Liv, uma menina de 5 anos, questiona em seu vídeo no YouTube: “Por que a princesa pode ser salva, mas não pode salvar o mundo?” No Instagram, Chico, um menino de 6 anos, exibe o look do dia para ir a escola: um vestido.
São reflexos de uma sociedade que começa a debater de forma mais ampla a identidade de gêneros e a liberdade e igualdade de escolha frente a estereótipos do que é socialmente adequado para um homem ou uma mulher.
A discussão, antes restrita a pequenos núcleos, tem sido disseminada pela tecnologia para um outro mundo, constituído cada vez mais por pessoas conectadas e formadoras de opinião.
A campanha online #desafiodaigualdade, promovida pela ONG Plan International Brasil, propõe que todos reflitam sobre a importância da educação sobre direitos iguais ainda na infância.
O objetivo é ajudar a construir uma nova realidade, livre das crenças e preconceitos que hoje levam as pessoas a serem julgadas – e até mesmo agredidas – conforme sua adesão aos papéis de gênero atribuídos ao seu sexo. Um kit com materiais e vídeos está disponível no site para download gratuito.
Permitir que a menina brinque com o Batman, como faz a Liv, ou que o menino use um vestido, como o Chico, ensina desde cedo a exercer a liberdade de escolha pelo o que de fato se quer, e não apenas pelo que é determinado pela sociedade como padrão.
Divulgar esse comportamento e ampliar seu alcance com as postagens nas redes sociais é atitude que leva à construção de um mundo com mais igualdade.
“O alcance de um diálogo aberto e sincero, de um vínculo afetivo forte e que contemple a diferença e o respeito ao outro é transformador, não apenas do ponto de vista subjetivo, mas também coletivamente”, diz a psicóloga Katia Horpaczky, que há mais de 20 anos atua na área clínica e é especializada em terapia de casal e família.