O mundo da inovação tecnológica perdeu um de seus maiores incentivadores. Paul Allen, fundador da Microsoft com Bill Gates em 1975, era reconhecido como um dos grandes investidores em pesquisas nas áreas de inteligência artificial, exploração espacial e engenharia da computação. Allen, a 44ª pessoa mais rica do mundo, segundo a revista Forbes, morreu na última segunda-feira, aos 65 anos, vítima de linfoma não-Hodgkin, um tipo de câncer. O empreendedor disse que deixaria a maior parte de sua fortuna, estimada em US$ 21,7 bilhões, para caridade.
Nascido em Seattle, no Estado norte-americano de Washington, Allen conheceu Bill Gates na escola, aos 15 anos. Sete anos depois, os dois fundaram a Microsoft – empresa na qual atuaria até 1983. Em 1986, ele criou com sua irmã a Vulcan, companhia de investimentos e gerenciamento de projetos. Em 1990, aos 37 anos, ele atingiu seu primeiro bilhão de dólares.
Ao longo dos anos, Paul Allen criou diferentes instituições e centros de pesquisa com o objetivo de estimular descobertas científicas e inovação tecnológica. Em 2002, ele doou 14 milhões de dólares para que a Universidade de Washington criasse o Centro Paul G. Allen de Ciência da Computação e Engenharia. No ano seguinte, lançou o Instituto Allen de Ciências do Cérebro, com um fundo de 100 milhões de dólares. Em 2004, a astronave SpaceShipOne, lançada por ele, coloca o primeiro civil na subórbita espacial. Anos depois, ele continuaria investindo na exploração aeroespacial, com a criação da Stratolaunch Systems. O magnata também estabeleceu o Instituto Allen para a Inteligência Artificial, que foi ampliado em 2013.
Paralelamente, Allen também investiu em times de futebol americano, basquete e futebol, em produtoras de cinema e em iniciativas de saúde, como hospitais e centros de pesquisa.
Ao saber de sua morte, Bill Gates se manifestou dizendo estar muito abalado pela perda do amigo e afirmou que “a computação pessoal não existiria sem ele”. Tim Cook, CEO da Apple, declarou que o setor da informática e tecnologia “perdeu um pioneiro”. Jeff Bezos, fundador a Amazon, também se disse muito triste pela morte de Allen e afirmou que “sua paixão pela invenção e por fazer as coisas avançarem foi inspiradora para muitos”.