Na Conferência Global de Parceiros da Microsoft, que aconteceu em julho de 2016 na cidade de Toronto, o CEO da companhia Satya Nadella declarou que os chatbots “vão revolucionar fundamentalmente a nossa experiência com a computação”. A premissa é a seguinte: os chatbots são softwares que se comunicam com a gente por meio da nossa própria linguagem, usando um processamento de dados não estruturados e respondendo de acordo com a sua programação. Parece uma tecnologia mirabolante, mas já é uma realidade – no Brasil, já temos mais de mil bots em funcionamento.
Mas por que os bots são tão promissores? Por fazerem parte de serviços de troca de mensagens, como o Messeger do Facebook ou o Whatsapp, essa parece uma estratégia interessante de comunicação entre marcas e seus clientes. Esses serviços estão muito bem consolidados e só os nomes citados acima angariam mais de 1,5 bilhão de usuários ativos por mês. Ou seja, a capacidade de impactar um número enorme de pessoas é um argumento forte.
Outro ponto bom a ser destacado é que os chatbots oferecem um conforto e uma praticidade que melhora muito a experiência do consumidor. Ao contrário de um aplicativo para smartphone, a aposta tecnológica que até então cumpria esse papel, os bots não exigem download e têm uma capacidade de articulação de dados muito interessante. Veja um exemplo prático: em um aplicativo de delivery de comida, você precisa acessar o perfil do restaurante desejado e escolher entre as opções disponíveis; em um chatbot de pedidos de comida para entrega, você simplesmente digitaria o pedido e responderia com as informações necessárias para que ele fosse processado. O mais interessantes é que, como os bots usam princípios da inteligência artificial, eles registram seus dados e escolhas e passam a fazer sugestões com base nisso.
Já temos alguns exemplos do sucesso dessa tecnologia no exterior: o WeChat já usa os chatbots há alguns anos e hoje possibilita que as pessoas peçam taxi, transfiram dinheiro, paguem contas e joguem. O aplicativo já bateu a marca dos 800 milhões de usuários ativos, que gastam aproximadamente 40 minutos de seus dias interagindo com seus serviços. A brasileira Movile, que tem investidores em comum com a desenvolvedora do WeChat, lançou em parceria com o Facebook o ChatClub, uma plataforma que ajuda empresas a criarem seus chatbots para integrar ao Messenger.
Seja para suprir lacunas deixadas por outras tecnologias ou para de fato trazer um serviço novo e revolucionário, os chatbots estão vindo a todo vapor. Resta a nós, consumidores, esperar para ver quais os benefícios que eles trarão para nosso dia-a-dia.