Entenda desafios e oportunidades da IA na pesquisa acadêmica

17 de setembro de 2025

Não tem jeito: de resumos automáticos a revisões gramaticais, a IA para pesquisa acadêmica já é uma realidade que tem ajudado a mudar a rotina de quem escreve artigos, teses e trabalhos científicos. Hoje, as ferramentas generativas já podem facilitar a vida de estudantes e pesquisadores a resumir textos, traduzir trechos técnicos e até sugerir hipóteses.

Só que, junto com essas facilidades, surgem dilemas: até onde usar a IA sem comprometer a originalidade do trabalho? Quem deve assinar quando parte do texto foi construída por algoritmos? É sobre tudo isso que vamos conversar. Hoje você vai ver com a gente:

  • Oportunidades e desafios da ia para pesquisa acadêmica;
  • Plágio e detecção;
  • Ética e responsabilidade no uso da IA generativa.

Boa leitura! 

IA para pesquisa acadêmica: oportunidades e desafios

Aperto de mão entre duas pessoas sobre uma mesa com documentos e gráficos.

A promessa da inteligência artificial é clara: acelerar processos e permitir que pesquisadores concentrem energia na análise crítica. Um levantamento da Revista USP mostrou, inclusive, que o uso dessas ferramentas pode ser importante para democratizar recursos avançados que antes só estavam em laboratórios especializados. 

Mas se a IA traz oportunidades, ela também traz seus dilemas. A IA pode ajudar a construir conhecimento, mas não substitui a reflexão humana nem a responsabilidade acadêmica. 

E é entre oportunidades e desafios que as discussões estão concentradas:

Otimizando o processo de escrita

Um dos usos mais comuns da IA hoje é no apoio à escrita. Entre as funções mais exploradas, e que estão, sim, mudando o trabalho de quem está pesquisando, nós temos:

  • Geração de resumos automáticos de artigos;
  • Revisão gramatical e estilística;
  • Tradução de textos técnicos;
  • Sugestão de referências bibliográficas. 

Essa ajuda permite ganhar tempo em tarefas repetitivas e reduzir o tempo na filtragem de ideias.

Mas, como o entendimento da inteligência artificial passa pela compreensão do que são os LLMs, é importante sempre ter em mente que esses modelos de linguagem são treinados com enormes volumes de dados, sem que eles “pensem” de verdade.

Por isso, ainda é necessário avaliar criticamente cada resultado e conferir tudo, sem correr risco de cair em referências desatualizadas, mal estruturadas ou, pior ainda, em fake news. 

O dilema da autoria: quem é o “autor” de fato?

Essa talvez seja a maior polêmica. Se uma IA ajudou a escrever ou revisar um artigo, ela deve ser considerada coautora? A maioria das universidades entende que não, já que a máquina não responde por erros nem assume responsabilidade ética.

O consenso que vem ganhando espaço é outro: a contribuição da IA deve ser declarada, de forma transparente. Isso porque, assim como informamos os softwares usados em análises estatísticas ou na geração de imagens, também será preciso contar onde a inteligência artificial entrou no processo. Até por questão de fair play entre acadêmicos que não fizeram uso da inteligência artificial no processo.

Plágio e detecção

Cubo digital com as letras "AI" conectado por um cabo a uma tecla de computador, sobre fundo azul claro.

Outro ponto sensível é o plágio acadêmico. Textos gerados por IA podem reproduzir ideias sem a devida citação, mesmo que de forma acidental. Então, como garantir que um texto produzido por algoritmo não reproduza, mesmo sem querer, ideias de terceiros? 

Ferramentas de detecção de conteúdo gerado por IA

A resposta tem sido criar sistemas de verificação. Plataformas como Turnitin já incorporaram módulos para identificar padrões de escrita típicos da IA. Mas é uma corrida de gato e rato: cada nova versão de modelo generativo dificulta a detecção, exigindo ferramentas mais sofisticadas. 

Como evitar o plágio acidental?

Aqui, a prática faz diferença no seu trabalho — e possível identificação de plágio. Por isso:

  • Sempre revise o texto sugerido pela IA;
  • Cite fontes originais;
  • Registre em que parte do processo a ferramenta foi usada. 

Ética e responsabilidade no uso da IA generativa

Telado com ícones azuis e a inscrição "AI ETHICS" sobre mãos digitando em um laptop, levando a reflexão até que ponto a IA pode ser usada de forma ética em estudos acadêmicos

Mais do que produtividade, a questão central gira em torno da ética. A ética na IA acadêmica envolve responder a perguntas como: estamos sendo transparentes? O uso declarado da ferramenta afeta a credibilidade do trabalho?  

Transparência e atribuição: o que declarar?

Assim como declaramos metodologias e softwares em um artigo, também será necessário informar como a IA foi utilizada. Isso já aparece em diretrizes de instituições como a FAPESP, que alerta para a importância da clareza no uso dessas ferramentas.

A recomendação das principais revistas científicas, aliás, é também a transparência total. Isso significa indicar no artigo quais trechos foram apoiados por IA, quais ferramentas foram utilizadas e em que etapa do processo. Essa prática não só protege contra as acusações de má conduta como também fortalece a confiança na produção acadêmica.

E vale lembrar que essa discussão se conecta a reflexões mais amplas (não só na área acadêmica) sobre os limites éticos da tecnologia, que estão hoje no centro de várias discussões. 

O impacto na integridade acadêmica

A integridade não depende apenas das ferramentas, mas do modo como as usamos. 

  • Para estudantes: significa encarar a IA como apoio, não atalho.
  • Para professores: exige pensar em novas formas de avaliação.
  • Para a comunidade científica: passa pela criação de normas claras que orientem o uso responsável. 

É a forma como equilibramos inovação e ética que vai determinar o futuro da pesquisa acadêmica. 

IA para pesquisa acadêmica: uso com consciência para otimizar resultado

A IA já faz parte da produção de conhecimento, e sua presença tende a crescer. Cabe à comunidade acadêmica, e a nós, decidir como integrá-la: com responsabilidade, transparência e ética. 

Afinal de contas, mais do que uma ameaça, a inteligência artificial pode ser vista como parceira. Mas, como toda parceria, ela exige cuidado, clareza de papéis e consciência dos limites.

Gostou e quer continuar refletindo sobre IA para pesquisa acadêmica, produtividade e ética? Então, continue com a gente do Dialogando para a construção de um mundo respeitoso entre tecnologia e desenvolvimento humano.  

Até a próxima!

Fonte: Dialogando - Entenda desafios e oportunidades da IA na pesquisa acadêmica Dialogando

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