Nostalgia é o sentimento que define a notícia da suposta volta do Orkut, a extinta rede social do Google, que poderá ser reativada ainda sem muitas certezas ou data definida.
Da sua estreia, em 2004, à sua desativação, em 2014, mais de 300 milhões de usuários fizeram parte dessa história, especialmente no Brasil e na Índia, mesmo quando o Facebook ganhava força no resto do mundo.
A geração Y que o diga! Essa turma, nascida entre 1995 e 2010, mantém na memória as comunidades, enquetes e fóruns, quase sempre engraçados, que davam margem a todo tipo de discussão na primeira plataforma do segmento voltada a fazer conexões.
E os murais, então? Bom mesmo era deixar ali todo e qualquer depoimento de amigos falando bem da gente. O espaço inflava nosso ego e, claro, já era como um currículo a ser avaliado por aquele paquera que, porventura, entrasse em nosso perfil para xeretar.
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Seu fundador, o engenheiro turco Orkut Buyukkokten, fala com orgulho da possibilidade de retomada da plataforma:
“Criei a primeira rede social do mundo porque acredito no poder da conexão para mudar a vida das pessoas. Acredito que o orkut.com encontrou uma comunidade porque reuniu tantas vozes diversas de todo o planeta em um só lugar. Trabalhamos muito para tornar o Orkut uma comunidade onde o ódio e a desinformação não fossem tolerados.”
Volta do Orkut: o que poderemos esperar?
Buyukkokten adianta que está construindo algo novo, mas se mantém enigmático. O que se sabe até agora é que a volta do Orkut ainda não é uma promessa, mas, em caso de um eventual retorno, os usuários da primeira fase não poderão recuperar suas fotos, porque o Google, antigo proprietário, desativou essa função.
Segundo o criador, a nova/velha rede deverá ser pautada pela gentileza, e não pela hostilidade, bastante comum no mundo on-line dos dias atuais, com manifestações recorrentes de ódio disseminado por haters.
(Entenda o que move a fúria dos haters na internet no post!)
Todo mundo espera, claro, o resgate dos recursos amados, mas a mensagem de Buyukkokten deixa aberta a possibilidade de que a volta do Orkut pode ser completamente diferente.
Overdose de redes
Se você já acumula entre seus aplicativos tantas outras redes como o Instagram, o Facebook e o TikTok, fora apps de relacionamento como o Tinder, por exemplo, é bom se manter em alerta na eventual volta do Orkut.
Há alguns anos especialistas da área da saúde advertem para os riscos da superexposição e o uso excessivo das redes sociais.
Sandra Doria, otorrinolaringologista certificada em Medicina do Sono e médica do Instituto do Sono, em São Paulo, explica que a luz das telas e estímulos constantes fornecidos por essas mídias podem levar a distúrbios do sono, ansiedade e depressão.
O sono é um aliado infalível do aprendizado, colaborando para o bom funcionamento da memória e regulando nossas emoções – e, consequentemente, os efeitos dos nossos comportamentos.
Especialistas também alertam para a necessidade de estarmos atentos aos riscos da criação de realidades ficcionais com o uso excessivo das redes, um mecanismo usado por muitas pessoas insatisfeitas com a vida real.
Veja os números para o Instagram, por exemplo. A plataforma conta com mais de 1 bilhão de usuários ativos por mês, sendo os jovens os que mais a utilizam. Segundo levantamento da Pew Research Center, 64% de seu público têm entre 18 e 29 anos e, embora popular, a plataforma é considerada a rede social mais prejudicial à saúde mental de usuários em todo o mundo.
Segundo o estudo de 2017 realizado pela Royal Society for Public Health (RSPH) – entidade de saúde pública do Reino Unido –, entre as principais queixas levantadas pelos usuários da plataforma estão a solidão, problemas de baixa autoestima e dificuldades de relacionamento fora das redes.
Convite para a reflexão
As constatações acima e o burburinho causado pelas notícias sobre a eventual volta do Orkut nos convidam a refletir sobre nosso próprio comportamento com as redes sociais.
Agora, com a queda no número de vítimas da covid-19 e a retomada parcial da normalidade, com tantas agendas de entretenimento abertas para que a gente possa curtir a vida com aquela proximidade gostosa que nos tinha sido podada, não será hora de revermos nossos hábitos digitais?
(Ouça o podcast e aprenda como cultivar hábitos digitais mais saudáveis)
Na velocidade em que passa a vida, nós, do Dialogando, fazemos um convite a todas e todos: dê uma folga para seus dispositivos eletrônicos e trabalhe para estar perto das pessoas que você mais ama.
E pode apostar que os passeios diurnos ou noturnos podem render boas surpresas. Pelos caminhos a gente pode, por exemplo, encontrar aquela pessoa que, mais tarde, pode virar uma solicitação de amizade muito mais qualificada e relevante. E, quem sabe, dividirá com a gente toda uma vida ou ao menos parte dela, sem ser necessário apertar o botão do match!
Então, capriche no look, já borrife aquele perfume e mire um lugar badalado, nem que seja só para fazer novas amizades, ok?
Quem vem? =]