Onde está a comunidade LGBTQIA+ da terceira idade nas redes?

6 de junho de 2023

Dizem por aí que os 40 são os novos 20, mas a turma LGBTQIAP+ acima da meia-idade vive dizendo que muita gente do próprio movimento as considera velha e, de cara, menciona uma suposta invisibilidade nas mídias e redes sociais.

Alto lá! “Respeita a minha história”, como diriam.

Mas se a gente trouxer a pauta para os 60+, a coisa fica mais dramática, porque a solidão, já bastante presente entre pessoas que se consideram heteronormativas, pode ser muito maior entre a comunidade LGBTQIAP+.

Mas qual a evolução da presença virtual da chamada terceira idade do LGBTQIAP+ hoje e onde essas pessoas estão nas redes?

Vem, que a gente te explica!

O LGBTQIAP+ nas redes

#PraTodosVerem: casal de idosos tirando selfie.

Idosos gays, idosas lésbicas, enfim, idosos LGBTQIAP+ acima dos 60 anos dizem “PRESENTE!” quando o assunto é a ocupação das plataformas digitais.

Ainda que a maioria dos estudos sobre o uso das redes sociais pela comunidade foque nos jovens, é importante destacar que pessoas de diferentes faixas etárias também estão ativas nesses espaços.

O movimento LGBTQIAP+, no todo, teve uma evolução significativa na internet ao longo dos anos – a ferramenta que nos conecta com o mundo, tornou-se um espaço crucial para a união do grupo, que se organiza e compartilha conhecimentos (além de afeto!), especialmente em locais onde a expressão e a identidade de gênero não são aceitas ou ainda são estigmatizadas.

Nos anos 90, início da era da conectividade no Brasil, surgiram os primeiros fóruns, listas de discussão e grupos de notícias on-line voltados para o público – espaços que permitiram que pessoas trocassem experiências, informações sobre direitos, saúde e questões sociais, além de fornecerem apoio emocional.

Com o avanço da tecnologia e o surgimento de redes como o MySpace, o Orkut e, mais tarde, o Facebook e o Twitter, a visibilidade e a mobilização on-line LGBTQIAP+ aumentaram significativamente.

Foram criados perfis pessoais e páginas dedicadas às causas humanitárias importantes em plataformas específicas para a comunidade. O Tumblr, por exemplo, se tornou um espaço necessário para o compartilhamento de conteúdo queer, incluindo arte, literatura, fotografia e ativismo.

#PraTodosVerem: idoso segurando cartaz sobre a causa LGBTQIAP+, escrito “amor é amor”.

A partir de meados dos anos 2000, veio o grande boom. O YouTube surge como uma plataforma fundamental para as pessoas gays, lésbicas, bissexuais, transgêneras e quem quer que caiba na sigla. De lá para cá, muita gente criou canais de discussões sobre questões de identidade e gênero, dando recomendações e prestando apoio emocional.

E se não fossem as redes, imagine! A internet desempenhou e desempenha até hoje um papel vital no combate à discriminação. Organizações e grupos ativistas encontraram nela uma maneira eficaz de lutar contra a homofobia e a transfobia, dentre outras tantas fobias contra pessoas que, infelizmente, ainda existem no planeta.

Claro que, assim como qualquer grupo de idosos, a presença de pessoas LGBTQIAP+ 60+ nas redes sociais pode variar, e nem todos optam por se engajar ativamente nessas plataformas. No entanto, com o crescente uso da internet, é possível encontrar os Baby Boomers da comunidade em espaços diversos e inclusivos. Aposta quanto?

Blued

A rede social gay gratuita para Android e IOS permite a publicação de posts, faz transmissões ao vivo e chamadas de vídeo sem deixar de contar com proteção em sua receita: traz recursos de segurança com o auxílio de ferramentas de verificação de fotos e identidade que colaboram para que a plataforma consiga driblar perfis fake, com entrega de gente de verdade para se relacionar.

Tem gente de toda idade, incluindo o público LGBTQIAP+ da terceira idade.

Saiba mais sobre o aplicativo no post!

Grisalhos Gays

O portal funciona como um catálogo de gays maduros e bissexuais disponíveis para conhecer novos parceiros ou só fazer amizades mesmo. Sua inscrição é 100% gratuita e colabora para que seus usuários encontrem pessoas com interessantes semelhantes.

Traz ferramentas de chat, vídeos e divulgação de fotos com milhares de perfis disponíveis. Sua inscrição pode começar aqui!

Grupos de “velhos gays”

No TikTok, o vale está animado, e não é só do público jovem da comunidade, não. A busca por “grupo de velhos gays” tem mais de 14.6M de visualizações e traz uma série de perfis LGBTQIAP+ acima dos 60, em situações para pôr a autoestima de muito novinho lá embaixo.

Claro que todos rendem cenas hilárias e momentos de muita diversão gratuita.

Outra palavra-chave que entrega uma série de perfis 60+ é “coroas gays ativos”. Vale checar!

ABC Bailão

Uma das casas noturnas mais conhecidas no Brasil e América do Sul (dos tempos em que a sigla era só “GLS”) tem sua própria comunidade no Instagram e também agita a rede por lá, como nas festas presenciais. 

ABC Bailãoé o ponto de convergência de maduros e admiradores de gays cinquentões, sessentões, setentões e oitentões em busca de diversão e boa música, longe do bate-estaca das danceterias.

Eternamente Sou

Considerando o preconceito, intolerância e a invisibilidade sofrida por esse público, a associação sem fins lucrativos Eternamente Sou traz espaços físicos e virtuais de apoio e atendimento psicossocial à população LGBTQIA+ acima dos 50 anos, sem condições para investir em psicoterapia. Cada assistido tem direito a quatro sessões individuais de uma hora, com horários acordados entre especialistas e pacientes. Conforme a possibilidade, a instituição monta grupos de atendimento de duas horas, de acordo com a disponibilidade das equipes.

#PraTodosVerem: idoso com roupa vermelha e botton da causa LGBTQIAP+.

LGBTQIAP+ Quanto mais letras, + inclusão!
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Fonte: Dialogando - Onde está a comunidade LGBTQIA+ da terceira idade nas redes? Dialogando

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