Imagine ensinar Biologia para os alunos, imersos em uma floresta fechada, sem precisar sair da sala de aula?
Ou introduzir a turma em História da Arte, de dentro do Museu do Louvre, sem nem ter pego um avião para a França com os estudantes?
Nós mesmos já te levamos para lá há alguns meses, no post que você confere neste link.
Mas agora, a gente quer te habilitar a viver experiências ainda mais próximas, possíveis para além dos 360º com muita aplicação de Realidade Virtual: uma das maiores apostas da educação da próxima década.
As chamadas soluções de Realidade Virtual são umas das tendências educacionais que deverão se firmar para crianças e adolescentes. Além de promoverem vivências que não seriam possíveis sem a tecnologia, elas tornam algumas atividades bem mais dinâmicas e interessantes.
No Brasil, a realidade virtual, por exemplo, aos poucos vem se difundindo no sistema de ensino. Iniciativas recentes como o Google Expeditions já chegaram a mais de 100 escolas no país, entre públicas e privadas.
O produto educacional da companhia gigante proporciona excursões virtuais em qualquer lugar, fazendo uso do Google Cardboard. Seu menu de passeios virtuais conta com mais de 500 expedições onde o professor assume o papel de guia e os alunos, exploradores.
A brasileira Beenoculus, startup do setor educacional, já transforma celulares em óculos de realidade virtual capazes de transformar processos convencionais em atividades imersivas memoráveis e engajadoras.
Realidade virtual: benefícios e desafios da educação imersiva
Certo. Tudo isso, até pouco tempo, parecia só coisa de cinema; mas você já parou para pensar nos benefícios, desafios e pontos de alerta da educação imersiva no processo de aprendizagem?
A gente te conta já!
1. Planejamento pedagógico: o primeiro passo para utilizar ferramentas como os óculos de realidade virtual é alinhá-las ao projeto de ensino para que seu uso não seja meramente recreativo. A premissa básica é utilizar a tecnologia para a criação ou o compartilhamento de conhecimento, não para o consumo de conteúdo.
2. Interdisciplinaridade: dentro da realidade virtual é possível propor atividades interdisciplinares, explorar conhecimentos de Geografia, História, Matemática e Ciências dentro de um mesmo espaço, mas isso vai depender dos desafios propostos pelos professores.
3. Metodologia ativa: assim como os games, a aprendizagem por projetos e o design thinking, a realidade virtual é considerada uma metodologia ativa de ensino. Se bem utilizada, pode estimular o protagonismo e a formação crítica do estudante.
4. Formação do professor: mesmo que estimulem a autonomia, as tecnologias seguem demandando a intermediação do professor. Por isso é importante o planejamento do docente para fazer uso do recurso.
5. Intermediário: diante de tantas novas tecnologias, surgiu a figura do educador de tecnologia educacional, que “traduz” esse mundo para os demais docentes. O profissional estuda o que mais se adequa aos projetos em cada componente curricular e ajuda os professores nesse desenho. A boa aplicação da inovação vai requerer, especialmente no início, o suporte desse profissional.
6. Poder da experiência: embora permita ir além das limitações físicas, a realidade virtual não deve se sobrepor às experiências de verdade. Segundo especialistas, é necessário maior cuidado, especialmente com alunos pequenos, para não antecipar virtualmente as experiências reais que eles não ainda não tiveram e que são também importantes para seu desenvolvimento.
7. Impactos: estudiosos chamam a atenção para a falta de estudos conclusivos sobre os efeitos da realidade virtual na educação. Um dos aspectos levantados é o risco de o recurso perder o efeito sobre a atenção dos alunos com o tempo porque o uso em excesso pode se tornar tedioso ou exaustivo, o que também pode acontecer com estratégias diferenciadas, como os games.
8. Saúde: a maioria dos fabricantes de óculos de realidade virtual não recomenda a imersão prolongada. A indicação média é de 10 minutos de pausa a cada 30 minutos de utilização. Estudantes com problemas cardíacos, doenças de visão ou transtornos psiquiátricos precisam consultar um médico antes.
9. Custos: embora existam óculos de custo relativamente baixo – é possível comprar um Google Cardboard por até R$ 52 na internet –, a necessidade do celular e outros componentes dificulta a chegada da realidade virtual à rede pública. A isso se soma a falta de políticas de formação na área. Agora, integrar a realidade virtual à prática da sala de aula pode não acontecer mesmo com recursos disponíveis, pois a oferta de programas ou cursos ainda é tímida.
Modelo de sala de aula híbrida
Se a Realidade Virtual ainda é muito distante da própria realidade financeira da sua escola e você busca profissionalizar o ensino híbrido, já há um caminho possível em fase de testes, desenvolvido pela Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo).
Você precisará de um arsenal de equipamentos que, a princípio, parecerá um bicho de sete cabeças, mas com o tempo, vai tirar de letra.
Serão necessários:
. PC ou notebook;
. Câmera IP e TVs (para o espaço físico que receberá os estudantes presenciais);
. Microfone de lapela;
. Mesa digitalizadora;
. Projetor;
. Laserpointer;
. Stream deck (dispositivo que organiza o acesso a várias funcionalidades diferentes em um único conjunto de atalhos, ajustando as configurações da live sem interromper a comunicação com o público).
Já conferiu se está com tudo na mão? Então agora é só seguir o esquema que os desenvolvedores desenharam. Neste link aqui!
Quero me profissionalizar. Mas como?
O ProFuturo, programa global de educação da Fundação Telefônica Vivo, incentiva a formação a distância e o compartilhamento de conhecimento entre educadores por meio da plataforma Escolas Conectadas – projeto que oferece cursos on-line de formação continuada, totalmente gratuitos, para professores da educação básica.
O projeto, iniciado em 2015, tem como objetivo promover a inserção dos educadores na cultura digital por meio da prática de metodologias de ensino e aprendizagem inovadoras.
Confira aqui a lista de cursos e, bora adquirir as competências essenciais para o ensino do século XXI!