Você pode não saber exatamente o que deseja almoçar, como está seu humor no dia ou que filme vai assistir, mas a Inteligência Artificial (IA) já prevê tudo isso – e com alto índice de acertos.
De acordo com a empresa global de pesquisa Gartner, os sistemas baseados nessa tecnologia avançada já estão se tornando tão sofisticados que, até 2022, os dispositivos pessoais saberão mais a respeito do seu estado emocional de do que sua própria família.
Duvida? Pense de novo: qual amigo ou parente tem acesso a cada um dos seus movimentos e decisões nas 24 horas do dia? E mais, que ser humano tem capacidade de analisar milhões de informações e formular conclusões em poucos minutos?
Nenhum, claro! Mas o que os especialistas estão dizendo é que daqui a apenas quatro anos, todos os serviços e produtos conectados à internet e baseados em Inteligência Artificial serão capazes de antecipar o comportamento de seus usuários e ainda oferecer alternativas para seu próximo passo.
Não é segredo que grandes empresas do setor já monitoram e analisam todas as atividades de seus clientes. Com isso, indicam soluções customizadas, estimulam a fidelização e faturam milhões a mais. É o caso da Netflix, do Google, do Waze, da Amazon.
E investem pesado para isso também, alcançando cerca de 30 bilhões de dólares no ano passado, segundo o Mckinsey Global Institute, apoiando inclusive diversas pesquisas em todo o mundo. Com o desenvolvimento proporcionado por esses aportes, começam a surgir novas utilizações, tanto para grandes como para pequenas questões.
O aplicativo File Go, do Google, por exemplo, passou a reconhecer e eliminar as mensagens de “bom dia” dos grupos do WhatsApp antes que cheguem ao destinatário, pois identificou que são rejeitadas pela maioria e podem carregar o servidor ou acabar com a memória do smartphone.
O recurso está em fase de teste na Índia, país com mais de 1 bilhão de habitantes e onde esses envios viraram uma febre, mas muitos brasileiros também o aguardam ansiosamente.
Mas as potencialidades atendem com sucesso desafios bem maiores. O Facebook começou a monitorar posts que indiquem tendências suicidas para acionar uma equipe de apoio, depois que adolescentes utilizaram a rede social para tirar sua vida em transmissões ao vivo.
Outro sistema de IA está sendo treinado por pesquisadores da Florida State University com o mesmo fim, mas acompanhando diretamente hábitos e tratamentos da pessoa.
Em um teste realizado com dados de mais de 2 milhões de prontuários cedidos anonimamente, a máquina conseguiu prever com 80% a 90% de eficácia se aqueles pacientes corriam ou não esse risco.
Já o software Companion consegue fazer uma análise da saúde mental do indivíduo ao “ouvir” o tom de voz nas ligações do celular, rastreando também palavras usadas e mesmo a ausência de conversas ao longo do dia, que podem ser sinais de depressão. Nesse caso, um alerta é enviado ao médico. Em todas essas iniciativas, a ideia é prevenir ocorrências e salvar vidas.