Presente de maneira extremamente significativa na vida de crianças, adolescentes e jovens, o smartphone já se tornou um item inseparável e companheiro em praticamente todas as atividades diárias, até na hora dos estudos.
O tema não é novo e o debate sobre o uso do smartphone no ambiente escolar tem gerado posicionamentos bastante divergentes.
Existem leis aprovadas em âmbito estadual e municipal proibindo o uso de celulares em sala de aula e, atualmente, um projeto de lei está em análise na Câmara dos Deputados PL 105/15 que prevê a proibição do uso de aparelhos eletrônicos portáteis, como smartphone e tablets nas salas de aula.
Válido da Educação Básica à Superior de todo o país, com o objetivo de preservar a essência do espaço pedagógico.
Mas as discussões sobre o tema seguem caminhos diferentes. Enquanto alguns professores acreditam que os celulares podem tumultuar o comportamento em sala de aula, outros profissionais olham para questão de forma mais sensata e abrangente.
A jornalista espanhola Susana Pérez de Pablos é especializada em educação e acredita que no mundo atual, plenamente digitalizado, a entrada da tecnologia na educação não tem retorno.
“Liguem os telefones celulares”. Essa é a frase que inicia o texto de sua coluna para o jornal El País, que trata de sete motivos para usar o celular em sala de aula.
Para a coordenadora do setor de Educação da Unesco no Brasil, Maria Rebeca Otero Gomes, ignorar o celular é algo impossível, pois ele se encontra presente em todos os lugares. Ela se declarou contra medidas que proíbem o uso do aparelho, principalmente porque a regra acaba sendo burlada. E defende a integração de tais inovações tecnológicas como ferramentas educativas.
Neste sentido, é essencial refletir sobre o papel do professor como intermediário do conhecimento e como ele pode ser treinado para incorporar os celulares e outros dispositivos de maneira inteligente e voltada para ampliar a aprendizagem.
Além disso, é preciso analisar a percepção desses mesmos alunos quanto à eficácia de tais instrumentos no processo educacional.
Uma pesquisa sobre educação e desenvolvimento, realizada pelo Cetic.br, departamento do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (Nic.br), que implementa as decisões e projetos do Comitê Gestor da Internet do Brasil (Cgi.br), mostrou qual é a proporção de alunos por percepção sobre possíveis impactos das tecnologias de informação e comunicação – os resultados podem ser vistos aqui.
É cedo para afirmar que o giz e a lousa definitivamente ficaram para trás, porém, não podemos negar que todos os dias as pessoas se tornam digitais, incorporando diferentes formas de interação, pesquisa e busca por informação.