É um fato que as pessoas da terceira idade estão cada vez mais conectadas a diferentes tecnologias, plataformas, aparelhos e funcionalidades. Mas será que essas mesmas tecnologias estão adaptadas às necessidades desse público crescente?
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), o percentual de idosos que acessam a internet passou de 5,7% para 12,6% de 2008 a 2013. E este número só tende a aumentar – o instituto afirma que até 2025 haverá cerca de 31,8 milhões de pessoas com mais de 60 anos conectadas.
Uma pesquisa realizada em 2015 pela empresa de segurança AVG Techonologies em diversos países, dentre eles o Brasil, mostra que 78% dos entrevistados com mais de 50 anos possui smartphones. No entanto, muitos deles não conseguem utilizar todos os recursos presentes nos aparelhos, por conta das funcionalidades não adaptadas às necessidades especiais. É nesse cenário que os cursos de informática aparecem como ótimas opções para a introdução ao universo tecnológico.
Muitas cidades já oferecem cursos gratuitos destinados a essa parcela da população, como o projeto Universidade Aberta para a Terceira Idade (UnATI), da Unesp, que oferece uma proposta de inclusão digital para idosos em diversos campus.
Para muitos idosos, a família é quem ainda dá o principal incentivo. A professora aposentada Maria Aparecida Alvarenga, de 71 anos, conta que decidiu se matricular em um curso de informática quando a filha foi estudar fora. “Aprendi a mandar e-mails com as novidades e sempre nos falávamos por Skype”, conta.
“Foi a porta de entrada para um novo mundo. Hoje vejo as notícias, pago contas e compro coisas pela internet. É muito importante que hajam lugares destinados ao ensino das tecnologias aos idosos. Quando comecei, até mexer no mouse era complicado. É preciso muita paciência, tanto do idoso quanto do professor”, conclui Maria.