COP27: os desafios da Cúpula do Clima para o futuro do planeta

7 de novembro de 2022

Começou ontem (06/11), em Sharm el-Sheikh, no Egito, a 27ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (COP27). O encontro reúne, até o dia 18 de novembro, representantes oficiais de governos, empresas e da sociedade civil para discutir maneiras de enfrentar e se adaptar às mudanças climáticas.

O eixo principal dos debates nesta edição é o novo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), documento que analisa as vulnerabilidades, capacidades e limites do mundo e da sociedade para se adaptarem ao contexto de alterações promovido, em larga escala, pela interferência humana no meio ambiente.

O objetivo da COP27 é apresentar entre seus resultados soluções capazes de responder à escala do problema, mas no cenário atual, com a guerra na Ucrânia ainda em curso, os desafios são maiores do que os previstos há um ano, na edição ocorrida em Glasgow, na Escócia.

Entenda.

COP27 X Guerra na Ucrânia

#PraTodosVerem: fotografia colorida mostra uma cidade aparentemente abandonada, com prédios destruídos. A rua está cheia de escombros em um cenário desolador, após os ataques sofridos durante a guerra.

As mudanças promovidas no eixo climático após a invasão da Rússia à Ucrânia mudaram o curso das políticas globais para o clima, radicalmente. E isso porque os países da Europa dependeram, por décadas, de importações de combustíveis fósseis russos: só para dar conta da energia indispensável para aquecer casas, empresas e edificações públicas, o continente importava 40% do gás natural de Putin.

Mas o frio rígido do velho mundo tem data marcada, e as autoridades políticas não puderam esperar para buscar novas alternativas.

Para aumentar a segurança energética, muitos países do continente buscaram fontes alternativas de combustíveis. Este movimento acelerou e deu maior relevância a projetos de produção e distribuição de energia que nem sempre são sustentáveis. Caso da Alemanha, Itália, Áustria e Holanda, parte dos países que anunciaram a reativação de usinas de carvão para gerar energia. 

Mas qual o problema do carvão mesmo?

#PraTodosVerem: retrato colorido das mãos de uma pessoa segurando pedaços de carvão. As mãos estão escuras justamente por conta da cor dos minerais. O carvão é preto e seus pedaços se assemelham a pedras.

O carvão mineral é um combustível de origem fóssil não renovável – mais especificamente, uma rocha sedimentar encontrada no subsolo em depósitos de origem orgânica, de milhares de anos. A parte do “não renovável” trata dos recursos naturais que terão um fim, seja em um futuro próximo, ou de médio a longo prazo.

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o carvão mineral é o combustível fóssil com maior disponibilidade no mundo e uma das primeiras fontes de energia usadas pelo homem. É também uma das mais poluentes opções. Por isso, desde 2016 mais da metade das usinas do continente europeu anunciaram seu fechamento, mas, ainda assim, o carvão mineral manteve-se responsável por 40% da produção de energia elétrica mundial.

Agora, a retomada europeia pela operação com o combustível fóssil gera enormes preocupações, já que o bloco colocou em xeque os planos de cortar 55% de suas emissões de CO² até o final desta década – lembrando que o gás carbônico é um dos maiores vilões da emergência climática, por ser um gás de efeito estufa, que contribui para o aumento da temperatura do planeta.

COP27: para além da crise de energia

#PraTodosVerem: fotografia colorida de um grupo de crianças, formando um círculo, vestindo tons de verde. Em união, estão levantando um globo terrestre, como se segurassem o futuro em suas mãos. Ao fundo, uma praia e toda a beleza de sua natureza, as ondas estão quebrando na areia.

A COP27 também vai chamar a atenção para a necessidade de implementar e ampliar os objetivos do histórico Acordo de Paris, criado em 2015 como resultado da COP21, na capital da França. Acordo esse que estabeleceu um compromisso de líderes mundiais para conter as mudanças climáticas, ainda sem grandes avanços.

Na pauta da COP27 estará também o aumento de eventos naturais extremos, como inundações e secas, combate que dependerá de recursos e a injeção de bilhões de dólares na economia, especialmente de países em desenvolvimento.

O país anfitrião da conferência, o Egito, já declarou que a assistência financeira às nações emergentes deve estar no topo da agenda. 

#PraTodosVerem: imagem colorida do planeta Terra no espaço com continentes florescendo grama. Parte dele aparece entre nuvens que estão se dispersando.Ao fundo, a imensidão do universo.

Pavilhão Brasil

A COP27 conta com o pavilhão oficial brasileiro sobre mudanças climáticas iniciado ontem mesmo com o slogan “Brasil – Energia Verde”, tema principal apresentado pela delegação de nosso país.

No entanto, a busca dos representantes do governo por divulgar nossa matriz energética limpa vem causando polêmica nos bastidores do movimento ambiental.

Ativistas e estudiosos declaram que o mundo quer saber de “outro lado do Brasil”. Pedem transparência nos dados entregues sobre o desmatamento e os crimes ambientais, bem como os ocorridos na chamada Amazônia Legal.

Segundo dados do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados em agosto, o desmatamento ilegal na Amazônia chegou a 8.590 km² de agosto de 2021 a julho deste ano. Este é o quarto maior índice da série histórica e indica uma taxa oficial de desmatamento acima dos 10.000 km², acumulada em quatro anos consecutivos.

Confira a programação oficial do Palco Brasil no link.

Quem pode participar?

Infelizmente, o evento não é transmitido ao grande público, mas você pode acompanhar as últimas notícias aqui.

Podem se inscrever para participar das sessões da Convenção membros das Nações Unidas, organizações e agências relacionadas, a imprensa, além de organizações sem fins lucrativos com status de observadores.

Por aqui, ficamos mais uma vez ansiosos para que esta edição avance nessa pauta necessária para a manutenção da biodiversidade e da vida humana na Terra. Esforços que devem unir os setores públicos, privados e da sociedade civil para mitigar os danos causados pela trajetória e evolução das comunidades do planeta.

Entenda, no post, como fiscalizar as ações sustentáveis de suas empresas favoritas e aproveite para conhecer o último Relatório de Sustentabilidade da Vivo aqui.

Fonte: Dialogando - COP27: os desafios da Cúpula do Clima para o futuro do planeta Dialogando

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