K-POP e fandom: como os fãs se relacionam na era da tecnologia?

24 de maio de 2019

O K-pop e o fandom fazem parte de um fenômeno que acontece a muito tempo, mas que varia de geração para geração. 

Você é da época em que ser fã de alguém era sinônimo de salvar recortes de revista em uma pasta? Ficava sentado em frente à TV esperando seu clipe favorito passar e gravar na fita VHS? Suspirava sempre que o ídolo aparecia para dar uma entrevista?

Hoje em dia ser fã não é tão diferente, mas é bem mais fácil — basta ter acesso à internet pelo smartphone, computador ou tablet para encontrar vídeos e imagens dos astros.

Os fandoms do K-pop

Se nos anos 1990 nós tínhamos os fã-clubes, hoje em dia nós temos o fandom (diminutivo da expressão em inglês “fan kingdom” para “reino dos fãs”), que nada mais é do que um grupo de pessoas com um interesse em comum.

Esses grupos começaram a se reunir em comunidades do Orkut, Facebook, Twitter, redes e fóruns há alguns anos. Hoje em dia é possível encontrar fandoms de filmes, séries, livros, bandas, games, HQ’S, animes e desenhos animados, entre outros tipos de conteúdo.

Porém, a cultura do fandom explodiu mesmo com os fãs de música pop coreana: o k-pop. Grupos como BTS, 2NE1, NCT, Monsta X, Blackpink, EXO, Red Velvet, Loona, Twice, entre outros, ganharam os holofotes na última década por conta dessa repercussão online.

O João Pedro é designer gráfico e conta que sempre participou de fandoms, mas foi arrebatado pela febre do pop coreano só há dois anos. “Eu sempre participei de fandoms de cantoras pop e games, mas depois que uma amiga me apresentou os grupos de k-pop emergentes, em 2017, passei a integrar esse tipo de fandom também”, relembra.

Além de ir aos shows e ouvir as músicas, hoje em dia ele fica ligado na maioria dos lançamentos de novos grupos, e contou que costuma comprar muito material desses idols.

Eu costumo comprar os álbuns dos meus grupos favoritos. Além de ser uma forma de suporte, eu também tenho muito interesse nos álbuns parcialmente por ser designer gráfico. Os projetos gráficos são muito criativos e trazem uma grande inspiração”, relata.

O K-pop vai além dos fandoms: as fanfics

Nicole Bracco é tradutora e conta que viu essa cultura aumentar e ser disseminada ao redor do mundo com o passar dos anos. “Eu vi essa evolução acontecer gradualmente e acho incrível como a internet facilitou a disseminação do k-pop no mundo”, relembra.

Inclusive, atualmente, um dos trabalhos da Nicole é escrever fanfics sobre um girl group de pop coreano: o Twice. Depois que uma dessas fanfics ficou famosa, ela decidiu apostar no financiamento coletivo, para poder se dedicar profissionalmente à criação dessas histórias.

“Decidi arriscar criando um Patreon (que é uma plataforma online de arrecadação de fundos por meio de múltiplas fontes de incentivo e apoio financeiro) e dando a escolha das pessoas me apoiarem financeiramente se elas gostavam do que eu fazia. E, para a minha surpresa, muitas pessoas apoiaram!”, afirma.

Ainda na onda de escrever para esse público, Nicole lembra que viveu situações inusitadas por conta do trabalho com as fanfics: “Já recebi presentes de fãs, me mandaram álbuns do grupo, fotos, vários mimos mesmo, só porque gostavam muito das minhas histórias. Acho que foi a coisa mais incrível que já passei em um fandom”, finaliza.

Vocabulário do fandom de K-pop

Os grupos de fãs online têm um vocabulário próprio. O Dialogando resolveu explicar alguns dos termos mais usados por eles! Confira:

kpop-e-fandom

Youtubers sobre K-pop

A Thais Midori, dona do canal Midori no YouTube, produz conteúdo sobre cultura coreana em geral, como a vida na Coreia, vlogs, entrevistas, k-pop, dramas (as novelas coreanas!) e muito mais.

Hoje ela tem mais de um milhão de inscritos no seu canal, e contou um pouco sobre como essa história começou. “Fiz meu canal em 2015, porém comecei a ouvir k-pop em 2006. Dentro desses anos eu só conhecia outros fãs de k-pop através da internet, principalmente dentro dos fandoms”.

Depois disso, criar um canal para compartilhar suas experiências foi só o próximo passo. “Decidi criar o canal para mostrar música coreana para outras pessoas e conhecer mais fãs de k-pop! Acabou que o canal cresceu e ser youtuber se tornou meu trabalho.”, relembra.

Ainda sobre a aproximação que a rede pode promover entre esses fãs, a youtuber afirma: “A internet aproximou tanto a gente que existem até alguns inscritos que conheci fora da internet e hoje são amigos próximos! Depois de fazer o canal posso dizer que tenho amigos no Brasil inteiro! ”.

Sobre a relação dos fãs com a criação de fandoms, Midori afirma: “O fandom faz a pessoa se sentir parte de algo. Fui atrás dos fandoms na internet para poder trocar ideia sobre o assunto com outras pessoas e acredito que muitos fãs também fazem isso pelo mesmo motivo”, finaliza.

Compartilhar interesses em comum, trocar experiências e se conectar com outros fãs ao redor do mundo é uma possibilidade incrível que a tecnologia traz! E com o crescimento dessa cultura, mais pessoas como a Midori, o João e a Nicole podem não só interagir com o que gostam, mas também criar novos laços de amizade e ter novas histórias para contar.

Fonte: Dialogando - K-POP e fandom: como os fãs se relacionam na era da tecnologia? Dialogando

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Newsletter

Receba nossas notícias e fique por dentro de tudo ;)

Nós utilizamos cookies para melhorar sua experiência em nosso site. Se você continuar navegando, consideramos que está de acordo com a nossa Política de Privacidade.

Telefonica