A gente sabe que há uma convergência de fatores ambientais e sociais que demandam melhorias no agronegócio como um todo. E é essa necessidade de uma produção mais sustentável e segura para as pessoas que trabalham na terra que nos anima a mostrar, no Mês do Meio Ambiente, como a tecnologia vem impactando positivamente esse setor!
Por aqui, já contamos a história dos drones, desde a primeira aparição dessas aeronaves até o uso recreativo, que vem, cada vez mais, tornando-se acessível às pessoas. (Confira no post!)
E agora é hora de falar como essa inovação maravilhosa vem colaborando para que os trabalhadores rurais fiquem menos expostos aos agrodefensivos, agregando ainda mais valor ao alimento que chega às nossas mesas, todos dias.
Bora?
Drones: disseminadores de novas consciências
De uns anos para cá, o combate às pragas com recursos da própria natureza tem crescido no agronegócio, com a intensa evolução dos modelos de proteção do plantio. O novo padrão, sustentável e eficiente, se alia às correntes cada vez mais fortes em favor da redução do uso de produtos químicos no controle de pragas.
Nesse cenário – e mesmo quando o recurso utilizado no combate às doenças que afetam o plantio conta com substâncias de origem química –, os drones preservam os trabalhadores do contato com os pesticidas e toda a vida dessas plantações, que não merecem receber uma única borrifada dos produtos. Sabe por quê?
Porque essa aplicação, no Brasil, ainda é majoritariamente executada por aviões tripulados, e esse sistema pode fazer lançamentos que, por motivos diversos, não atingem somente as lavouras.
E é aí que o drone surge como alternativa que pode minimizar com eficiência esse impasse: o veículo já é capaz de assimilar condições climáticas, a proximidade de nascentes e regiões com a presença de animais, para determinar o melhor momento e o padrão de aplicação.
Ou seja, colabora para que produtores possam tomar decisões mais assertivas, baseadas em análises completas. Informações obtidas que, além de ajudar a reduzir gastos desnecessários, ainda protegem o meio ambiente, tudo em um pacote só.
Drones na disseminação de sementes
Se a pauta é reflorestamento, lá estão os drones novamente, sobrevoando as florestas em missão por lançamentos que levam vida verde para as áreas degradadas, acelerando a recuperação das vegetações.
O Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Ambipar – empresa de serviços de gestão ambiental – faz da inovação um veículo capaz de despejar 1.000 a 3.000 biocápsulas biodegradáveis de sementes, facilitando a logística e as chances de germinação.
Essas biocápsulas são feitas de colágeno misturado às sementes nativas, que derretem no solo ao ter contato com a água. Nesse processo, são formados nutrientes e organismos biológicos que, por si só, ativam a semente para sua geminação.
O desenvolvimento dessas sementes, que no seu tempo vão se tornando belas árvores, é acompanhado via aplicativo, mecanismo que facilita bastante o monitoramento em áreas de difícil acesso.
Drones na geração de chuvas artificiais
Acredite. A inovação já vem dando um empurrãozinho nas nuvens para estimular chuvas torrenciais. Mas essa ação só é possível se houver nuvens porque os drones dependem da água que elas carregam para promover choques elétricos em suas gotículas para que se tornem propensas a precipitar.
A alternativa vem chamando atenção especialmente dos países onde as altas temperaturas fazem com que as gotas d’água sequem antes mesmo que elas consigam alcançar o solo, caso dos Emirados Árabes, que sofrem com as chuvas escassas em toda a região.
Mesmo o Brasil que anualmente vem enfrentando a piora do quadro dos períodos de seca, poderá se beneficiar da solução. Hoje, chove menos em nosso país por dois motivos: o aquecimento global e o desmatamento. E, claro que os drones não seriam capazes de vencer a demanda toda por chuva se o processo de degradação da natureza não for contido. Mas, sempre que possível, o uso dessas aeronaves poderia atender às demandas pontuais com a geração de chuvas artificiais. Não é sensacional?
Legislação
Na agricultura, o uso do drone começou, principalmente, com o monitoramento de imagens, mas hoje a grande demanda é a pulverização.
O problema da pulverização por avião é que o método já causou, por exemplo, a intoxicação de indígenas em Caarapó (MS), de crianças de uma escola de Rio Verde (GO) e da comunidade rural de Araçá (MA). Por esses e outros motivos, setores diversos vêm pedindo maior atenção das autoridades públicas para esse tipo de aplicação.
No Ceará, por exemplo, entrou em vigor uma lei, em 2019, que proíbe a pulverização aérea de pesticidas, porque o sistema pode contaminar trabalhadores rurais, o próprio meio ambiente e as populações próximas às lavouras. O estado foi o primeiro do país a proibir a atividade, vetada na União Europeia desde 2009. Por lá, os aviões são liberados em casos excepcionais, quase sempre nas lavouras de difícil acesso.
No ano passado, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) estabeleceu regras para a operação dos drones na agricultura e na agropecuária, normas destinadas à aplicação de agrodefensores, adjuvantes, fertilizantes, onivulantes, corretivos e sementes.
E que bacana poder falar de uma solução de baixo impacto, que pode ser adaptada a diferentes tipos de condições e paisagens, colaborando para o desenvolvimento das florestas, rios, savanas e ambientes costeiros, não é mesmo?
Se você, como nós, comemora toda evolução tecnológica criada em benefício do meio ambiente e das pessoas, compartilhe este post!