As mulheres são as maiores vítimas de abusos online

19 de abril de 2017

Os sites de relacionamento estão virando mania. Não é para menos. É cada vez maior o número de pessoas que contam para todo mundo que encontraram a tampa da sua panela, a outra metade da maçã, a cara-metade pela internet. A lógica matemática explica o sucesso. Em um único dia num site ou aplicativo desse tipo, é possível começar a conversar com um punhado de pessoas. Estatisticamente, uma hora dá certo. Afinal, quantas pessoas novas e potencialmente interessantes conhecemos em um mês na vida off-line?

Só que na vida toda faca tem dois gumes. Se é maior a chance de conhecer alguém bacana, é igualmente enorme a possibilidade de conhecer gente sórdida, mal-intencionada e, para usar um termo genérico, maluca. Dizer não para alguns homens na internet pode ser sinônimo de pesadelo – como se a mulher tivesse cometido um crime hediondo por simplesmente não o querer. Elas já são há séculos vítimas da hegemonia do sexo masculino, responsável por mortes, abusos e estupros. Agora, eles estão à solta na internet, ou seja, a qualquer hora, em qualquer lugar. Vale ressaltar aqui que não estamos falando de todos os homens, sabemos que nem todos agem dessa forma.

Mas as mulheres estão cada vez mais atentas.

A americana Alexandra Tweten criou no Instagram uma conta chamada “Bye, Felipe” para compartilhar as mensagens agressivas, estarrecedoras até, de homens que não aceitam um não como resposta. A ideia é polêmica, mas tem como intuito lutar contra esses abusos online. A iniciativa mostra a quantidade de mulheres alvo de agressores – ameaçadores não só nas palavras, mas também nos atos, contra mulheres com quem jamais tiveram nada. Ela conta, por exemplo, a história de uma que teve seu nome, foto e telefone usados numa conta falsa de um aplicativo como garota de programa. Sua vida virou um inferno, simplesmente porque ela não quis namorar seu agressor. Lembrando que nesse caso, é uma dupla violência, contra a mulher e contra as prostitutas que também devem ter direitos e dignidade respeitados.

Há histórias mais assustadoras. Se um homem com esse perfil tem algo de conhecimento e consegue acesso ao computador da mulher que não o quis, ele consegue rastreá-las em tudo que faz. Basta um e-mail para que ele instale no computador de sua vítima programas capazes de copiar cada letra que ela digita – inclusive senhas – e ler seus e-mails. Ele pode postar o que bem entender em grupos de que ela participa ou xingá-la diretamente nesses espaços. Pode inundar o computador dela com spams e vírus e, ao descobrir seu endereço físico, são capazes de ir mais além no seu ódio.

Segundo pesquisas realizadas nos Estados Unidos, 40% das pessoas já passaram por algum constrangimento na internet, sendo que 37% delas sofreram ameaças físicas, incluindo sexuais. A incidência é maior sobre quem está entre 18 e 24 anos. Desse grupo, 70% já passaram por essa situação. As mulheres são as maiores vítimas, sendo que uma em cada quatro já foi perseguida online, e 38% das agressões vieram de homens que não conheciam pessoalmente. Pior, um quarto delas nem sabe quem as atormentava.  Uma em cada três se declarou prejudicada socialmente em sua imagem, um dano difícil de medir, mas de efeitos duradouros. Todo cuidado é pouco.

Para dados específicos do Brasil, acesse aqui.

Para dados internacionais sobre assédio online, clique aqui.

Fonte: Dialogando - As mulheres são as maiores vítimas de abusos online Dialogando

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