Em busca da credibilidade perdida da informação

17 de janeiro de 2017

Até a chegada da internet, notícia era privilégio de grandes empresas de comunicação – o que significava ter uma equipe de jornalistas, profissionais formados e treinados para buscar e contar a verdade, nada mais que a verdade. Se um fato importante acontecesse inesperadamente – da queda de um avião à de um ministro –, o rádio era o primeiro a chegar e dar a notícia ao vivo, a qualquer hora do dia. Mas era preciso estar com o aparelho ligado naquele momento, caso contrário só seria possível ouvir música.

À noite, os telejornais davam mais detalhes e mostravam imagens, mas apenas para quem estivesse em frente à tela na hora certa. Aos que preferiam se informar no momento mais conveniente, podendo parar quando quisessem e retomar depois, o caminho era o jornal. Mas aí só na manhã seguinte. E quem não tivesse assinatura de uma publicação assim, tinha de ir à banca mais próxima para comprar informação. Em compensação, ela vinha mais completa e detalhada. Hoje, basta colocar a mão no bolso e, na palma da mão, ter acesso a tudo isso – e muito, muito mais. E grátis.

Jornalismo de qualidade tem um custo alto para ser feito, enquanto divulgar qualquer coisa na internet é muito barato. Em outras palavras, uma reportagem que levou dias para ser executada compete em igualdades de condições com uma mentira inventada em cinco minutos. Isso é um grande problema, pois um estudo feito pela Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, descobriu que mais de 80% das pessoas não conseguem diferenciar uma notícia verdadeira de uma falsa. Pior: ao usar critérios pessoais, elas tendem a acreditar mais na mentira do que na verdade e têm dificuldades para distinguir entre informação e publicidade. A informação tem o condão de mudar a opinião das pessoas. Se corretas, ajudam. Se incorretas, induzem ao erro em decisões que tomamos na vida.

Mas como saber se a informação é verdadeira ou falsa?

1 – Desconfie da informação

Quando uma notícia parece espetacular (ou boa demais ou ruim demais para ser verdade), é provável que seja mentira mesmo, diz a jornalista Jane Elisabeth, membro do Instituto Americano de Imprensa. Resista ao impulso de compartilhar imediatamente, pois isso é sinal de que sua reação está sendo emocional, e não racional. Nesse estado, costumamos cometer erros.

2 – Cheque

Se você resistiu e seguiu a dica acima, verifique. É fácil e rápido. Uma das formas é copiar e colar o título do texto na busca do Google. Os resultados vão mostrar que, se for verdade, veículos de comunicação tradicionais já divulgaram a notícia. Se for mentira, você também vai encontrar um site confiável advertindo para a notícia falsa.

3 – Corrija

Caso você tenha compartilhado primeiro e checado depois que cometeu um erro, corrija. Apague seu post e peça desculpas, acompanhadas da informação certa. Peça para que seus amigos também façam a correção. Quanto a quem passou a informação para você, dê um toque com jeitinho. “Apenas tente não deixar essa pessoa se sentir mal”, aconselha a jornalista Jane Elisabeth.

4 – Pesquise a foto

Muitas informações falsas na internet são apenas fotos acompanhadas de uma breve legenda. Para ter informações sobre ela, salve-a na sua área de trabalho. Depois, entre no Google Imagens. Então, arraste a foto para a janela de busca. Pronto! Os resultados vão mostrar a origem da imagem e os sites onde foram publicadas.

Fonte: Dialogando - Em busca da credibilidade perdida da informação Dialogando

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