No mês da consciência negra, você já se perguntou por que tem pessoas, inclusive que sofrem as consequências do racismo institucional, que não se preocupam com a data? E, pior, perpetuam preconceito? Tudo isso faz parte da falta de letramento racial, tomada de consciência importante para muitos, inclusive o Tadeu França.
Acompanhe com a gente hoje a história do Tadeu e como a internet foi essencial no processo de identidade e empoderamento dele. E veja, também, como fazer uso desse meio para se informar e quebrar com preconceitos, não só neste 20 de novembro como durante o ano todo.
Vamos nessa aprender mais com ele sobre como podemos ser antirracistas e trabalhar para um mundo melhor e mais justo?
O processo do Tadeu na descoberta da sua racialidade
Neste vídeo especial gravado para o Dialogando, o Tadeu conta que, quando pequeno, ele se sentia em um “não lugar”. Isso porque ele era muito negro para ser considerado branco, mas muito branco para ser considerado negro.
Este é o caso de muitos brasileiros e brasileiras, uma vez que a miscigenação do nosso povo faz com que muitos não conheçam os traços ligados à negritude e, por isso, não se reconheçam como negros. No entanto, essa falta de conhecimento faz com que as pessoas encontrem um limbo, uma vez que elas também não figuram entre os brancos. Sendo assim, o que elas são?
Foi a partir dessa busca de se encontrar que Tadeu começou, em 2014, 2015, a achar conteúdos na internet que o auxiliaram nessa compreensão. E foi a partir daí que ele conheceu um mundo novo. Isso porque ele se enxergou como parte de algo.
“A internet me ajudou muito com vídeos explicando o colorismo, como a sociedade trata as pessoas com o meu fenótipo. Foi assim que eu saí de um ‘não lugar’”. Ele reforça que foi esse o ponto de mudança em sua vida, porque o letramento racial permitiu que ele se libertasse.
“Pessoa negra com letramento racial não se deixa ser levada a acreditar que ela é incapaz, que não é bonita, que é inferior ou deve ficar em posições mais baixas”. E foi esse conhecimento que o ajudou. Ele entende que os poderosos que perpetuam preconceitos não querem que as pessoas negras adquiram esse saber, em especial as “não retintas”. Afinal, ter essa consciência é transformador.
Como apoiar a luta das pessoas negras?
O Tadeu citou como a internet o libertou e o fez enxergar quem ele é. E nesse dia da consciência negra, vale reforçar medidas que auxiliam na luta antirracista de todos nós. Por exemplo:
Acompanhe influenciadores negros
O Tadeu França é um exemplo. Mas quantos não são os homens e mulheres que estão nas redes, reforçando a luta e a visibilidade que o racismo estrutural teima em negar para tantos que fazem a diferença?
Leia autores negros
Você quer leituras que podem trazer reflexões profundas? Então experimente ler:
- Um defeito de cor, da Ana Maria Gonçalves;
- O avesso da pele, do Jeferson Tenório;
- Torto Arado, do Itamar Vieira Junior;
- Olhos d’água, da Conceição Evaristo;
- Quarto de despejo, da Carolina Maria de Jesus ;
- Quando eu me descobri negra, da Bianca Santana.
Estes são só alguns dos exemplos de leituras de autores negros que falam sobre a condição do negro no Brasil, a construção da própria identidade e como a escrita consegue transmitir tantas realidades em contextos diferentes, mas unidas pelo racismo estrutural que os une, mas que deve ser combatido.
Compre de empreendedores negros
Nesse texto sobre o dia da consciência negra, nós já falamos da importância de apoiar empreendedores que estão fazendo a diferença e que vale conhecer. Na sociedade em que vivemos, o dinheiro dá o poder para que muitos negócios e iniciativas prosperem e possam dar a autonomia para muitas pessoas que foram marginalizadas na história.
De banco a plano de saúde, consultora financeira ou até podcasters, apoiem esses empreendedores que estão fazendo a diferença.
Faça uma avaliação sincera das suas atitudes
O Tadeu reforçou muito a importância da autoavaliação. “No dia da consciência negra, como está o seu letramento racial? Como você vai celebrar a data? Que atitude antirracista você tá adotando?” Isso porque, como ele falou, “o antirracismo é ação, é movimento”. Se não, não adianta nada ter o conhecimento e não fazer com que ele tenha um reflexo mínimo na sociedade.
Quem é o Tadeu França?
O Tadeu é pai do Augusto e do Hugo. Ator, criador de conteúdo, palestrante e, também, um homem negro. No Instagram, você o encontra como @otadeufranca. Lá ele fala de paternidade antirracista, de edução e divide a sua história para inspirar muita gente.
“Se essa história de uma criança negra que se invalidou, negou os seus próprios traços para tentar pertencer e caber — e que só na vida adulta começou a entender a importância da própria beleza e dos seus traços, para que as próximas gerações não repitam os mesmos ciclos — tocou você, então compartilhe esse vídeo e essa história”.
O desejo do Tadeu França é que a gente possa refletir para que a consciência negra seja positiva e revolucionária para a nossa sociedade como um todo. E nós, do Dialogando, concordamos com ele. E você? Vamos nessa, não só hoje como em todos os dias do ano?
Até a próxima!
Que conversa importante, forte e delicada!
Acompanho o Tadeu nas redes, ele eh incrível!
E sim, as redes são um super canal pra aprendermos e nos construímos como pessoas que são antirracistas na prática, pq saem do seu lugar de “quem vai me ensinar?” para o de: aprendo, penso, repenso, me questiono, leio e… Mudo!