As fake news se tornaram um termo bastante conhecido no ambiente digital desde 2016, durante a campanha presidencial nos Estados Unidos. O termo significa notícia falsa, em português. Nos últimos anos, aprendemos a identificar e combater notícias falsas em jornais, redes sociais e veículos de imprensa. Mas surge um novo método de propagação das fake news: o deepfake.
O deepfake utiliza inteligência artificial combinado ao alto desempenho de computadores e smartphones modernos para criar uma espécie de ilusão de ótica. Conhece algum app que transforma uma foto sua em um bebê ou uma pessoa mais velha, muda a cor dos seus cabelos e prevê a aparência dos seus futuros filhos? É o mesmo princípio!
A técnica de deep learning usada pela inteligência artificial pode ser benéfica – existem estudos sobre o uso da técnica na área da Medicina, em radiologia e patologia – ou divertida– como nos aplicativos que mencionamos acima.
Porém, o deepfake está sendo usado para disseminar fake news por meio de vídeos. Com esse método, é possível substituir o rosto de qualquer pessoa, de forma quase imperceptível. Ou seja, é possível colocar o rosto de uma figura pública importante, como um membro da política por exemplo, em uma cena de um filme clássico dos anos 1920, o que seria improvável.
O problema em fazer essa brincadeira é que falas importantes podem ser tiradas de contexto, gerando polêmicas e notícias falsas. Especialistas garantem que o deepfake é a maior ameaça de segurança atualmente, sendo capaz de influenciar a opinião pública e o mercado financeiro.
Como identificar um deepfake?
O primeiro passo, ao se deparar com um vídeo suspeito de utilizar a técnica deepfake, é não compartilhá-lo, até que tenha certeza que não é falso. Assim, a propagação diminui e as consequências serão menores.
Listamos alguns pontos que podem ser analisados no vídeo:
- Preste atenção nos movimentos da boca e se eles correspondem ao que está sendo dito.
- Fique atento para a própria voz: a entonação e o tom soam normais?
- Verifique os olhos para notar se eles estão piscando. Na maioria das vezes, os algoritmos não conseguem reproduzir esse aspecto.
- Se a pessoa no vídeo é alguém que você não conhece bem, procure outros clipes e vídeos para garantir a veracidade.
Por ser uma novidade, o deepfake ainda não possui uma legislação acerca do seu uso, portanto não é possível realizar denúncias. Porém, existem leis vigentes contra crimes cibernéticos – como extorsão ou cyberbullying. Se o uso do deepfake se encaixar em um dos casos cobertos por lei, é possível realizar a denúncia por meio das delegacias especializadas.
Acima de tudo, é importante verificarmos o conteúdo que estamos consumindo e compartilhando no ambiente digital, seja ele em vídeo, texto ou fotos. Confira nosso vídeo sobre como identificar uma fake news, clicando aqui.