Muito se fala sobre a interferência da tecnologia cotidiana no desenvolvimento infantil. Não são raras as vezes que ouvimos sobre como a tecnologia estragou as brincadeiras à moda antiga ou como os tantos dispositivos e telas atrapalham ou desaceleram o processo de aprendizado das crianças. Existe muito espaço para esse debate, porém é importante destacar como existem também profissionais e projetos comprometidos a fazer da tecnologia uma colaboradora do desenvolvimento dos pequenos.
Um bom exemplo são os robôs desenvolvidos para apoiar o processo de ensino-aprendizagem, como é o caso do Codeybot – um robô que se propõe a ensinar programação para crianças a partir de 6 anos. Considerando que essa é uma área não só complexa como muito valorizada na formação profissional e no mercado de trabalho, a iniciativa vem em boa hora. Ao adquirir o pequeno robô, é só fazer o download do aplicativo para começar: por meio da movimentação de blocos, as crianças criam comandos de movimento e expressão para o robô, que podem ser programados até para um embate. A ideia foi viabilizada por meio de um financiamento coletivo já concluído, mas ainda é possível comprar o robô no link: https://www.codeybot.com/.
O Co-writer Project é um outro exemplo da robótica aplicada à educação, com uma lógica ainda mais ambiciosa. O objetivo dele é ajudar crianças com dificuldades de aprender a escrita cursiva, mas ao invés de ocupar o papel de professor, o robô se comporta como um aluno ruim. Conforme ele comete erros ao escrever, o aluno vai ensinando o robô a melhorar a sua grafia, sempre trabalhando em um tablet. A ideia é que o aluno melhore suas próprias habilidades ao ensinar um outro, além de melhorar a autoconfiança da criança ao colocá-la em uma posição de detentora do conhecimento.
Já o robô Leka foi desenvolvido especialmente para crianças autistas. Interativo e multissensorial, ele ajuda a melhorar a capacidade desses pequenos de se comunicar, uma das grandes dificuldades que o transtorno apresenta. O Leka tem formato de bola (menor que uma de futebol, por exemplo), que responde aos estímulos da criança sempre positivamente. Por exemplo, se a criança arremessa o Leka para longe, ele volta, sorrindo e acendendo suas luzes. A interação chega a evoluir para um esconde-esconde, uma brincadeira de baixa aderência para crianças autistas. Especialistas e pais que testaram os protótipos garantem melhorias de humor e avanços na comunicação. Para saber mais sobre o projeto clique aqui (somente em inglês):
Os exemplos são pontuais, mas projetos como esses fazem os avanços tecnológicos valerem ainda mais a pena, por agregarem mais qualidade à vida e às experiências das crianças e suas famílias.