Com a chegada do mês de outubro, as campanhas em prol da saúde feminina e de combate ao câncer de mama tomam as ruas e não é à toa: esse é o tipo de câncer que mais mata mulheres no mundo e estima-se que no Brasil, em 2016, houve por volta de 57 mil casos da doença. As campanhas focam em estratégias que tornam o tratamento mais eficiente e objetivo: hábitos saudáveis evitam e levam a um diagnóstico nos primeiros estágios da doença, o que dá ao tratamento até 88,3% de chance de sobrevida, segundo o INCA – Instituto Nacional do Câncer.
A grande novidade deste ano é que a tecnologia, a pesquisa e a inovação têm revelado perspectivas mais otimistas tanto para o diagnóstico, como para o tratamento deste tipo de câncer. O primeiro destaque é um exame de sangue capaz de detectar fragmentos genéticos específicos do câncer de pulmão, ovário, colorretal e de mama, em seus estágios iniciais. A descoberta do grupo de pesquisa da Universidade John Hopkins, em Baltimore, nos EUA, apesar de ainda não ser universal, é muito promissora por sua alta precisão.
Quando falamos de tratamento, o primeiro destaque é a imunoterapia. Eleito este ano pela Sociedade Americana de Oncologia como o maior avanço na luta contra o câncer, esse tratamento se mostrou efetivo nos casos triplo negativo de câncer de mama, até agora considerado um dos mais agressivos, já que tem altos níveis de reincidência nos 3 anos que sucedem o diagnóstico.
A imunoterapia, ao invés de atacar o tumor em si, age diretamente no sistema imunológico, retirando alguns “filtros” do sistema imunológico, que passa então a ser mais sensível na hora de detectar as células malignas. Uma das vantagens deste tratamento é a receptividade: apenas de 8 a 12% das mulheres que participaram de uma pesquisa realizada pela Universidade de Nova York sofrerão com efeitos colaterais severos. Porém esse avanço tem um preço alto e até agora é inacessível para grande parte da população brasileira, já que os medicamentos desta terapia são caros e não compõe os tratamentos do Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil.
Outro tratamento inovador é a Terapia Alvo-molecular, que tem uma premissa simples, mas uma execução complexa e de técnica refinada: ela desenvolve medicamentos especificamente para combater as células do tumor, sem comprometer as demais. Por conta das diversas variáveis que envolvem a Terapia Alvo-molecular, sua aplicação varia bastante de acordo com o tipo de câncer, seu estágio de desenvolvimento e o quadro do paciente.
Todos esses avanços nos dão mais perspectivas no tratamento dessa doença terrível, que ainda temos problemas para compreender. Porém, é sempre bom lembrar que a prevenção é a forma mais eficiente de combate: mantenha uma rotina saudável, faça sempre o exame de toque e consulte seu médico pelo menos uma vez por ano. Conhecer e cuidar do seu corpo são as melhores estratégias para mantê-lo bem e saudável.