Setembro Amarelo: a relação entre redes sociais e ansiedade

Desde 2015, durante todo o mês de setembro, acontece a campanha “Setembro Amarelo”, uma iniciativa do Centro de Valorização da Vida (CVV), do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), com o objetivo de prevenir e conscientizar as pessoas a respeito da saúde mental, promovendo debates sobre depressão, ansiedade e suicídio.

Nos últimos anos, ansiedade e depressão são os sintomas mais comuns em adolescentes e pré-adolescentes, como apresentado no documentário The Social Dilemma (O Dilema das Redes Sociais, em português), produzido pela Netflix.

O documentário aponta que houve um crescimento de depressão e ansiedade em adolescentes entre 2011 e 2013, época em que as redes sociais e os aplicativos começaram a ficar disponíveis em aparelhos celulares, transformando-os em smartphones. O número de jovens atendidos em hospitais, porque tentaram se machucar ou se cortaram, aumentou 62% entre os adolescentes (de 15 a 19 anos) e 189% entre os pré-adolescentes (dos 10 aos 14 anos).

Abandonar as redes sociais é o mais correto?

Quando conversamos com a psicóloga e coordenadora da pós-graduação em Suicidologia da USCS, Karina Fukumitsu, ela nos relatou que tratar este assunto como tabu pode ser prejudicial para a situação:

“Felizmente, existe maior abertura para falarmos tanto sobre depressão quanto sobre suicídio”, comenta e complementa: “Percebo maior conscientização brasileira no que diz respeito à saúde mental, ao bem-estar e ao acolhimento do sofrimento”.

Já a Dr.ª Lais Lundstedt Kahtalian (@almanaquepsi), psiquiatra pelo IAMSPE e docente da pós-graduação em Suicidologia da USCS, não aconselha a total exclusão das redes sociais ou dos smartphones, mas sim um maior controle sobre o tempo de uso das redes e dos dispositivos em geral. A conversa pode ser conferida no nosso podcast sobre Setembro Amarelo no Spotify ou no player acima!

Controlando o tempo de uso

Existem diversos aplicativos como o Offtime, por exemplo, que permite que o usuário configure um tempo limite para uso de cada aplicativo, além de gerar relatórios detalhados do tempo gasto no smartphone. Porém, se o sistema operacional do smartphone é iOS ou Android, não é preciso instalar aplicativos adicionais: os sistemas mais atuais já possuem essas funções.

Em celulares Android, no menu Configurações, existe um submenu chamado Bem-estar e Controle dos Pais. Com esta função, é possível monitorar o tempo de uso de cada app, saber quantas notificações foram recebidas, quantas vezes a tela do aparelho foi desbloqueada, além de poder configurar limites de uso diário.

Já em smartphones com sistemas iOS, no menu Ajustes existe um submenu chamado Tempo de Uso. Esta função possui as mesmas funcionalidades do Android: relatórios de tempo de uso por aplicativo e configuração de tempo limite diário.

Tecnologia como aliada na saúde mental

A tecnologia, usada de forma consciente e moderada, pode ser uma aliada em relação à saúde mental. Durante a quarentena, por exemplo, aplicativos de videochamada proporcionaram conexões com amigos e familiares distantes e até mesmo sessões de terapia a distância. Aplicativos de mensagem, como WhatsApp e Messenger, nos permitem conversar em tempo real diariamente com pessoas do mundo todo.

Karina aponta que a agilidade que a tecnologia nos proporciona também pode ser um fator decisivo durante uma situação de crise de ansiedade:

“A agilidade que a tecnologia oferece na hora de prestar socorro é importante, pois a comunicação por meio do ambiente digital pode auxiliar nas situações de crise, já que em poucos minutos podemos realizar o encaminhamento necessário”, finaliza.

No CVV (Centro de Valorização da Vida), é possível conversar em tempo real com um voluntário treinado para prestar apoio emocional, por meio de chat, e-mail ou telefone, todos de forma gratuita.

Porém é importante ressaltar que qualquer diagnóstico e possíveis tratamentos necessitam de acompanhamento médico qualificado, como psicólogos ou psiquiatras. O SUS (Sistema Único de Saúde) está apto a oferecer assistência às pessoas com necessidades de tratamento e cuidados específicos em saúde mental, por meio dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).

Fonte: Dialogando - Setembro Amarelo: a relação entre redes sociais e ansiedade Dialogando

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