Human Coders: o mercado de trabalho na era da programação

5 de novembro de 2022

Chegamos ao último mergulho no mundo da programação promovido pelo Human Coders: Reprogramando o Futuro, estudo que contou com o apoio da Fundação Telefônica Vivo.

Este último volume traz insumos fundamentais sobre o mercado de trabalho do universo efervescido das profissões baseadas em códigos.

Se você perdeu a parte 1, com a entrega dos principais caminhos educacionais para esse setor de milhares de oportunidades, clique aqui. Na sequência, não deixe de conferir os aspectos da empregabilidade, coletados na parte 2.

Mas, afinal, porque estamos tão empenhados em entender o futuro do mundo da programação nesta transição entre as chamadas TerraUm e TerraDois?

Porque as sociedades verticais da TerraUm – antes da aceleração do mundo impulsionada pelas novas tecnologias – ficaram para trás, junto com seus laços sociais hierárquicos, que já não convencem mais a ninguém, tampouco fazem as pessoas felizes.

Agora, os habitantes da TerraDois – horizontalizada, colaborativa e de múltiplas escolhas – têm novos desafios. Em entrevista exclusiva para o Human Coders: Reprogramando o Futuro, o psicanalista e escritor Jorge Forbes diz que talvez um dos grandes desafios da pós modernidade é o analfabetismo digital.

“Isso afetará do motorista de caminhão ao cirurgião; do trabalho mais ao menos qualificado, ou seja, todos serão impactados. Um radiologista experiente que diz que já viu 30 mil radiografias já se depara com uma inteligência artificial que viu 30 milhões; esse médico vai ter que se reinventar. Temos que decidir se vamos fazer a diferença com a IA ou se vamos competir com ela. Se optarmos pela segunda escolha, vamos perder.”

Sentiu o drama, não é?

Então, vamos agora aos aspectos principais levantados pelo último volume.

A demanda por programadores no mercado de trabalho

#PraTodosVerem: fotografia colorida mostra um rapaz programador, de costas, sentado, com fones de ouvido, à frente de três monitores, com o fundo das telas azul. Ele veste uma camisa jeans e está com o cabelo preso, em um rabo de cavalo.

Uma das grandes tendências da Indústria 5.0 – próximo passo da atual Indústria 4.0, que busca desenvolver tecnologias mais eficientes não apenas para o planeta mas também para as empresas e as pessoas – é valorizar a qualidade e a ética dos profissionais por trás dos códigos.

Nenhum mercado passará ileso pela Quinta Revolução, que demandará uma sapiência estratégica especialmente das pessoas que programam (lembrando que, como dissemos nos posts anteriores da série, todas as pessoas terão que ter conhecimentos mínimos em programação, independentemente da área em que atuem).

Entenda os números e análises desse novo mundo em transição.

a) Só no Brasil, a abertura de empresas de tecnologia cresceu 210% nos últimos 10 anos.

b) A análise do estudo mostra que São Paulo foi o ponto inicial para o crescimento do mercado de tecnologia no país (44.326 empresas), seguido de Rio de Janeiro (8.783), Curitiba (6.879), Belo Horizonte (5.705) e Brasília (5.464). Outras capitais trazem números também expressivos.

c) Empresas que adotaram tecnologias 4.0 com robótica avançada, sensores, dentre outros, aumentaram seu quadro de funcionários na pandemia.

d) 45,7% das empresas brasileiras já estão implementando uma estratégia de transformação digital; 30,5% estão, atualmente, desenvolvendo uma estratégia, mas 97,5% delas enfrentam barreiras para avançar em seus processos de digitalização.

Combate aos códigos preconceituosos

#PraTodosVerem: fotografia colorida mostra um rapaz de frente com uma camisa rosa, de braços cruzados, um relógio no punho esquerdo, e um leve sorriso na face. Ele está em um escritório. Ao fundo, é possível ver duas pessoas trabalhando, olhando para a tela de um notebook, e um ar-condicionado fixado no alto da parede, em tom de cinza.

Uma das demandas importantíssimas dos devs é entender e combater vieses algorítmicos que podem afunilar o conteúdo que acessamos (criando as chamadas bolhas) ou, por exemplo, influenciar a tomada de decisão em momentos importantes como nos períodos eleitorais.

Um dos desafios nesse eixo diz respeito às próprias limitações de algumas tecnologias já que não chegamos a um ponto de desenvolvimento da Inteligência Artificial tão avançado ainda.

Mas o que são esses vieses algorítmicos e por que podem ser perigosos?

Quando os algoritmos nos recomendam algo nas redes, há por trás um mecanismo que funciona com base em premissas definidas. Essa tendência é conhecida como viés algorítmico, uma vez que a automação dos sistemas funciona a partir de uma premissa previamente implementada para direcionar o comportamento de usuários.

Para entender melhor as dimensões disso tudo, o estudo traz um exemplo prático e fácil: em 2016, a empresa Northpointe lançou um algoritmo que media o “nível de periculosidade” de cada indivíduo ao analisar fichas criminais. Só que sua base de dados encontrou uma maior quantidade de pessoas negras fichadas ou encarceradas, e o que aconteceu?

Seus sistemas preditivos de segurança concluíram que pessoas negras são mais perigosas, uma vez que a tecnologia é incapaz de entender que negros têm mais chances de serem presos do que brancos justamente pelos gargalos sociais promovidos pelo desenho de sociedade, imposto por regimes eurocêntricos que os mantiveram às margens da sociedade desde o período colonialista.

O cenário acima deixa claro quão perigosos podem ser os vieses algorítmicos, não é mesmo?

A solução para minimizar esses impasses relativos às limitações tecnológicas é trabalhar por mais inclusão e diversidade no setor, uma vez que um time de profissionais de tecnologia com históricos e vidas diferentes é capaz de engajar debates mais profundos e antecipar riscos, ao definir as premissas e regras dos códigos.

Programação: mercados, mudanças e oportunidades

#PraTodosVerem: fotografia colorida de uma jovem trabalhando em um data center, sentada, de frente para um monitor. Ela sorri para o que vê na tela e está usando uma camiseta verde com uma camisa jeans, por cima.

O estudo aponta que, na transição entre a TerraUm e a TerraDois, a adaptação e sobrevivência a cenários caóticos serão as palavras de ordem, porque pessoas antifrágeis, que saibam crescer em situações de mudanças, terão lugar garantido no futuro.

Por isso, quem começar agora a desenvolver habilidades nessa área poderá sofrer menos em eventuais períodos de crise, já que o apelo por programadores está em mercados distintos: das artes ao agronegócio.

Na avaliação de Guilherme Décourt, líder da operação da 42 SP, entidade que promove o ensino de programação gratuito, fazer parte dessa mudança não é opcional, porque todos estão dentro dela.

Em entrevista ao volume três do estudo, ele reforça que “a partir daí, as questões que todos os negócios e outras organizações estão rapidamente passando a se perguntar são: como a tecnologia irá me afetar? Como posso usar essa mudança não apenas para sobreviver, mas para progredir? É o que o autor Nassim Taleb diz sobre sermos mais “antifrágeis”, ou seja, como pessoas e organizações devem empreender a busca por prosperar com as mudanças que hoje são essencialmente impulsionadas pelo digital”.

#PraTodosVerem: fotografia colorida de uma jovem, de pé, em um data center. Ela tem um crachá pendurado ao pescoço, e um tablet, que segura com as duas mãos enquanto olha para a tela. Seu cabelo está trançado, ela usa óculos, calça preta, e uma camisa polo em um tom rosa claro.

As informações trazidas aqui são uma pequena parte dos insumos de ouro coletados pelo volume três do Human Coders: Reprogramando o Futuro.

Deguste a íntegra de cada volume clicando abaixo!

Volume 1 – Educação

Volume 2 – Empregabilidade

Volume 3 – Mercado de Trabalho

Fonte: Dialogando - Human Coders: o mercado de trabalho na era da programação Dialogando

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