Cigarro eletrônico: por que eliminá-lo da sua vida?

27 de março de 2023

É, os tempos mudaram. Há cerca de 10 anos, era comum flagrar por aí muita gente soltando a fumaça tragada dos cigarros convencionais, que hoje, ganharam um toque de “sofisticação” com o cigarro eletrônico.

Só que o cigarro convencional foi ficando cada vez mais caro, e os níveis de consciência aumentaram muito quando a lei nº 12.546/2011 – que proíbe o fumo de produtos derivados do tabaco em locais fechados – entrou em vigor, em 2014.

E que bom, porque a nova cultura antitabagista dá um refresco para os pulmões dos cofres públicos. Entenda a dimensão da coisa toda!

O Brasil gasta cerca de R$ 125 bilhões por ano com tratamentos para doenças e incapacitações provocadas pelo tabagismo. Dinheiro público que poderia ser investido em eixos estratégicos do nosso país, como a educação, por exemplo.

Mas, na luta contra o vício, muitas pessoas estão aderindo ao cigarro eletrônico – também conhecido como vape ou e-cigarro – para parar de fumar.

Há ainda casos em que muitos se aproveitam das facilidades proporcionadas por locais que ainda toleram o uso dos cigarros eletrônicos e narguiles em locais públicos, contrariando a lei, já que estabelecimentos como bares, restaurantes, baladas, shopping centers e similares precisam ter espaço reservado para quem consome qualquer produto fumígeno.

No Brasil, a venda desses dispositivos é proibida, mas há países em que seu uso é regulamentado como alternativa de risco reduzido em relação ao cigarro convencional. Mas será que esse é o melhor caminho mesmo?

Vamos entender!

Cigarro eletrônico, e-cigarro, vape: composição

#PraTodosVerem: fotografia colorida de um conjunto de cigarros eletrônicos descartáveis ​​coloridos de diferentes formas, sobre um fundo branco.

O cigarro eletrônico é um dispositivo alimentado por bateria, baseado na vaporização, sistema em que o usuário inala o vapor. Conta com um recipiente para a inserção de cartucho ou refil contendo nicotina líquida, disponível nas concentrações que variam entre zero e 36 mg/ml (ou mais, em alguns casos).

Seu atomizador é responsável por aquecer e vaporizar a nicotina, e o sensor acionado durante a tragada provoca a ação do microprocessador responsável por ativar a bateria e a luz de led que, se existir no modelo, simula a brasa do cigarro durante a tragada.

Embora proibido no país, infelizmente é possível adquiri-lo, sem grandes esforços, nas plataformas digitais e comércios de rua ambulantes.

Cigarro eletrônico “sem nicotina”

A venda das versões “sem nicotina” também é proibida no Brasil, porque esses dispositivos escondem, por trás de uma imagem de “bonzinhos”, enormes vilões.

Segundo a Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT), muitos cigarros eletrônicos vendidos nas plataformas digitais não entregam a lista de substâncias reais contidas no líquido carburado pelas tragadas, o que torna o conhecimento da composição exata dos produtos consumidos impossível.

Um fator que vem preocupando especialistas é que esses modelos atraem cada vez mais jovens que nunca nem tinham consumido o cigarro convencional na vida.

O uso do cigarro eletrônico entre os jovens no brasil

#PraTodosVerem: fotografia colorida de um jovem adolescendo de pé, à frente de uma parede marrom, fumando um vape. Ele usa boné, uma blusa vermelha por baixo de um casaco sem manga, acolchoado, e calça de moletom.

Dados do levantamento Covitel (Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas não Transmissíveis em Tempos de Pandemia), divulgados no ano passado, dão conta de que 1 a cada 5 jovens entre 18 e 25 anos usa o dispositivo.

De acordo com oInstituto Nacional de Câncer (Inca), o risco de experimentação de cigarro convencional é quatro vezes maior em usuários do vape.

Com ou sem nicotina, esse número traz um alerta, já que os malefícios à saúde vêm das diversas substâncias presentes na fumaça, como propileno-glicol, glicerina, aldeídos e metais voláteis, entre outras substâncias –  algumas, inclusive, cancerígenas, mesmo sem a presença da nicotina.

Evali – a doença proporcionada pelo uso do vape

O vape, umas das inovações mais inconsequentes do mundo da tecnologia, trouxe com ele uma nova doença na extensa lista de patologias de ordem respiratória: a Evali, nome definido como uma sigla para E-cigarette or Vaping product use-Associated Lung Injury’ – ou, lesão pulmonar associada ao uso de cigarro eletrônico.

A Evali foi encontrada pela primeira vez em 2019 e a hipótese mais provável é que ela se desenvolva por meio do diluente utilizado no dispositivo, capaz de causar uma reação inflamatória nos pulmões e, como resultado, quadros de insuficiência respiratória que podem levar pacientes até para a UTI.

Consequências do uso do cigarro eletrônico

Deu para entender que o cigarro eletrônico faz mal, independentemente de sua versão, mas, para te convencer dos riscos, há outros fatores, complicações e doenças a que estão expostos seus usuários que queremos mostrar:

  • O uso de e-cigarros está associado à metade do risco de infarto do miocárdio em comparação com o tabagismo tradicional;
  • Assim como os usuários de cigarros convencionais, usuários de vapes também estão mais predispostos a desenvolver diversos tipos de câncer – principalmente de pulmão, esôfago, estômago e bexiga, além de doenças pulmonares como o enfisema, dentre outras doenças cardiovasculares; 
  • . De acordo com a Associação Médica Brasileira (AMB), os cigarros eletrônicos causam uma dependência mais rápida e muito mais intensa que os convencionais, em especial os com formato de pen drive.

Quero parar de fumar, mas como?

#PraTodosVerem: fotografia colorida mostrando o close das mãos de uma mulher jogando um maço de cigarros em uma lixeira à frente de uma parede rosa.

A orientação de especialistas para vencer o tabagismo é uma só: buscar ajuda médica.

Os tratamentos buscam repor a nicotina por meio de adesivos e gomas de mascar associados ao uso de medicamentos antidepressivos específicos e à terapia individual ou em grupo.

Segundo especialistas, ainda que haja saída não medicamentosa para vencer o vício, há casos em que a união das três medidas em conjunto pode garantir maior eficácia do tratamento.

Muitas pessoas não sabem, mas o SUS disponibiliza tratamento contra o tabagismo em todos os níveis, em abordagem que inclui 5 etapas:

  • Investigação sobre a relação do usuário com o tabaco;
  • Avaliação da vontade de parar de fumar;
  • Aconselhamento à cessação do tabagismo, com mensagens claras e individualizadas;
  • Preparação para a cessação;
  • Acompanhamento e organização do suporte.

Se você é fumante, não deixe o tratamento para depois. Procure pelo SUS, porque quanto mais cedo iniciar o tratamento, mais fácil será sua recuperação.

Por seu pulmão mais saudável e o dinheiro público investido na melhoria da saúde social de nosso país!

Fonte: Dialogando - Cigarro eletrônico: por que eliminá-lo da sua vida? Dialogando

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