O silêncio entre homens e meninos que sofrem violência sexual
Entre 2009 e 2018, o Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), ligado ao Ministério da Saúde, registrou 31.826 ocorrências de abuso contra meninos e homens, o que totaliza 12,1% do total.
É um número expressivo, mas que muitas vezes não é tão falado pelo silêncio da vítima de assédio sexual e esconde uma realidade difícil. Esses casos são ainda mais complexos quando atingem a comunidade LGBTQIA+, com subnotificação de casos e vítimas que preferem esconder o sofrimento.
Outro ponto agrava a situação: investigando os estudos nacionais sobre violência sexual contra crianças e adolescentes, há um destaque para a perspectiva das vítimas do sexo feminino, embora as pesquisas abordem as vítimas independentemente do sexo.
A escassez de estudos voltados para vítimas masculinas de violência sexual e uma possível abusos contra o público masculino são problemas graves e que precisam ser enfrentados.
Existem inúmeros cenários onde esses crimes ocorrem mas entre casais LGBTQIA+, meninos e meninas em descoberta de sua orientação transgênero e crianças em situação de vulnerabilidade esses casos são muito mais evidentes e ainda assim vistos com muito menos atenção do que deveriam.
Quais motivos levam os casos de abuso de meninos não terem a mesma proporção de outros? Qual é o papel da vítima nessa possível subnotificação? Como combater e criar uma cultura onde vítimas se sintam confortáveis para notificar abusos e falar sobre o tema?
Para responder essas perguntas e dar um cenário mais amplo sobre o tema, temos um convidado especializado.
O convidado da vez
Falamos de Denis Ferreira, fundador da ONG Memórias Masculinas – a primeira organização especializada em atender homens vítimas de violência sexual do Brasil.
Denis, que é também Psicólogo, Doutor em Saúde Coletiva e professor da UNIVAG (Centro Universitário de Várzea Grande), estuda a sexualidade humana há mais de 15 anos para entender o motivo de homens terem tanta dificuldade para falar sobre o assunto.
Entre outras descobertas, o tabu de ser considerado vítima e a vergonha de tocar nesse ponto tão sensível, assim como o julgamento da sociedade e da comunidade LGBTQIA+ entre quem sofre o abuso.
Chegou a hora de mudar esse cenário! Dê o play e saiba mais sobre esse assunto tão delicado e muito importante para que o abuso infantil termine de vez.
LGBTQIAP+ Quanto mais letras, + inclusão!