Está na hora de desconstruir a imagem de que jogos servem apenas para entretenimento. Mais do que jogar e brincar, o lúdico também é reconhecido como traço psicofisiológico do comportamento de aprendizado humano.
Na infância, a criança aprende brincando pois descobre muito sobre o mundo por meio da brincadeira. O jogo ensina sobre a existência de regras e limites. Além de criar conexões cerebrais e educar o cérebro de uma forma prazerosa e voluntária, em todas as fases da vida.
A importância dos jogos está diretamente ligada ao desenvolvimento do ser humano. Isso em uma perspectiva social, criativa, afetiva, histórica e cultural”, constatam Luciana Alves e Maysa Alahmar Bianchin, no artigo “O jogo como recurso de aprendizagem”.
Quando estamos engajados num jogo, nossas mentes experienciam o prazer de lidar e aprender algo novo. Aprender não significa memorizar. Mas sim adquirir habilidades e mecanismos necessários para responder a algo de forma adequada em uma variedade de situações, incluindo sob pressão.
Para aprender, é preciso que o ser humano se engaje ativamente no processo de aprendizagem. E, experiências interativas, como as encontradas em um jogo, são capazes de motivar esse processo.
Jogos no mundo real
Em 2002 o programador e inventor britânico Nick Pelling sugeriu a aplicação de mecânicas e conceitos utilizados nos games como forma de motivar e envolver pessoas a realizarem tarefas e encontrarem soluções no mundo real.
O termo “gamification“, ou “gamificação“, como foi chamado, tem um potencial enorme se utilizado no ambiente escolar.
Pesquisadores defendem que as lições dadas na sala de aula podem ser melhor fixadas pelos alunos quando um game é utilizado como complemento.
Isso acontece porque, ao ser recompensado de alguma forma, o aluno associa a resposta correta à sensação de prazer de ser premiado. Isso torna o aprendizado mais leve e satisfatório.
A gamificação educativa pode existir através de jogos que promovam a interação dos alunos em um ambiente offline, mas a educação parece se movimentar para contar com a ajuda de gadgets tecnológicos como tablets e smartphones como forma de ensino. Resta saber se os professores estão capacitados para desenvolverem a gamificação dentro da sala de aula.