentes faixas de comprimento de onda principais, cada uma com usos bem específicos.
Essa divisão ajuda a entender por que o infravermelho pode estar tanto em um tratamento médico quanto em um cabo de internet de alta velocidade. Olha só os tipos principais:
- Infravermelho próximo (NIR): vai de 700 nm até 1,4 μm. É usado em fibras ópticas e sensores.
- Infravermelho médio (MIR): entre 1,4 μm e 3 μm. Tem aplicação em análises químicas e exames médicos.
- Infravermelho distante (FIR): de 3 μm até 1 mm. É o mais associado ao calor que sentimos no dia a dia.
Quais são as aplicações deles no dia a dia?

O infravermelho parece invisível, mas está em quase todas as rotinas modernas. Desde tecnologias que usamos sem pensar até aplicações mais sofisticadas, essa radiação dá suporte a soluções simples e avançadas ao mesmo tempo.
Confira só em quais equipamentos tecnológicos que você tem infravermelho:
Controle remoto da TV
O clique que troca de canal em segundos acontece graças a feixes infravermelhos.
Leitores de código de barras
Comuns no supermercado, os leitores de códigos de barra usam o infravermelho para decifrar informações nos produtos.
Sensores de movimento
Elevadores e portas automáticas detectam presença com base nessa radiação. Elementos da casa inteligente também fazem uso de infravermelho.
Fibra óptica
A base da internet de alta velocidade depende da transmissão de dados pelo infravermelho.
Saúde
Tratamentos fisioterápicos usam o calor do infravermelho para aliviar dores e estimular a circulação, enquanto pesquisas médicas investigam aplicações em oncologia.
Que indústrias trabalham com a radiação infravermelha?
Se no dia a dia já encontramos tantos exemplos, imagine no setor produtivo. Diversas indústrias transformaram o infravermelho em aliado estratégico, seja para garantir segurança, melhorar diagnósticos ou aumentar a eficiência energética. Veja só quais são os setores que fazem uso:
Segurança e defesa
Câmeras térmicas e visão noturna em missões de resgate ou operações militares.
Automotivo
Sensores de proximidade e sistemas de condução autônoma.
Telecomunicações
A maior contribuição do infravermelho é a que faz você se conectar à internet. As fibras ópticas nada mais são que túneis em que informações percorrem em alta velocidade e por longas distâncias.
Varejo e logística
Leitores de código de barras funcionam geralmente com o infravermelho. Eles emitem a radiação, interpretam o padrão intrincado do sistema e indicam o preço de algo no mercado (ou a localização dos produtos).

Saúde
Diagnósticos por imagem e pesquisas em terapias inovadoras.
Energia e meio ambiente
Monitoramento térmico em edifícios e satélites que acompanham florestas, podem indicar queimadas ou ver se tem alguma atividade não permitida em matas mais densas e fechadas.
Quais são os efeitos biológicos do uso do infravermelho?
Apesar de ser muito comum o uso, o fato dessa onda atravessar alguns tipos de matéria, a depender do material e do tamanho da onda, faz com que algumas pessoas se questionem: “ok, e o infravermelho pode fazer mal para a saúde?”.
A resposta é que depende da intensidade e do tempo de exposição. No dia a dia, para começo de conversa, não há risco: os níveis emitidos por controles, sensores e dispositivos domésticos são baixos e seguros.
Já em ambientes industriais, onde há contato prolongado com fontes de calor intenso, os cuidados precisam ser maiores. Trabalhadores de fornos ou soldagem, por exemplo, podem sofrer efeitos na pele e nos olhos se não usarem equipamentos de proteção.
E há também o outro lado: em terapias médicas, o infravermelho pode trazer benefícios. Fisioterapias que usam doses controladas ajudam a aliviar dores, melhorar a circulação e acelerar a cicatrização de feridas.
Ou seja: estamos falando de uma radiação que exige cuidados em doses altas, mas que também pode ser uma aliada em tratamentos de saúde e quando é bem controlada.
Infravermelho: solução invisível, mas fundamental
O infravermelho é invisível, mas igualmente essencial para nossa rotina. Afinal, ele conecta ciência, história e tecnologia, estando presente em equipamentos domésticos simples e em soluções de ponta na saúde, na segurança e na comunicação global.
Mais do que um detalhe invisível do espectro da luz, o infravermelho mostra como a ciência pode transformar uma descoberta em soluções práticas que tornam a nossa vida mais segura, conectada e saudável.
E se você quiser continuar com a gente, seja com conteúdos sobre campos eletromagnéticos, sobre como funciona o Bluetooth ou até os tipos de biometria, saiba que o Dialogando está pronto para discussões, seja sobre o que é o infravermelho ou para como a internet pode transformar o mundo para melhor.
Até a próxima!
É incrível ver como a tecnologia evolui — uma simples luz hoje pode fazer muito mais do que iluminar. Valeu, Dialogando!