A formação de redes de escolas, professores e alunos é um passo fundamental para a discussão de problemas comuns e para o encaminhamento de soluções compartilhadas e colaborativas.
É possível até contribuir de maneira decisiva para a melhora dos processos de ensino-aprendizagem e, até mesmo, para a superação de impasses relacionados às insuficiências mais comuns do ensino público brasileiro.
Dispositivos tecnológicos, aplicativos e plataformas on-line podem auxiliar de forma marcante nos processos de formação, manutenção e desenvolvimento das redes escolares.
Na opinião de Rogério da Costa, filósofo e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, a produção do conhecimento apresenta, hoje em dia, natureza destacadamente cooperativa.
“As tecnologias hoje são voltadas para integração e colaboração, o que coloca o sistema educacional em xeque – porque ele foi concebido de maneira individualizante”, aponta.
Essa nova perspectiva de construção dos saberes exige um rompimento definitivo com modelos anteriores de prática educacional.
“Era comum a princípio, por exemplo, que se pensasse em estruturar plataformas para a aplicação de testes via celular – algo que se constituía como repetição do que já se fazia anteriormente, em vez de se buscar compreender as novas potencialidades”, lembra.
Tipos de rede educacional colaborativas
Atualmente, há instituições de ensino organizadas em rede nos diferentes âmbitos escolares: administração, corpo docente e alunos.
“Algumas instituições fazem uso amplo das tecnologias, enquanto outras não dispõem do mesmo acesso. Mas isso não impede que as pessoas estejam em rede, individualmente, independentemente do uso que se faz”.
“Um educador pode estar em contato com outros, trocando experiências e conversando sobre seus desafios”, explica Mila Gonçalves, gerente de projetos sociais da Fundação Telefônica Vivo.
De toda forma, dispositivos, plataformas e aplicativos têm papel importante como catalisadores do processo. “Por meio da tecnologia nós conseguimos estar em contato com as pessoas. A tecnologia nos aproxima, encurta distâncias.”
Redes concebidas para auxiliar no processo de aprendizagem dos alunos, ressalta o professor Rogério da Costa, podem basear-se em metodologias muito simples.
Os estudantes podem ser estimulados, por exemplo, a mapear os resíduos gerados por determinado ramo do comércio, fazendo o registro no ponto de origem e o mapeamento em uma plataforma de georreferenciamento on-line.
“Dispara-se para o aluno um processo de apreensão e compreensão do espaço em que ele vive. Operando em conjunto, a turma gera visibilidade para aquele espaço e depois pode atuar sobre ele”, explica.