Desde o anúncio da pandemia por COVID-19, a recomendação que temos é manter o isolamento social e reduzir a circulação e o contato físico entre as pessoas. Farmácias, hospitais e supermercados permanecem abertos por serem considerados serviços essenciais. Já cinemas, shoppings, teatros e parques estão fechados seguindo as determinações do governo de cada estado do país.
Com a quarentena em vigor, todos os momentos de lazer estão acontecendo dentro das nossas casas: filmes, shows, jogos e até passeios por galerias de arte e museus estão sendo realizados via plataformas digitais — seja nas redes sociais, como Instagram e Facebook, ou em serviços, como Netflix e YouTube.
As lives (transmissões ao vivo, em português) foram a solução criativa – seja por parte de quem produz ou de quem consome – de manter o entretenimento e lazer e ajudar a tornar o período de quarentena mais fácil e divertido, além de colaborar no combate ao novo coronavírus por meio de doações feitas durante as transmissões.
O Instagram registrou um aumento de cerca de 70% na produção de lives em março deste ano, comparado ao mesmo período de 2019. Já o YouTube, registrou um crescimento de 19% nas lives e um aumento de 4.900% de buscas por conteúdos ao vivo. Todo esse consumo é uma oportunidade para que artistas, jornalistas, influenciadores e os mais diversos tipos de criadores de conteúdo produzam e atinjam ainda mais seguidores.
Lives em prol ao combate da pandemia
Artistas buscam ajudar no combate da COVID-19, destinando o dinheiro de doações arrecadadas durante as lives para a compra de recursos para famílias em situação de vulnerabilidade. Sandy e Junior, dupla conhecida no país inteiro, arrecadou 1,8 milhão de reais em doações durante sua live. Lucas Silveira, vocalista da banda Fresno, arrecadou, em 4 horas de live, cerca de 9 mil cestas básicas e itens de higiene que serão doados a famílias em situação de vulnerabilidade.
Em uma das maiores iniciativas desde que as lives começaram a se popularizar, Lady Gaga, cantora norte-americana, organizou uma live com a ONG Global Citizen, chamada One World: Together at Home, com o intuito de arrecadar dinheiro para ajudar profissionais da saúde no mundo inteiro. A live contou com a participação de artistas, como Paul McCartney, Lizzo, Elton John, Stevie Wonder, John Legend, entre outros. Em oito horas de transmissão, o evento arrecadou mais de 127 milhões de dólares, que serão usados para ajudar profissionais da saúde que estão combatendo a pandemia.
Divulgação científica e informação
Com o sucesso das lives, outras áreas de interesse, além do entretenimento e da música, começaram a aproveitar o formato. Na área da saúde, o doutor em microbiologia Atila Iamarino faz lives que ultrapassam 300 mil pessoas assistindo ao mesmo tempo. Nas transmissões, Atila reforça os direcionamentos de saúde informados pela OMS (Organização Mundial da Saúde), apresenta estudos científicos e tira dúvidas da população sobre a COVID-19 e a quarentena.
Já o projeto “Lives do Conhecimento”, criado pela Universidade de Fortaleza, busca difundir informação e conhecimento por meio das transmissões ao vivo, ampliando o conceito de ensino a distância. Com palestras virtuais nas áreas de arte, tecnologia, autoconhecimento e comunicação, as transmissões são abertas para alunos e professores da universidade, assim como para o público em geral.
Com as restrições e dificuldades que estamos enfrentando no período de isolamento social, as lives nos trouxeram uma nova oportunidade em estarmos próximos uns dos outros e ao mesmo tempo, seguros, respeitando as orientações de saúde.
A interação em tempo real com artistas, jornalistas, influenciadores e especialistas em diversas áreas do conhecimento pode diminuir a sensação de solidão devido ao isolamento, além de nos oferecer uma chance de ajudar e contribuir no combate ao coronavírus sem sair de casa com doações de qualquer valor por meios de pagamento digitais. Em tempos tão difíceis, a tecnologia é nossa aliada, sendo usada de maneira positiva, contribuindo para a sociedade e para o nosso bem-estar 🙂