O advento da internet das coisas impulsionou o surgimento das casas inteligentes, conectadas, nas quais vários sistemas automatizados podem ser controlados pela rede.
No Brasil, a tecnologia já está presente em recursos como iluminação, câmeras de monitoramento e som ambiente. Segundo projeção do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações os investimentos em novos produtos podem chegar a US$ 200 bilhões no país em 2025.
Junto vem a preocupação com a segurança no acesso ao ambiente virtual e com novos riscos. Imagine o impacto de um ataque hacker em uma casa com 500 dispositivos on-line, que é a média estimada para 2022.
Palavra de especialista
“As ameaças são exponencialmente maiores uma vez que as informações coletadas podem expor muito mais a intimidade das pessoas e os dispositivos nem sempre são monitorados pelos usuários”, diz Márcio Chaves, professor e advogado especialista em Direito Digital e Segurança da Informação, integrante do escritório Peck Advogados, especializado em cibersegurança.
“Hoje mesmo já temos câmeras que registram imagens e sons de tudo que acontece no ambiente, smartwatches (relógios inteligentes de pulso) que registram todos nossos trajetos pelo GPS e assistentes digitais que podem mandar mensagens para nossos contatos se passando por nós”, diz.
As possibilidades vão desde a invasão dos sistemas, dano ou bloqueio de equipamentos mediante pagamento – como já acontece em computadores e celulares com o ransomware.
O tipo de código malicioso torna inacessíveis os dados armazenados em um equipamento. Sua tática, geralmente, envolve criptografia, e exige pagamento de resgate para restabelecer o acesso ao usuário. E pode levar até consequências mais graves, como a manipulação inadequada dos objetos conectados.
O próprio ambiente físico pode ser afetado, com ações como a paralisação das atividades de uma empresa, o sequestro de fechaduras inteligentes para travar as portas de um hotel, a utilização de carros autônomos para causar acidentes ou mesmo a alteração de dados em dispositivos médicos, provocando a aplicação errada do medicamento”, enumera o especialista.
Chaves destaca que os procedimentos básicos de prevenção serão os mesmos já adotados para quem navega no mundo virtual. Como medidas de manter os softwares dos equipamentos sempre atualizados e garantir a proteção das redes wi-fi.
“Temos que estar cientes de que esses dispositivos que facilitam nossa vida também nos expõem a perigos, refletindo sobre o tipo de acesso que desejamos permitir”.
Aspecto cultural
“Tudo isso exige também uma mudança de cultura, gerando uma conscientização que se reflita em nossos comportamentos tanto privados quanto profissionais”, afirma.
Em síntese, acrescenta que é preciso acompanhar e desenvolver novas medidas para situações que ainda surgirão, como acontece com toda inovação. E você? Está preparado para acompanhar as inovações que ocorrerão na sua casa?