Você pode até não ter o costume, mas provavelmente já ouviu falar no novo termo que define as imagens íntimas que circulam online: nudes. Essas fotos, que deveriam ser compartilhadas apenas entre quem as envia e recebe, infelizmente podem tomar outro caminho, sendo espalhadas livremente, expondo a intimidade de alguém sem autorização.
Essas situações concentram histórias diferentes, já que as imagens íntimas podem ser expostas por diversas causas. Em alguns casos, ocorre invasão ao celular do autor das fotos e/ou de quem as recebeu. Mas outras vezes também ter ações de má fé envolvidas, em que a pessoa que recebe, decide compartilhar com terceiros, por vingança ou por falta de consciência sobre o tanto de intimidade que aquela imagem representa.
Uma pesquisa realizada pela SaferNet e Vivo (GVT) em 2013, com 2834 jovens brasileiros descobriu que 20% já recebeu conteúdos de sexting e selfies com nudez. Desses, 6% reenviou as imagens para outras pessoas.
A palavra sexting é a junção de dois termos em inglês: sex (sexo) e texting (envio de mensagens). O termo – que já ganhou até definição no dicionário -resume o compartilhamento, via celular, de textos ou imagens de cunho sexual, mas passou a englobar também conteúdo exposto na internet.
Pensando na gravidade desse problema, a Microsoft lançou recentemente um novo site, no qual as pessoas podem denunciar conteúdo impróprio e pedir a remoção do seu nome nos resultados de pesquisa do Bing, além do Onedrive e Xbox Live.
É importante lembrar que em casos de exposição indesejada, recomenda-se que a vítima procure o contato da pessoa ou perfil que a imagem foi publicada, pedindo sua remoção. Se a vítima for menor de idade, o crime é de pornografia infantil e pode ser denunciado diretamente à SaferNet.
Confira alguns indicadores da Helpline da SaferNet Brasil
Em 9 anos de funcionamento da HelpLine, a SaferNet Brasil ajudou 11.443 pessoas em 24 estados.
O maior número de casos recebidos pelo serviço continua sendo imagens de nudez e sexo compartilhadas sem consentimento (Nudes), foram 322 casos.
O número de casos envolvendo compartilhamento de imagens de nudez e sexo sem consentimento aumentou 43.75% em relação a 2014.
Veja a evolução e o aumento dos casos de nudes ao longo dos anos
- 2008 – 29 casos
- 2010 – 25 casos
- 2012 – 48 casos
- 2014 – 224 casos
- 2015 – 322 casos
Gênero
- Feminino – 240 (74,5%)
- Masculino – 80 (24,8%)
- Não identificado – 2 (0,7)
Faixa etária
- 10 a 12 anos – 5 (1,55%)
- 13 a 15 anos – 24 (7,45%)
- 16 a 17 anos – 46 (14,3%)
- 18 a 24 anos – 107 (33,2%)
- acima de 25 anos – 137 (39,5%)
Ambientes onde os nudes foram compartilhados:
- Whatsapp – 71 (22%)
- Facebook – 64 (20%)
- Instagram – 6 (1,9%)
- Outros serviços de relacionamento – 13 (4%)
- Outros serviços de compartilhamento – 19 (6%)
- E-mail – 6 (1,9%)