O impacto da tecnologia na primeira infância

1 de dezembro de 2016

Cenário. Uma criança na primeira infância, cerca de um ano, aprendendo a engatinhar, encontra um celular no meio do caminho. Sem estranhamento nenhum, pega o objeto, coloca na orelha e balbucia algo parecido com “alô“. Olha novamente para a tela e sabe exatamente qual é o botão que acende sua luz.

Quem tem contato com bebês que estão na primeira infância, de zero a três anos, sabe que essa é uma cena recorrente e impressionante. Ficamos pensando no que leva uma criança tão pequena a ter tanta facilidade com dispositivos que ainda são um mistério para uma geração mais velha.

Independentemente de qualquer explicação, o fato é que 38% das crianças com menos de 2 anos usam algum tipo de dispositivo móvel para entretenimento. Este dado foi comprovado em um estudo divulgado pela Commom Sense Media.

E com números tão expressivos, quem participa da educação de crianças se depara com um questionamento ainda mais profundo. Será que esse envolvimento profundo com a tecnologia desde os períodos mais iniciais da vida ajuda ou atrapalha o desenvolvimento infantil?

Benefícios ou malefícios?

Essa é uma pergunta que divide as opiniões na comunidade de pais e de profissionais especialistas, entre psicólogos, médicos, educadores.

Algumas instituições de peso são categoricamente contra. A Academia Americana de Pediatria e a Sociedade Canadense de Pediatria declararam enfaticamente. Crianças de zero a dois anos não devem ter contato nenhum com qualquer tipo de tecnologia.

E os resultados de algumas pesquisas colaboram com essa posição demonstrando alguns dos efeitos negativos dessa interação. A agência de Saúde Pública da Inglaterra comprovou que o uso da internet em excesso prejudica a saúde mental das crianças.

Outro estudo realizado na Universidade de Alberta mostra que as chances de obesidade infantil aumentam em 1,47 se a criança tem acesso a algum gadget ou computador.

Já quem defende os benefícios da tecnologia no desenvolvimento infantil confia que o equilíbrio é a peça-chave, uma vez que fugir completamente das telas, aplicativos e jogos é um tarefa árdua para todos os envolvidos.

Apesar de reconhecerem que as crianças dessa idade aprendem melhor explorando o mundo real, interagindo com o espaço “3D“, muitos enxergam uma oportunidade real de aprendizado para os pequenos a partir da exposição à tecnologia.

Mas é claro que existem algumas ressalvas. Limitar o tempo de uso de celulares, tablets ou computadores é uma delas. É preciso também selecionar conteúdos produzidos especialmente para a faixa etária da criança e, o mais importante, acompanhar e interagir com a criança para ajudá-la a fazer a transição entre o que ela vê na tela e na realidade à sua volta.

Equilíbrio

Mesmo que polêmica, essa discussão nos deixa uma lição importante. Pais e os demais profissionais que lidam com a primeira infância precisam colocar os dados e as opiniões de ambos os lados na balança e concluir qual é a melhor maneira de tratar o assunto da tecnologia com os pequenos.

Pensar, discutir e agir de maneira intencional quanto à essa questão é parte fundamental para que a tecnologia colabore com o desenvolvimento das crianças.

Fonte: Dialogando - O impacto da tecnologia na primeira infância Dialogando

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