Em tempos idos, a riqueza dos costumes, rituais, tradições e oratória de um povo muitas vezes se perdia no tempo, dependendo unicamente da herança do saber passada de pai para filho para permanecer e repercutir.
As inovações tecnológicas vêm ajudando a mudar esse cenário, ao possibilitar o registro, a difusão, a comunicação rápida e em larga escala das manifestações culturais – e até mesmo criando novas formas de interação, em um encontro inédito de todas as gerações.
A ONG Thydêwá, da Bahia, já realizou uma série de projetos com recursos tecnológicos, entre suas diversas iniciativas para levar a cultura indígena aos quatro cantos e combater preconceitos e desinformação.
Uma das ações premiadas foi a Rede Índios-Online, que conectou sete aldeias à web. Em seu site há uma coleção de livros online gratuitos em formato PDF denominados “Índios na visão dos Índios”, com temas diversos, onde os próprios indígenas contam suas histórias, além de e-books para crianças de todas as idades e que podem ser baixados no celular e no tablet.
Um deles é “O canto da Lua”, título baseado em um canto indígena tradicional, que conta o que aconteceu quando os tupinambás passaram a adormecer em frente à televisão e Jacy (Lua, em tupi), parou de brilhar.
Já na mostra Arte Eletrônica Indígena, artistas selecionados por meio de edital trabalharam com integrantes das aldeias em oficinas e laboratórios para incentivar expressões artísticas, como o artesanato de palha com uso de fibras óticas e colagens digitais.
No projeto Olinda Sonora, a ideia é resgatar o patrimônio imaterial sonoro do sítio histórico de Olinda, com sons típicos registrados em um site e referenciados por geolocalização, onde todos os usuários podem interagir com os registros, divididos em quatro categorias: Marcos Sonoros, Sons Envolventes, Fonologia e Elementos Musicais.
Entre os arquivos, é possível conferir desde um animado ensaio de maracatu e do Bloco Flor da Lira, até ruídos de uma partida de futebol da garotada ou a narração de um guia turístico sobre pontos e edificações importantes da cidade.
Um site interativo também é o suporte do projeto ChinaVine, uma parceria entre instituições de ensino norte-americanas e chinesas para possibilitar que adultos e crianças que falam inglês conheçam um pouco mais da cultura e tradição do país milenar, com destaque para a arte.
Ao longo de quase seis anos, equipes de professores e estudantes visitaram vilas chinesas para capturar imagens, levantar informações e gravar documentários com depoimentos de artistas locais, suas obras e trajetórias, em campos como música, dança, arquitetura e literatura.
Todo o conteúdo está sob uma licença Criative Commons e pode ser utilizado ou modificado por professores, alunos e interessados.